Morreu, dia 28 de janeiro de 2012, às 13:00 hs, no hospital Nair Alves de Sousa, em Paulo Afonso, Bahia, a cangaceira Aristeia Soares de Lima, 89 anos. Ela estava internada desde segunda feira, dia 23, com complicações estomacais. Ela foi sepultada, domingo, 29, no Capiá da Igreja, em Canapi, estado de Alagoas. Ela morava com o filho Pedro, a nora e os netos em Delmiro Gouveia, Alagoas.
“Estamos todos tristes pela morte de minha mãe. Ela estava sofrendo com a saúde nos últimos dias. Praticamente não conseguia comer”, disse Pedro Soares, 58 anos, filhos da ex-cangaceira.
Aristéia era uma das últimas remanescentes do cangaço e dizia, sempre que era perguntada, que não tinha saudades do tempo que viveu na caatinga, fugindo das volantes. Lúcida, ela relatou em 2008, que a vida dos cangaceiros melhorou após a morte de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.
Segundo ela, os integrantes das volantes minimizaram a perseguição aos cangaceiros após a década de 1940, quando o movimento liderado por Lampião acabou. “Sou mais feliz hoje do que no tempo do cangaço. Foi um tempo muito sofrido”, dizia Aristéia.
Desde o fim do cangaço, Aristéia permaneceu durante décadas no anonimato, tentando esconder o fato de que tinha feito parte do movimento liderado por Lampião, conduta que se percebeu comum entre ex-cangaceiros. Ela foi redescoberta em 2007, durante pesquisas do historiador e especialista em cangaço, João de Sousa Lima.
Na casa onde ela vivia em Delmiro Gouveia, Aristéia gostava de mostrar uma de suas paixões, o São Paulo Futebol Clube, time de coração dela. Aristéia gostava de contar histórias sobre a amizade que viveu ao lado de Durvalina Gomes de Sá, conhecida como Durvinha, outra cangaceira, morta em junho de 2008 em Minas Gerais.
Ela nunca chegou a lutar ao lado de Lampião. Aristéia fazia parte do grupo de Antônio Moreno (marido de Durvinha) e dizia que só viu Lampião quando a cabeça dele e do grupo de cangaceiros foram expostas em uma escadaria em Piranhas (AL), após serem mortos em uma emboscada na Grota de Angicos, em Poço Redondo (SE), em1938.
Dr. Lima
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