Não procede a informação de que Delcídio do Amaral é o primeiro senador da República preso no exercício do seu mandato em toda a história republicana. Delcídio só não é o décimo senador brasileiro a ser aprisionado porque o senador Rui Barbosa fugiu do risco de ver o sol quadrado, indo dar aulas de inglês a brasileiros […]
Foto: divulgação
Não procede a informação de que Delcídio do Amaral é o primeiro senador da República preso no exercício do seu mandato em toda a história republicana.
Delcídio só não é o décimo senador brasileiro a ser aprisionado porque o senador Rui Barbosa fugiu do risco de ver o sol quadrado, indo dar aulas de inglês a brasileiros na Inglaterra, quando soube que o presidente Floriano Peixoto estava prestes a encarcerá-lo, como fez com mais quatro senadores: Amaro Cavalcanti, João Soares Neiva, João de Almeida Barreto e Eduardo Wandenkolk.
Na mesma linha, o presidente Prudente de Morais decretou a prisão de dois senadores, e por crime mais sério do que o imputado a Delcídio. João Cordeiro e Pinheiro Machado pretendiam assassinar o presidente do Brasil, com a cumplicidade do vice presidente Manuel Vitorino, por sua vez, presidente do Senado, de acordo com a Constituição vigente. Presos os três.
Pra quem me acompanha, até aqui são sete senadores presos. Somados ao senador Lauro Sodré, mandado prender pelo presidente Rodrigues Alves por levantar a Escola Militar contra a vacina obrigatória, chegamos ao senador número 8. Mas só Delcídio, o décimo primeiro, foi preso pelo Supremo, com a anuência de sua casa , o Senado. Isso sim é totalmente inédito na história da Republica.
Com os agradecimentos à pesquisadora Maria Lucia Horta Ludolf de Mello, servidora aposentada da Casa de Rui Barbosa.
Tiroteio
Em 1963, houve um tiroteio no Congresso, em que acabou morto um senador inocente, José Kairala, e foram presos o senador Arnon de Mello, o assassino, e o senador Silvestre Péricles, o outro protagonista do bang-bang.
A Constituição da época, assim como a de hoje, previa que os demais senadores se manifestassem pelo voto, para que as prisões se concretizassem. Sob a pressão da comoção pública, foi uma lavada de 44 senadores a favor e apenas 4 votando contra. Presos em flagrante, ficaram pouco tempo no xadrez, e ainda saíram inocentados, posteriormente, pelo Tribunal do Júri de Brasília.
O caso foi muito lembrado pela mídia e pelos adversários, durante a campanha do filho de Arnon de Mello, Fernando Collor, a presidente da República.
Quanto a Jader Barbalho, este havia renunciado ao Senado em meio a um escândalo de corrupção na Sudam e enriquecimento ilícito, quando foi preso por um brevíssimo tempo, apenas alguns dias.
Da Redação do Portal MP e http://www.hildegardangel.com.br/
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