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domingo, 19 de julho de 2015

Edinho desmonta tese de Cunha sobre conspiração

 

mauricio garcia de souza: <p>Foto: Maurício Garcia de Ssouza/ ALESP (10/09/2013</p>

Para o ministro da Comunicação Social, a história recente, com petistas importantes sendo indiciados, processados, condenados e presos, mostra que o governo não tem ingerência sobre o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público, como tenta fazer crer o presidente da Câmara, acusado de receber US$ 5 milhões em propina de esquemas na Petrobras; Edinho diz ainda que impeachment não pode ser instrumento de luta política: "Se alguém quer governar o Brasil, que espere três anos. Começar a instaurar um ambiente de golpe, isso fica na história de um país"

18 de Julho de 2015 às 07:19

247 - O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, conclama o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), agora autodeclarado oposição ao governo Dilma Rousseff (PT), a pensar nos interesses do país. Para ele, a história recente, com petistas graúdos sendo indiciados, processados, condenados e presos, mostra que o governo não tem ingerência sobre o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público.

Cunha culpa o governo por ter incluindo seu nome na lista de investigados depois que o delator da Lava Jato Júlio Camargo declarou ter pago a ele US$ 5 milhões em propina. “A própria história recente mostra que o Executivo não tem essa capacidade de ação nas outras instituições do Estado”, reforça o ministro.

Em entrevista ao jornal O Globo, Edinho diz esperar que o PMDB, independente das contradições entre suas lideranças, possa continuar cumprindo “um papel histórico (na governabilidade) e que o vice-presidente Michel Temer possa continuar tendo um papel de liderança na construção da governabilidade, no desenvolvimento do nosso projeto de nação.”

Edinho entende que as derrotas do governo no Congresso reforça a instabilidade e diz que o fato de o PT ter lançado candidato na disputa pela Presidência da Câmara confere certa autonomia a Cunha: “Temos hoje uma dificuldade grande de consolidação da base de apoio. A eleição do Senado se deu de forma mais tranquila, o PT apoiou o presidente Renan Calheiros. Na Câmara, o PT tinha uma outra candidatura, que foi derrotada. Portanto, o presidente da Câmara não foi vencedor com o apoio do PT, o que lhe dá uma autonomia, mesmo sendo do PMDB.”

Na entrevista, Edinho fez questão de reforçar que, se o PT é acusado de receber doações então legais que agora são associadas a crimes, conforme o delator Ricardo Pessoa, da UTC, a oposição também recebeu valores muito parecidos no mesmo “esquema”. E que Dilma vai continuar a visitar o País, pois tem obras a entregar, indiferente às vaias. “Também foi aplaudida”, rebate.

Sobre o pedido de impeachment de Dilma, Edinho diz que não pode ser instrumento de luta política e precisa de materialidade jurídica. "Tem que ter algo muito grave colocado que justifique impedir um processo de governo. O impedimento de um governo não pode ser luta política. Se alguém quer governar o Brasil, que espere três anos, vamos estar em processo eleitoral. Começar a instaurar um ambiente de golpe, isso fica na história de um país. Isso não condiz com o regime democrático sólido como o Brasil tem. Espera-se que todas as lideranças políticas desse país, não só da situação, como da oposição, que não caiam na tentação do atalho, da leitura simplista da conjuntura, porque o Brasil é maior do que os interesses partidários conjunturais. O Brasil tem que estar colocado acima de projetos pessoais. Na oposição, tem muita gente que tem biografia, que ofereceu a sua vida pela construção da democracia, que tem responsabilidade histórica, então, não penso que esta seja a voz corrente na oposição."

Do Brasil 247

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