7 de Dezembro de 2015 às 12:42
Por Guido Nejamkis, do 247 em espanhol - A futura ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, indicou nesta segunda-feira 7 em Buenos Aires que o governo do presidente eleito, Mauricio Macri, que tomará posse no dia 10 de dezembro, não vai mais pedir a suspensão da Venezuela do Mercosul.
A ministra escolhida por Macri para liderar a diplomacia argentina ecoou a postura da presidente Dilma Rousseff, que, na COP21, em Paris, havia indicado que a cláusula democrática do bloco não podia ser usada com hipóteses, mas com fatos.
"A cláusula democrática se aplica sobre fatos, e o fato era a eleição no dia de ontem. Acho que hoje podemos dizer que as eleições têm funcionado dentro do que o marco democrático estabelece e tudo indica que os resultados têm sido reconhecidos por Maduro", declarou Malcorra a uma rádio argentina.
"Os resultados têm sido majoritários para a oposição, com um número de bancadas [na Assembleia Legislativa] ainda em definição, mas com diferença significativa. Por isso, temos que esperar que [a eleição] acabe, mas nada indica que existam razões para a aplicação da cláusula democrática", completou.
A futura chanceler afirmou que conversará hoje com colegas da região sobre as eleições legislativas venezuelanas.
"Tem que parabenizar o povo venezuelano e reconhecer que o governo tem feito um gesto muito claro de reconhecimento do resultado das eleições", explicou.
A posição do governo Macri adota assim a visão que a presidente Dilma Rousseff explicitou na COP21.
"A cláusula democrática é integrante do Mercosul, mas para usá-la não pode ser com hipóteses. Tem de qualificar o fato. O Mercosul sempre contou com ela. Foi ela que permitiu que o Mercosul não concordasse com a saída do presidente [Fernando] Lugo, do Paraguai. Precisa de fato determinado. Não é genérica", disse Dilma em entrevista coletiva a jornalistas, após participar da conferência em Paris.
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