Pela primeira vez, o Datafolha fez uma pesquisa presidencial para 2018 com um
cenário pouco testado, mas cada vez mais provável: o de que o PSDB se fragmente
e gere três candidaturas presidenciais, com Aécio Neves, José Serra e Geraldo
Alckmin concorrendo por partidos diferentes; nesta hipótese, haveria um tríplice
empate técnico entre Aécio, Lula e Marina, com possibilidade real de que o PSDB
fique de fora do segundo turno; prévias para a escolha do candidato a prefeito,
em São Paulo, que terminaram em pancadaria, são um sinal de falta de unidade
entre os tucanos
29 de Fevereiro de 2016 às 08:01
247 – Marcadas por confusão e pancadaria, as prévias do PSDB
para a escolha do candidato do partido à prefeitura de São Paulo serviram para
explicitar o racha do PSDB. Enquanto os apoiadores do vereador Andrea Matarazzo
gritavam "Doria guerreiro, do povo com dinheiro", simpatizantes de João Doria
Júnior diziam "vai pro PSD" e "456, Kassab outra vez", em referência à
proximidade de Matarazzo com o presidente do PSD, Gilberto Kassab.
Mais do que a disputa pela vaga em São Paulo, a guerra interna diz respeito a
dois projetos presidenciais. De um lado, o governador Geraldo Alckmin lançou o
empresário João Doria, um aprendiz de Donald Trump brasileiro, para implodir
qualquer pretensão do senador José Serra (PSDB-SP) de se viabilizar candidato à
presidência da República em 2018.
Serra, por sua vez, precisa de um aliado na prefeitura, para começar a
estruturar sua eventual campanha. Em comum, os dois apostam que o o senador
Aécio Neves (PSDB-MG), acossado por diversas denúncias relacionadas à Furnas,
não terá fôlego para ser o candidato em 2018.
Desse cenário de fragmentação tucana, que já gerou a saída do senador Alvaro
Dias para o PV, podem nascer três candidaturas presidenciais, além da do próprio
político paranaense. Se Aécio conseguir se manter à frente até 2018, ele sairia
pelo PSDB, com Alckmin concorrendo pelo PSB, José Serra pelo PMDB e Alvaro Dias
pelo PV.
Nesta hipótese, testada pela primeira vez pelo Datafolha, os tucanos poderiam
ficar de fora do segundo turno em 2018. Sim, porque haveria um tríplice empate
técnico entre Aécio, com 20%, Lula, com 19%, e Marina Silva, com 17%. Como a
margem de erro é de dois pontos, Lula e Marina poderiam já estar à frente do
senador mineiro.
Neste cenário, Alckmin e Serra pontuam mal. Enquanto o governador faz apenas
5%, o senador aparece com 7%. Quando os dois aparecem como candidatos do PSDB,
excluindo Aécio do jogo, têm desempenho melhor, mas ainda insuficiente para
chegar o segundo turno. Enquanto Alckmin faz 12%, Serra pontua com 15%. Mas os
dois também ficariam atrás de Marina Silva e Lula.
Portanto, o que a pesquisa Datafolha indica é que, para os dois políticos
paulistas, o melhor cenário é concorrer pelo PSDB. O que indica que ambos vão
tratar, a partir de agora, de minar o projeto Aécio, além de tentar vencer as
prévias em São Paulo.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/218958/Racha-tucano-pode-deixar-PSDB-fora-do-páreo-em-2018.htm
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