POSTADO POR EDILSON SILVARG PROF.;3098
TEERÃ (Reuters)
- O Irã rejeitou nesta terça-feira a oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder asilo a uma iraniana condenada à morte por apedrejamento, disse o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano.
A sentença imposta a Sakineh Mohammadi Ashtiani por um relacionamento extraconjugal, que ela nega, despertou protestos de grupos de defesa dos direitos humanos e grande indignação internacional.
Teerã suspendeu a sentença, que será analisada pelo judiciário do país, mas ela ainda pode ser concretizada.
Lula pediu no mês passado que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, permitisse que o Brasil desse asilo a Mohammadi Ashtiani.
"Pelo que sabemos do senhor (Lula) da Silva, ele tem um caráter sensível e humano, e provavelmente não recebeu informações suficientes", disse o porta-voz do Ministério do Exterior Ramin Mehmanparast, em entrevista coletiva.
"Podemos dar detalhes do crime dessa pessoa, que foi condenada, e então acho que a questão ficará esclarecida para ele", afirmou o porta-voz.
Irã e Brasil se aproximaram neste ano, após Brasil e Turquia mediarem uma proposta de acordo sobre os trabalhos de enriquecimento de urânio do Irã, que o Ocidente teme ser um disfarce para o desenvolvimento de uma bomba atômica. Teerã nega essa acusação e diz que busca a produção de eletricidade.
Assassinato, adultério, roubo armado, apostasia e tráfico de drogas são todos crimes puníveis com a pena de morte pela lei islâmica do Irã, implementada desde a Revolução de 1979.
O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que Mohammadi Ashtiani foi condenada em 2006 por ter um "relacionamento ilícito" com dois homens e recebeu 99 chibatadas como sentença.
A entidade disse que, apesar disso, ela foi depois condenada por "adultério enquanto casada" e sentenciada à morte por apedrejamento.
A Anistia lista o Irã como segundo maior executor do mundo, atrás da China, e afirma que o país matou 346 pessoas em 2008.
As autoridades iranianas rejeitam frequentemente as acusações de abusos dos direitos humanos e alegam que estão seguindo a lei islâmica.
FONTE; JORNAL O GLOBO - O3/08/2010
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