Em discurso para representantes de movimentos sociais, e sindicais ligados ao campo e integrantes de comunidades quilombolas e do movimento negro, a presidente Dilma Rousseff reafirmou nesta sexta-feira 1º que a democracia do País está "ameaçada"; "Nós não defendemos qualquer processo de perseguição de qualquer autoridade porque pensa assim ou assado. Nós não defendemos a violência. Eles [os opositores] defendem. Eles exercem a violência. Nós, não", disse a presidente, que desapropriou 56,5 mil hectares de imóveis rurais para reforma agrária e regularização de territórios quilombolas
1 de Abril de 2016 às 15:15
Ana Cristina Campos, Agência Brasil - A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (1º) que a democracia no Brasil está "ameaçada" e que as regras do jogo não podem ser rompidas, porque, caso contrário, torna a relação entre as pessoas "problematizada". Ela lembrou que, na ditadura, a relação é de imposição e que não há democracia "quando o direito de alguns é atropelado pelo arbítrio de outros".
"Hoje, precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistências às tendências antidemocráticas e às provocações. Nós não defendemos qualquer processo de perseguição de qualquer autoridade porque pensa assim ou assado. Nós não defendemos a violência. Eles [os opositores] defendem. Eles exercem a violência. Nós, não. Sem democracia, a estrada das lutas pela igualdade, contra o preconceito será muito mais difícil. Por isso, nós não vamos permitir que nossa democracia seja manchada", disse Dilma, que enfrenta um processo de impeachment na Câmara dos Deputados.
Ela discursou para uma plateia de representantes de movimentos sociais e sindicais ligados ao campo e integrantes de comunidades quilombolas e do movimento negro que gritaram "Não vai ter golpe, vai ter luta" e "Viva a democracia". No evento, Dilma assinou 25 decretos de desapropriação de imóveis rurais para reforma agrária e regularização de territórios quilombolas, no total de 56,5 mil hectares.
Esta semana, Dilma recebeu o apoio de intelectuais e artistas e de movimentos sociais ligados à moradia. Na semana passada, juristas foram ao Palácio do Planalto em defesa de Dilma e contra o impeachment.
Governo destina 56 mil hectares para reforma agrária e territórios quilombolas
A presidenta assinou 25 decretos de desapropriação de imóveis rurais para reforma agrária e regularização de territórios quilombolas, no total de 56,5 mil hectares. Segundo Dilma, 21 decretos vão assegurar 35,5 mil hectares de terras para a reforma agrária em 14 estados.
Na cerimônia no Palácio no Planalto, também foram assinados quatro decretos de regularização de territórios quilombolas, atendendo a 799 famílias no Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte e Sergipe, somando 21 mil hectares. Um hectare corresponde aproximadamente às medidas de um campo de futebol oficial.
A solenidade contou com a participação de representantes de movimentos sociais e sindicais ligados ao campo e integrantes de comunidades quilombolas e do movimento negro que gritaram "Não vai ter golpe, vai ter luta" e "Viva a democracia".
Igualdade racial
No evento, também foi lançado o edital do Sistema Nacional de Promoção da Igualdada Racial que vai liberar R$ 4,5 milhões para projetos de promoção da igualdade racial no país, de apoio a políticas públicas de ação afirmativa e a políticas para comunidades tradicionais.
Segundo a ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Limo Gomes, sem promoção da igualdade racial não há democracia e os resultados nas políticas afirmativas e de inclusão social nos últimos 13 anos evidenciam conquistas "na luta pela superação do racismo", mas também enormes desafios. "Sabemos que temos um longo caminho a percorrer para superar o racismo enquanto desigualdade estrutural. Mas não podemos negar: nós estamos avançando."
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/223563/“Não-vamos-permitir-que-democracia-seja-manchada”.htm
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