A economista e professora da USP Laura Carvalho observa que, apesar dos altos índices de desemprego e da estagnação econômica, o governo Jair Bosloanro insiste em "continuar procurando a tal caixa-preta no BNDES enquanto destruímos completamente a capacidade de investimento e de financiamento do Estado brasileiro”.
20 de junho de 2019, 09:32 h Atualizado em 20 de junho de 2019, 10:11
A economista e professora da USP Laura Carvalho observa que a crise econômica brasileira “é bastante atípica” e que “a caixa-preta, que nos desastres ajudam a revelar alguns deles, pode ser encontrada, no caso de nossa recessão, em um setor-chave da economia: a construção civil”.
“Se considerarmos que a recessão começou no segundo trimestre de 2014, tal qual identificado pelo Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), o PIB Brasileiro ainda está 5,3% abaixo de seu valor pré-crise, tornando esta a mais lenta recuperação da história. Ainda assim, nada comparado ao que se passa no setor de construção, que ainda sofre com um produto 31,8% menor do que no pico”, destaca Laura em um artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo.
Laura relembra que, além da retração do setor, a construção civil faz uso intensivo da mão de obra e “a perda de empregos no setor é, sozinha, responsável por mais de 20% do aumento no número de desempregados no país”.
“É aí que entra em cena a confluência de fatores. Primeiro, na semana em que foi protocolado o maior pedido de recuperação judicial da história brasileira, pela Odebrecht S.A., não é possível ignorar os impactos econômicos de curto prazo da Operação Lava Jato”, diz. Ainda segundo ela, a retração do crédito também faz parte da confluência de fatores que atrasam o reaquecimento da economia. Para a economista, a ideia do governo jair Bolsonaro de "continuar procurando a tal caixa-preta no BNDES enquanto destruímos completamente a capacidade de investimento e de financiamento do Estado brasileiro”.
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