247 - A cúpula do Congresso Nacional já vê como praticamente certa uma CPI sobre as conversas entre Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros integrantes do Ministério Público. Jair Bolsonaro, que não se pronunciou sobre o escândalo, está tentando se afastar ao máximo do caso, apesar de ter sido o maior beneficiário com as manobras ilegais da Lava Jato, com o impedimento de Lula de participar do pleito e até de conceder uma entrevista.
Em reunião nesta manhã, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, discutiram o cenário, segundo o jornalista Igor Gielow. Segundo o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS), os partidos irão se reunir na tarde desta segunda-feira (10) para discutir iniciativas coletivas quanto ao escândalo.
"O que está em discussão não é uma conversa, mas uma associação de cunho criminoso, que envolve o Ministério Público e o judiciário, que se juntaram de maneira ilegal, com fins eleitorais específicos, com dois muito claros, que é impedir Lula de ser candidato e impedir a eleição de Fernando Haddad", disse Pimenta, em entrevista ao Brasil 247.
Bolsonaro deixou para os filhos a missão de fazer uma defesa da Lava Jato que o hoje ministro representava como juiz símbolo -em vez de defenderem Moro, os três, Eduardo, Carlos e Flávio dedicaram-se a atacar o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, recorrendo ao tradicional padrão homofóbico do clã Bolsonaro.
O presidente será obrigado a falar mais cedo ou mais tarde sobre a situação, mas a aposta pela manhã de segunda (10) no Planalto era a de que deixaria a missa~espinhosa para seu porta-voz, general Otávio do Rêgo Barros. Os militares com assento no governo, usualmente entusiastas de Moro, estão prudentemente silenciosos sobre o episódio até aqui.
Moro tende a ser jogado às feras no Congresso, onde tem poucos amigos e coleciona antipatia por seu estilo arrogante e com o recurso a um tom de velada ameaça contra os parlamentares.
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