14 de julho de 2015 | 01:38 Autor: Fernando Brito
O navio aí em cima, o Cidade de Maricá, é uma bela imagem, e está sendo completado a todo vapor, mas é uma exceção. Ele está atracado ao lado do Estaleiro Mauá, que vive o drama de uma pré-falência, mesmo com três navios tanque em seu cais, quase prontos, esperando os acabamentos para que possam levar derivados leves de petróleo. Estão parados, como parados estão os mil trabalhadores do estaleiro.
O Sindicato da Construção Naval divulgou, semana passada, os números do emprego nos estaleiros.
De dezembro a junho deste ano, os estaleiros, em todo o país, fecharam 14.472 postos de trabalho: o número de trabalhadores caiu de 82.474 para 68 mil, agora.
A quatro pessoas na família de cada trabalhador desempregado, são perto de 60 mil brasileiros em dificuldades.
E uma inflexão na chamada “curva de aprendizado” essencial para o desenvolvimento tecnológico da construção de navios que cobrará seu preço por muito tempo depois da esperada recuperação do setor.
Os dados do Sindicato confirmam aquilo que se escreveu aqui há 15 dias: já perdemos dois anos de avanços na cadeia industrial ligada ao petróleo, ao menos em matéria de emprego, como você vê no quadro ao lado, na primeira queda, em uma década, do número de trabalhadores na construção naval, como você vê no quadro ao lado.
O Brasil perdeu sondas e cascos de navios-plataforma quem diante das dificuldades dos fornecedores nacionais, tiveram de ser encomendados na Ásia.
Logo, com a entrada de operação de novos poços, vamos precisar de navios de grande porte, os “aliviadores”, que recolhem o petróleo nos navios-plataforma e o transporta para as refinarias ou os leva aos terminais de exportação.
Se não recuperarmos rapidamente a nossa capacidade de produzir grandes embarcações, teremos de recorrer a afretamentos no estrangeiro.
E indústria naval não é algo que se reconstrua do dia para a noite.
Aí está o resultado da devastação provocada por uma investigação conduzida de forma a fazer de todos suspeitos ou culpados antecipadamente, como faz o Dr. Sérgio Moro.
Ele, realmente, faz diferença.
Para pior.
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