Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias critica, em entrevista, "vazamentos seletivos" e aponta uma "inversão jurídica assustadora" com a prática da delação premiada, que segundo ele, "é uma questão delicada no mundo inteiro"; em entrevista, Patrus, que também é advogado e professor de Direito da PUC-Minas, demonstra "sérias preocupações" com a forma como vendo sendo conduzido o processo da Lava Jato
3 de Maio de 2015 às 08:40
Minas 247 – Advogado e professor de Direito da PUC-Minas, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, demonstra "sérias preocupações" pela forma como vem sendo conduzida a Operação Lava Jato e seus "vazamentos seletivos" de delação premiada. Em entrevista ao Estadão, o militante histórico e fundador do PT lembra que a delação premiada é uma "questão delicada no mundo inteiro".
"Delação premiada é uma questão muito delicada no mundo inteiro. Muitos países não a adotam e, nos que adotam, a primeira condição é para que elas sejam rigorosamente preservadas para apurar a verdade, porque quem está falando é um bandido que está tentando defender a pele dele", explica o ministro. Para ele, a investigação tem "procedimentos policiais e judiciais questionáveis".
"O que está acontecendo no Brasil é que a delação está tendo vazamentos seletivos e a partir do momento que aparece um nome citado pelo delator ele está condenado. Temos uma inversão jurídica assustadora. A delação premiada está sendo instância de julgamento das pessoas. Isso é muito grave do ponto de vista do Estado democrático de direito e do devido processo legal", critica Patrus.
Para o ministro, o PT "está vivendo hoje a maior crise da sua história por conta da prática do uso de recursos privados nas campanhas eleitorais", mas ressalta que "o comportamento de pessoas (corruptas) não é o do PT". Sua proposta é que o partido assuma que "foi um erro" aceitar doações privadas para campanhas eleitorais. "É importante que o partido ponha em prática o que defende", diz.
Brasil 247
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