Grupo de militares especializados em operações especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos", participou da tentativa de golpe liderada por apoiadores de Bolsonaro
8 de janeiro (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
247 — No dia 8 de janeiro, quando ocorreu a ação coordenada por apoiadores de Jair Bolsonaro, que ncendiaram veículos, tentaram invadir prédios públicos e causaram tumulto na Praça dos Três Poderes, em Brasília, estavam no centro dessa movimentação os chamados "kids pretos", militares de elite especializados em operações especiais do Exército, informou reportagem da Revista Piauí.
O termo "kids pretos" refere-se a esses especialistas em guerra irregular, sabotagem e insurgência popular. Eles são altamente treinados e formam a elite de combate do Exército. Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, pelo menos 26 desses militares foram convocados para cargos de destaque, incluindo o general Luiz Eduardo Ramos e o general Eduardo Pazuello, que ocupou o Ministério da Saúde durante a pandemia.
A ligação entre Bolsonaro e os "kids pretos" remonta aos tempos em que o atual presidente tentou fazer parte desse grupo durante sua passagem pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Embora tenha sido reprovado nas provas de ingresso, Bolsonaro sempre expressou sua confiança nessa tropa especializada.
Durante a tentativa de golpe, vídeos e relatos mostram ações características de militares treinados. Os manifestantes utilizaram táticas militares, como ação coordenada para derrubar gradis, uso de luvas de couro para manipular dispositivos quentes e distribuição estratégica de água mineral para mitigar os efeitos do gás lacrimogêneo.
A atuação desses militares de elite em ações antidemocráticas e incitadoras de violência coloca em risco os princípios democráticos e a segurança do país. As investigações sobre a tentativa de golpe estão a cargo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, e o Exército informou que cooperará com as autoridades competentes para esclarecer os fatos. A presença dos "kids pretos" no centro desse episódio reforça a importância de um debate sobre os limites e o papel das Forças Armadas na sociedade democrática brasileira.
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