por : Kiko Nogueira
Eles
Embora não tenha sido possível comprovar cabalmente, cientistas acreditam que há duas Martas Suplicys.
Uma delas escreveu o seguinte em abril, em sua carta de desfiliação do PT:
“Para mim, como filiada e mandatária popular, os crimes que estão sendo investigados e que são diária e fartamente denunciados pela imprensa constituem não apenas motivo de indignação, mas consubstanciam um grande constrangimento. Aqueles que, como eu, acreditaram nos propósitos éticos de sua carta de princípios, consolidados em seu programa e em suas resoluções partidárias, não têm como conviver com esta situação sem que esta atitude implique uma inaceitável conivência. Ao tentar empenhar-me numa linha de providências, fui isolada e estigmatizada pela direção do partido. (…)
Serei fiel ao meu mandato e permanecerei depositária dos valores defendidos por aqueles que votaram em mim, hipotecaram sua confiança pessoal, e abraçaram as ideias que defendo desde a época em que me tornei pessoa pública em programa diário de TV onde sempre me pautei por princípios éticos inegociáveis.
Até onde pude, tentei reverter esta situação. Não fui ouvida. Não tenho compromisso com os reiterados desvios programáticos e toda sorte de erros cometidos.”
Bonito. A luta solitária de uma mulher contra o dragão da maldade.
Uma outra Marta esteve na Câmara dos Deputados agora, início de setembro, numa missão especial: convidar pessoalmente Eduardo Cunha para sua cerimônia de filiação a um partido que não “causa constrangimento”: o PMDB. Ela quer se candidatar a prefeita de São Paulo.
Há, porém, uma corrente que acredita que, na verdade, a Marta indignada com a corrupção e a que enterra o nariz no saco de um homem com a ficha corrida de Cunha são a mesma pessoa.
O que se pode afirmar, sem sombra de dúvida, é que ambas abusam de arrogância, de laquê, e da convicção de que o eleitor é, sobretudo, um trouxa.
Vai saber.
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