De acordo com a Polícia Federal, cinco militares apareceram em conversas no celular do tenente-coronel e ex-ajudante de Bolsonaro
Mauro Cid (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
247 - Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid tinha grupos de WhatsApp, aplicativo em que ele discutia com outros militares caminhos para dar um golpe de Estado no Brasil. A Polícia Federal (PF) citou cinco militares que apareceram no relatório do celular de Cid. Um deles é o Coronel Jean Lawand Junior, que ocupa o cargo de supervisor do Programa Estratégico ASTROS do Escritório de Projetos do Exército. A lista dos militares foi publicada neste sábado (17) no portal G1.
Formado no ano de 1996 em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), Junior é pós-graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). Chefiou o 6º Comando de Mísseis e Foguetes. Antes, foi Oficial de Ligação do Exército na empresa Avibras Aerospacial entre 2017 e 2020.
Outro militar que apareceu nas conversas foi Édson Skora Rosty, então general de Divisão do Exército. De acordo com a PF, em dezembro de 2022, o coronel do Exército escreveu a Mauro Cid que "ele [em referência ao então presidente] tem que dar a ordem", em alusão a tentativas de mantê-lo no poder. Depois, Lawand encaminhou o áudio, que afirma ter recebido de um "amigo do QG [Quartel-General]".
“Meu amigo, na saída do QG [Quartel-General] encontro bom o ROSTY, SCmt COTER. Foi uma conversa longa, mas para resumir, se o EB [Exército Brasileiro] receber a ordem, cumpre prontamente. De moto próprio o EB [Exército Brasileiro] nada vai fazer porque será visto como golpe. Então, está nas mãos do PR [presidente da República]", disse a mensagem.
A PF disse que o "nome ROSTY pode estar relacionado ao General de Divisão, Subcomandante de Operações Terrestres do Comando de Operações Terrestres do Exército Brasileiro, EDSON SKORA ROSTY".
O tenente-coronel Marcelino Haddad Aquino Carneiro foi apontado pela Polícia Federal como o responsável por encaminhar a Cid alguns arquivos sobre o emprego das Forças Armadas para a "garantia dos Poderes constitucionais". Atualmente, o tenente é comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro da Reserva do Rio de Janeiro. Antes, era assessor da Cooperação Militar no Paraguai.
Segundo a PF, o major Fabiano da Silva Carvalho foi o destinatário inicial da mensagem do jurista Ives Gandra sobre a tese de que o artigo 142 da Constituição Federal dá às Forças Armadas o papel de poder moderador. Carvalho é tenente-coronel, patente acima de major, e ocupa o cargo de adjunto da Seção de Doutrina e Estudos do Centro de Comunicação Social do Exército.
O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis foi um dos presos pela PF na operação que apura fraude em cartões de vacina de Bolsonaro e ajudantes, em maio. A PF disse que ele também participou dos atos golpistas de 8 de janeiro e chegou a subir na cúpula do Congresso.
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