Papéis da estatal atingem valor mais alto em 22 meses; pico de R$ 21,05, nesta semana, representou alta de 72% sobre pior cotação no ano, de R$ 11,81, em março; além da especulação feita em torno das pesquisas eleitorais, agora investidores reconhecem que elevação para 1,95 milhão de barris/dia de petróleo extraídos pela estatal no País garante ótimos resultados financeiros; da área do pré-sal já saem mais de 500 mil barris/dia nos primeiros poços; "É a Harvard das águas profundas", comparou, elogiando, o banco Credit Suisse; JP Morgan e Goldman Sachs também recomendam compra dos papéis em razão de "crescimento consistente" na produção; presidente Graça Foster comemora: "Aqui dentro temos uma espécie de mantra: produção, produção e produção", diverte-se ela
24 de Julho de 2014 às 18:15
247 – O mercado está devolvendo, e rapidamente, toda a sangria provocada de maneira especulativa sobre as ações da Petrobras. Esse retorno já está na casa dos 72% de valorização do papel da estatal brasileira desde o piso em que se encontrava no pregão do dia 17 de março, quando valia apenas R$ 11,81, no seu pior momento histórico. Nesta semana, atingiu o pico de R$ 21,05. Foi o maior valor histórico do papel da petrolífera desde o dia 14 de setembro de 2012, vinte e dois meses atrás. O fechamento nesta quinta-feira 24 ficou em R$ 20,31, com valorização de 0,25% sobre a véspera.
Desta vez, o motivo da forte maré de alta das ações da Petrobras não está na especulação dos investidores em torno de pesquisas de opinião. Os grandes operadores da Bolsa de Valores jogaram quantias pesadas na fuga do papel no ano passado. A partir de março, correram a fazer pesadas compras, ao sabor de boas notícias nas pesquisas eleitorais para a oposição, o que levou o preço da ação subir com o crescimento de expectativa sobre um segundo turno.
O que faz a ação subir, agora, é um motivo muito mais robusto e adequado ao julgamento de uma companhia pelo mercado: seus resultados. No caso da Petrobras, os players do mercado de ações se renderam ao fato de a companhia ser a única, em todo o mundo, a aumentar sua produção de petróleo nos últimos seis anos. Com atuais 1,95 milhão de barris produzidos diariamente, a Petrobras já retira, desde o final de junho, mais de meio milhão de barris diários exclusivamente de poços na área do pré-sal, confirmando projeções de um universo de 13 bilhões de barris.
Importantes analistas de mercado convergem para avaliações em tudo positivas sobre a decisão estratégica da presidente Graça Foster, da Petrobras, de dar prioridade à busca por petróleo. O Credit Suisse, em relatório a investidores, chamou o pré-sal de Harvard das águas profundas”, reconhecendo a riqueza que a estatal preservou, em leilões, para si própria, nos contratos de concessões compartilhadas. Goldman Sachs, JP Morgan e Bradesco passaram a recomendar a compra dos papéis da estatal, registrando o crescimento consistente do aumento da produção.
- Aqui temos uma espécie de mantra: produção, produção, produção, disse Graça ao 247, em entrevista com jornalistas da mídia internet, na comemoração promovida pela companhia para a retirada superior a 500 mil barris/dia no pré-sal.
- Sabemos que produzir mais é o presente e o futuro dessa empresa. Cobro os diretores todos os dias, desde a primeira hora em que entram na minha sala. A marca de meio milhão de barris diários no pré-sal é histórica, e muitas outras virão. Nossas reservas comprovadas no pré-sal são de pelos menos 13 bilhões de barris, assinala a presidente.
O mercado não deixou de registrar que a companhia garantiu junto ao governo direitos exploratórios sobre áreas do pré-sal que não foram licitadas no primeiro momento. A companhia não irá precisar tomar empréstimos e aumentar seu endividamento para fazer os investimentos necessários na exploração dos atuais e novos poços.
- Estamos entrando num círculo virtuoso, no qual quanto mais produzimos, mais faturamos e mais temos capacidade de investir.
Acima dos ataques especulativos provocados pela disputa presidencial, a Petrobras está mostrando resultados de uma solidez estratégica que o mercado não tem como não aplaudir.
Nós estávamos certos, sabíamos que estávamos.
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