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domingo, 5 de fevereiro de 2012

OS DIFERENTES TIPOS DE PLÁSTICO BIODEGRADÁVEL

 

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor- http://luizcarlosamorim.blogspot.com

Volto ao assunto das sacolas plásticas biodegradáveis, que foram adotadas em São Paulo. É que a corrente contrária, que afirma não ser o plástico biodegradável nada daquilo que se apregoa, que não beneficia o meio ambiente, que não é melhor do que o plástico comum, levantou a voz, liderada pelos fabricantes dos famigerados sacos plásticos.
Até aí, tudo bem, é até compreensível que os fabricantes de quantidades astronômicos de sacolas plásticas que são usadas em todo o país em supermercados, lojas, mercados, feiras, etc., defendam o seu produto. O que não invalida o fato de que o plástico comum demora cem anos para ser degradado e o biodegradável pode levar apenas meses. Então,há que se saber mais sobre os plásticos biodegradáveis.
O que eu não gostei, na verdade, foi ver, no domingo passado, na televisão, um especialista no assunto dizer que o plástico biodegradável – as sacolas que os supermercados de São Paulo estão vendendo para os clientes, desde o início de fevereiro – só degrada no curto prazo prometido se for tratado em compostagem. Ora, o problema da sacola, na verdade, não é se ela é reaproveitável ou não. O problema é que nós a usamos para acomodar o lixo doméstico que vai ser levado para aterros sanitários (?), e todo aquele plástico comum fica lá amontoado, sem se decompor, fazendo as camadas de lixo deslizarem, com a possibilidade de provocar tragédias como a que aconteceu em Ilha Grande. Então o plástico biodegradável não deveria se decompor nos lixões?

Foi então que tomei conhecimento de que há dois tipos de plástico biodegradável, segundo o Instituto Ideais: hidrobiodegradável e oxibiodegradável. O primeiro, é aquele que precisa de ambiente ideal e específico para se degradar rapidamente, ou seja, a compostagem, além de produzir efeito estufa. De outra maneira, ele se comportaria como plástico comum. E este parece ser o plástico biodegradável que estão usando para as famosas sacolinhas vendidas em São Paulo.

Já o plástico oxibiodegradável não precisa de ambiente específico para se decompor, ele some na natureza em tempo reduzido e sem efeitos colaterais, em qualquer ambiente. Seria, então, o ideal para usarmos em tantas embalagens quanto possível.
Outra coisa que vem sendo levantada, com razão, é o fato de que não são só as sacolas que a gente usa a todo instante que são feitas de plástico. Há uma gama imensa de embalagens de produtos secos e molhados que são confeccionadas com plástico comum. Sei que precisamos começar por algum ponto, e acho ótimo que tenhamos começado, finalmente, pelas sacolas plásticas. Mas não podemos ficar apenas nas sacolas. Há muito mais feito de plástico: embalagens de refrigerantes, de iogurtes, de toda sorte de produtos alimentícios secos ou não, quase todo produto que se compra vem envolto em plástico, seja uma peça para o carro, um eletrodoméstico, um brinquedo, tudo. E isso tudo leva um século para se decompor, a exemplo das sacolas de supermercado.
Então, se não for possível substituir todas as embalagens de plástico comum - e parece que tudo é embalado com plástico - o que precisamos é nos educar no sentido de separar todo esse plástico para ser reciclado, de maneira que não vá parar nos aterros sanitários, nos esgotos, nos rios, no mar, etc. E urgente, porque o meio ambiente já não aguenta tanto plástico. Pelo prazo que ele precisa para se degradar, os primeiros produtos feitos de plástico, aqueles do início do uso do plástico ainda não começaram a se decompor. Já imaginaram quanto plástico está acumulado na natureza?

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