Folhapress18 de maio de 2017
Foto: Júnia Garrido/Futura Press
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BELA MEGALE, CAMILA MATTOSO E RUBENS VALENTE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu afastar
do cargo o senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e que
aparece, segundo reportagem, em gravação pedindo R$ 2 milhões a donos do
frigorífico JBS, que negociam delação premiada.
Também foi afastado, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o deputado
Rocha Loures (PMDB-PR), um dos assessores mais próximos do presidente Michel
Temer e que teria sido filmado recebendo uma mala de R$ 500 mil.
A irmã do senador, Andrea Neves, e o primo, Frederico Pacheco de Medeiros,
foram presos. Segundo as investigações, Medeiros recebeu o dinheiro que o
empresário Joesley Batista direcionou a Aécio.
Também foram presos uma irmã de Lúcio Bolonha Funaro, chamada Roberta, além
de um assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Funaro é apontado como
operador de Eduardo Cunha.
Outro detido é o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), suspeito de se infiltrar em investigação
relacionada ao frigorífico.
A Procuradoria chegou a pedir a prisão de Aécio, mas o ministro Edson Fachin,
relator da Lava Jato, encaminhou o caso para deliberação do plenário do STF. Na
decisão de Fachin, o ministro determinou ainda que ele não mantenha contato com
outros investigados e o proibiu de deixar o país.
Policiais federais chegaram às 6h na casa de Aécio em Brasília, que fica no
Lago Sul, uma das regiões mais nobres da cidade. O advogado de Aécio, José
Eduardo Alckmin, está no local, mas ainda não há confirmação de que o senador
esteja lá.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, telefonou para o presidente
do senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), pouco antes das 6h para informá-lo de que
era preciso fazer a operação. Acertaram que a polícia legislativa acompanharia
os policiais federais.
Residências de Aécio em Brasília, Rio e Belo Horizonte foram alvo de busca e
apreensão, além de imóveis e gabinetes Perrella, Rocha Loures e Altair Alves,
conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha.
A PF está fazendo buscas no Congresso e na casa do coronel João Baptista Lima
Filho, ligado a Temer.
DELAÇÃO
Aécio e Rocha Loures foram citados pelo empresário Joesley Batista, um dos
donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS. A informação foi dada
pelo colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo", e confirmada pela reportagem.
Joesley e seu irmão Wesley foram ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal
Federal Edson Fachin para selar um acordo de delação premiada na última quarta
(10).
A delação aponta que Temer destacou o deputado federal para intermediar
interesses do grupo empresarial no Cade, órgão de defesa da concorrência. Desde
2011, ele trabalha com o presidente, quando Temer foi eleito vice na chapa de
Dilma Rousseff. Rocha Loures, na época, era chefe de Relações Institucionais da
Vice-Presidência.
Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.
Aécio Neves também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley para pagar sua
defesa na Lava Jato. A quantia foi entregue posteriormente a um primo do tucano,
em ação filmada pela PF.
A delação da JBS também menciona o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como
contato da companhia com o PT.
A JBS esteve na mira de investigações da Polícia Federal em diferentes
frentes desde 2016. Na sexta-feira (12), a PF deflagrou operação sobre supostas
irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES. O juiz responsável,
Ricardo Leite, de Brasília, negou um pedido de prisão contra os donos da
empresa.
https://br.noticias.yahoo.com/atualizada-stf-afasta-a%C3%A9cio-neves-133800397.html
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