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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Temer na presidência mata os projetos Alckmin e Aécio

: 247 – Justiça seja feita: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem muito mais responsabilidade pela situação atual da política brasileira do que o vice-presidente Michel Temer. Foi Aécio, ao não aceitar o resultado das urnas, aliando-se a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quem criou as condições para um impeachment sem crime de responsabilidade, que poderá manchar para sempre a história do Brasil. Temer é apenas seu beneficiário.
No entanto, embora tenha sido o motor da crise, Aécio será tragado por ela. Caso Temer consiga efetivamente chegar ao poder pela via indireta, ele será o candidato natural do capital à sua própria sucessão, em 2018, tomando um lugar antes ocupado pelos candidatos do PSDB.
Primeiro, porque o projeto Temer tem hoje o apoio de banqueiros e setores industriais, incluindo a CNI e a Fiesp, sem falar nos grupos de comunicação familiares, que estão engajados no golpe desde a posse da presidente Dilma Rousseff. Além disso, o vice deve se beneficiar de uma rápida recuperação da economia, caso demonstre capacidade de estabilizar a política – só nos últimos dois dias, nada menos que US$ 13 bilhões foram comprados pelo Banco Central para impedir uma queda maior do dólar (leia mais aqui).
Ou seja: em pouco tempo, a valorização do real poderá trazer para baixo a inflação e criar condições de bem-estar para a classe média, que voltaria a fazer compras em Miami.
Fim da reeleição?
Em entrevista publicada ontem no jornal Valor Econômico, o senador Aécio Neves afirmou que o vice Michel Temer se comprometeu a encaminhar ao Congresso uma emenda propondo o fim da reeleição. No entanto, mesmo que o faça, nada indica que a medida, que não interessa nem a prefeitos, nem a governadores, seria aprovada.
Além disso, um Temer, que chegasse ao poder com a mancha da ilegitimidade, faria de tudo para reescrever seu nome na História de forma mais digna, com uma vitória eleitoral.
Temer no poder mata não apenas o projeto Aécio, como também o projeto Alckmin. Além de ser a aposta atual do capital, não haveria espaço para dois paulistas em 2018. E se isso não bastasse, o tucano que terá mais força na nova ordem de poder será o senador José Serra (PSDB-SP), adversário interno de Aécio e Alckmin na guerra pelo espólio tucano.
Aécio, que tentou provocar o impeachment desde o dia da derrota nas eleições presidenciais, sai da crise como um dos grandes derrotados. Alckmin, que antes dizia que não se pode derrubar uma presidente por um "motivo fútil" como as pedaladas, também terá que renunciar às ambições presidenciais.
Ao PSDB, restou o papel de linha auxiliar do projeto Temer. A esse respeito, leia ainda o artigo do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), sobre a "agonia dos tucanos".
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/225824/Temer-na-presidência-mata-os-projetos-Alckmin-e-Aécio.htm

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