
O líder do PT na Câmara, deputado
Carlos Zarattini (SP), afirmou na
quarta-feira (25), que o partido prepara uma série de ações para tentar impedir
a aprovação da reforma da Previdência no Congresso e que a oposição ao projeto
poderá contar com a participação de bancadas que hoje fazem parte da base aliada
do presidente ilegítimo Michel Temer, como o PTB e o Solidariedade.
A crença de Zarattini em uma vitória contra o governo no debate sobre a
Previdência se baseia principalmente na forma como o partido atuou com o projeto
de renegociação das dívidas dos estados com a União. “Ganhamos a rejeição ao
projeto que arrochava os estados em troca da negociação das dívidas, comandamos
a votação e obtivemos o resultado, tanto que Temer teve de vetar um projeto da
sua iniciativa. Está aí embasada a ideia de barrar a reforma da Previdência”,
disse, em entrevista à TV Estadão, argumentando que o PT não perdeu todas as
votações.
O petista afirmou que partidos como o PTB e o Solidariedade, que fazem parte
da base de Temer, também devem se opor à reforma da Previdência. “A oposição não
é só do PT ou da esquerda, é mais ampla”, declarou. Segundo Zarattini, as ações
contra a reforma devem ser desde manifestações de rua até a realização de
plenárias e articulações com lideranças religiosas. “Vamos divulgar os
malefícios da reforma da Previdência, que é repudiada pela população”, disse.
A ideia, segundo o deputado, é fazer uma contraposição à campanha que o
governo tem feito na mídia a favor da reforma. “Estão gastando milhões e
milhões, mas é muito difícil mudar a opinião dos brasileiros, que podem perder
direitos previdenciários”, afirmou.
Delações - O líder do PT comentou também as delações de executivos da
Odebrecht e disse que elas podem causar uma “forte desagregação” no Congresso.
Ele disse ainda que tem ocorrido uma criminalização não somente do chamado caixa
2, mas também das doações legais de empresas a parlamentares. “Impedir a relação
entre empresários e parlamentares é querer impedir que o sol brilhe de manhã”,
afirmou o deputado.
Após a crítica, ele defendeu a regulamentação do lobby no Brasil para dar
mais transparência às relações entre empresas e políticos, ao dizer que é
natural setores empresariais buscarem ter seus representantes no Congresso. A
regulamentação, portanto, serviria para “clarificar quem é quem no Congresso”.
Apesar disso, Zarattini se posicionou a favor do fim das doações empresariais em
campanha eleitorais e torce para que “elas não voltem mais”.
Ainda sobre as relações entre políticos e empresas, o deputado afirmou que “a
cada dia está evidente que o PMDB operou recursos em empresas do governo, não só
o Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara), mas também a participação clara e
evidente do Renan Calheiros (presidente do Senado) e do próprio presidente
Michel Temer”. “É preciso discutir isso.”
Futuro do PT - Sobre o futuro do PT, Zarattini negou que esteja havendo uma
maior divisão no partido, depois do processo do impeachment e de derrotas nas
eleições municipais. “Há um ano a imprensa falava que 40 deputados iam sair do
partido e até agora não saíram. Estamos nos reaproximando, estamos cada vez mais
unidos”, afirmou.
Equipe PT na Câmara ,com agências
Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos:
www.flickr.com/photos/ptnacamara
http://ptnacamara.org.br/index.php/inicio/noticias-gerais/item/30253-zarattini-anuncia-forte-campanha-contra-reforma-da-previdencia-proposta-por-temer
Nenhum comentário:
Postar um comentário