Por Fernando Brito
Nem se pode dizer que foi provocação dos adversários, porque o relatório do governo foi feito a partir de um requerimento de um deputado do PSDB, querendo arrancar alguma “casca” para encetar um daqueles discursos moralistas sobre os “escândalos” das “mordomias petistas”.
Atirou no que imaginou e acertou naquilo que todo mundo via, detonando mais um desastre aeronáutico para Aécio Neves.
Era a antecipação do que faria, depois, no Senado, como revelou, há dois anos, o Estadão ao revelar que Aécio “fez para o Rio de Janeiro 63% das viagens bancadas pela verba de transporte aéreo do Senado”. De 83 voos, 52 começaram ou terminaram na capital fluminense. Das 25 viagens de “ida”, 22 foram de quinta a sábado; das 27 “voltas”, 22 saíram entre domingo e terça.
Que Aécio queira viajar para o Rio nos finais de semana, é direito dele. Não há nada de errado. Que o faça com o dinheiro público, é problema de todos.
Principalmente quando a hipocrisia não lhe faz corar o rosto ao reclamar austeridade.
Diz a Folha que “a jurisprudência do STJ (Superior Tribunal de Justiça) aponta que o uso de carro oficial para fins particulares é improbidade administrativa”. Um pouco menos, porque não é razoável ou seguro que o governador possa ir guiando seu automóvel para qualquer compromisso pessoal, embora a Lei Seca tenha tornado o trânsito mais seguro, como o próprio Aécio já provou.
Ora, francamente, é de duvida que vá acontecer algo por este uso abusivo do avião, se os bravos promotores de Minas Gerais não acharam nada de errado até em fazer um aeroporto para Versalhes, digo, Cláudio.
Nada, a não ser provar, pela milésima vez, que Aécio é um dissimulado, hipócrita como todos os moralistas que adoram multiplicar nos outros os vícios que eles próprios possuem.
Não haverá um “coxinha” aecista que ache isso um absurdo como acha os miseráveis reais entregues a uma mãe para sustentar seus filhos.
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