Ministro do STF Gilmar Mendes disse que a revelação de que Deltan Dallagnol planejou investigação clandestina contra o ministro Dias Toffoli requer providências urgentes das instituições; "O Brasil está diante da maior crise que se abateu sobre o aparato judicial desde a redemocratização"
1 de agosto de 2019, 14:37 h Atualizado em 1 de agosto de 2019, 14:39
247 - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribuna Federal (STF), reagiu com indignação às revelações de que o procurador Deltan Dallagnol incentivou uma investigação clandestina contra o ministro Dias Toffoli em 2016, feitas pela Folha de S. Paulo e The Intercept Brasil nesta quinta-feira, 1.
"O Brasil está diante da maior crise que se abateu sobre o aparato judicial desde a redemocratização", disse Mendes à jornalista Monica Bergamo. Segundo o ministro, as revelações "atingiram, num só ato, dois pilares do sistema: a PGR e a Justiça Federal [onde Sergio Moro atuava]".
"As revelações da Folha explicitam os abusos perpetrados pela denominada força-tarefa. E reclamam as providências cabíveis por parte de órgãos de supervisão e correição", segue Mendes.
O ministro do STF, que é um dos mais críticos à operação Lava Jato, criticou ainda o fato de Dallagnol, segundo os diálogos, saber que a Receita Federal investigava mulheres de ministros do STF. No começo do ano, um relatório sobre a mulher dele, Guiomar Mendes, e sobre Roberta Rangel foi vazado para a imprensa.
"Com a publicação, hoje, desses diálogos, fica claro quem usou a Receita como um órgão de pistolagem. Como dizia Mario Henrique Simonsen, o trapezista morre quando pensa que pode voar", finaliza.
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