Coronel Jean Lawand Júnior negou ter defendido um golpe de estado, apesar de ter trocado mensagens de cunho golpista com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
Coronel Jean Lawand Júnior em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
247 - O depoimento do coronel do Exército Jean Lawand Júnior à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de Jair Bolsonaro (PL) no colegiado. Lawand, autor de mensagens com teor golpista contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), negou ter pregado um golpe, mas sua versão não foi endossada pelos bolsonaristas.
Segundo o coronel, ao enviar as mensagens para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sua intenção era apaziguar os manifestantes bolsonaristas e retirá-los das ruas e quartéis. No entanto, deputados como André Fernandes (PL-CE) e senadores como Marcos Rogério (PL-RO) colocaram em dúvida a veracidade das declarações de Lawand.
De acordo com Fernandes, embora não se possa afirmar que o militar esteja mentindo, também não é possível acreditar totalmente em sua versão.” Sendo bem honesto, não acredito muito no que o senhor falou aqui, mas também não posso dizer que é mentira. Se alguém quiser acreditar, que acredite”, disse o parlamentar.
Já o senador Marcos Rogério enfatizou que “a função da oposição não é proteger depoentes ou quem cometeu crimes”. O ex-juiz suspeito e senador Sergio Moro (União-PR) também criticou as declarações do coronel, expressando sua falta de convicção em relação às explicações apresentadas.
Tanto a oposição quanto a bancada governista compartilharam a avaliação de que Lawand está isolado e não conta mais com o apoio da base bolsonarista no colegiado. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, afirmou que Lawand "está claramente isolado" e que "a base de Bolsonaro o abandonou".
Já o deputado Rogério Correia (PT-MG) chamou o coronel de "mentiroso". Aluisio Mendes (Republicanos-MA), por sua vez, considerou a versão de Lawand sobre as mensagens como "pouco crível" e difícil de acreditar.
Após a divulgação das mensagens, o Exército afirmou que elas representam "opiniões pessoais" e não refletem o pensamento da instituição. Em razão da repercussão do caso, Lawand foi retirado da representação diplomática do Brasil nos Estados Unidos.
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