11-15 minutos
Do UOL, em São Paulo
11/04/201810h47 > Atualizada 12/04/201802h37
Em 2017, uma minoria mais rica formada por 10% dos brasileiros detinha 43,3% da renda total do país. Na outra ponta, os 10% mais pobres detinham apenas 0,7% da renda total.
A concentração da renda é semelhante à observada na pesquisa anterior, de 2016. Naquele ano, 43,4% da renda estava nas mãos dos 10% mais ricos e 0,8%, nas mãos dos 10% mais pobres.
Leia também:
- Mulheres ganham 77,5% do salário dos homens no Brasil, diz IBGE
- Fortuna de bilionários brasileiros cresce 13% e chega a R$ 549 bi em 2017
- Como vivem os negros no clube do 1% mais rico do país
- Milhões ficam abaixo de pobre no Brasil e ganham menos de R$ 140
Considerando apenas os 1% que ficam no topo, a renda média foi de R$ 27.213 por mês --36,1 vezes a média recebida pela metade mais pobre da população, que ganhava R$ 754 por mês. A desigualdade é maior na região Nordeste, onde a razão foi de 44,9 vezes, e menor na Sul (25).
Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) se referem ao ano passado, mas só foram divulgados nesta quarta-feira (11). A pesquisa sobre concentração de renda no Brasil considera todas as fontes de renda da população, como salário, aposentadoria, pensão e programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.
Renda média caiu em 2017
Considerando todas as pessoas que receberam algum rendimento, a renda média caiu em 2017: passou de R$ 2.124, em 2016, para R$ 2.112, no ano passado, um recuo de 0,99% ou de R$ 12.
Ou seja, cada brasileiro que tinha algum rendimento no ano passado recebeu R$ 2.112 por mês, em média. O Centro-Oeste registrou o maior valor (R$ 2.479) e o Nordeste (R$ 1.429), o menor.
A renda média da metade mais pobre da população caiu 2,5% de 2016 (R$ 773) para 2017.
O resultado foi na contramão da economia, que registrou crescimento de 1% no ano passado, após dois anos seguidos de recessão.
Desigualdade só não piorou no Sudeste
O Índice de Gini --indicador que mede a desigualdade de renda-- manteve-se em 0,549 de 2016 para 2017. Numa escala de 0 a 1, quanto maior o indicador, pior é a distribuição dos rendimentos.
A estabilidade em relação ao ano anterior ocorreu por causa de uma queda na região Sudeste, onde o índice passou de 0,535 para 0,529. No entanto, em todas as demais regiões a desigualdade piorou.
No Nordeste, o índice Gini subiu de 0,555, em 2016, para 0,567, em 2017. No Norte, passou de 0,539 para 0,544. No Sul, de 0,473 para 0,477. No Centro-Oeste, de 0,523 para 0,536.
O indicador se refere ao rendimento médio real domiciliar per capita.
(Com Agência Estado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário