247 - A Polícia Federal encontrou o que considera ser o primeiro elo financeiro documentado entre o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Michel Temer, e a Rodrimar, empresa suspeita de ter pago propina a Temer para ser beneficiada em decreto sobre os Portos.
Segundo a linha de investigação, divulgada pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira, 31, a ligação entre o coronel e a Rodrimar se materializa na empresa Eliland, braço de uma offshore sediada no Uruguai.
A PF suspeita que o administrador da filial brasileira da Eliland, Almir Martins, seja um laranja do coronel. Martins foi contador das campanhas eleitorais de Temer de 1994, 1998, 2002 e 2006, e trabalha até hoje em uma das empresas de Lima, a Argeplan.
Em depoimento à PF, o contador disse que foi colocado como gerente para administrar dinheiro de um único contrato —com a Rodrimar. Martins não apontou os serviços prestados.
O coronel Lima, que chegou a ser preso em março, é apontado como um intermediário do presidente e possível receptador de propinas em nome do emedebista. Temer tem negado as suspeitas.
As suspeitas envolvendo Temer e a Rodrimar tiveram como base documentos apreendidos na operação Patmos e interceptações telefônicas de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer.
Para a PGR (Procuradoria-Geral da República) e a Polícia Federal, há indícios de que o chamado decreto dos portos, assinado por Temer em maio de 2017, tenha beneficiado a Rodrimar —que atua no porto de Santos, historicamente área de influência do presidente e do PMDB— em troca de propina.
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