Responsável direta pela ascensão da extrema-direita no Brasil, ao pressionar o Poder Judiciário a prender o ex-presidente Lula e retirar seus direitos políticos, o grupo Globo agora se dá conta de que Jair Bolsonaro é um risco para o Brasil. Em editorial publicado nesta quarta-feira, o jornal O Globo aponta novas quebras de decoro – ou seja, motivos para impeachment
14 de agosto de 2019, 05:20 (Foto: PR | Mídia Ninja)
247 – O editorial desta quarta-feira do jornal O Globo aponta mais motivos para o afastamento de Jair Bolsonaro da presidência da República, por quebra de decoro. Curisamente, o texto parte de um veículo de comunicação que foi crucial para a ascensão da extrema-direita no Brasil, ao pressionar o Poder Judiciário para prender e retirar os direitos políticos do ex-presidente Lula – que seria presidente pela terceira vez não fosse a campanha de ódio promovida pela Globo.
"Nos últimos dias, o presidente tem sido especialmente produtivo em falar o que não deve, em usar termos chulos, em investir contra o decoro da Presidência da República. À costumeira agressividade de quando trata de temas políticos, sempre abordados de maneira radical, Bolsonaro acrescentou uma fixação escatológica. É no mínimo exemplo de má educação, de inconveniência. Por partir de um presidente da República, não passa despercebido no mundo, e isso afeta a imagem do país, com prejuízos concretos. No descontrole em que se encontra Bolsonaro, interesses diplomáticos envolvendo a economia já começam a ser afetados", aponta o texto.
"A oposição à preservação do meio ambiente, uma característica da extrema direita mundial, tem sido exercida como se Bolsonaro ainda estivesse no baixo clero. Seu governo, com o ministro do Meio Ambiente à frente, Ricardo Salles, procura romper por completo o acordo com Alemanha e Noruega, que sustentam o Fundo Amazônia com bilhões em doações, para apoio a projetos sustentáveis na região", prossegue o editorial.
"Com o desconcertante ataque ao Fundo Amazônia, entre outros atos, Bolsonaro dá pretexto para que França e Alemanha, cujos agricultores e certas indústrias desgostam do acordo entre a UE e o Mercosul, tirem o apoio ao tratado comercial. Um revés para o Brasil. A vitória da chapa peronista Alberto Fernández/Cristina Kirchner nas primárias argentinas contra o presidente Mauricio Macri, de centro direita, mereceu de Bolsonaro uma reação também nada protocolar. Alertou os gaúchos para o risco de a 'esquerdalha' transformar a Argentina em nova Venezuela, e o Rio Grande do Sul, outro Roraima, porta de entrada de venezuelanos no país. Bolsonaro se esquece do Mercosul, do nível de integração que já existe entre os dois países, com a Argentina sendo forte importador de produtos manufaturados do Brasil. O presidente se torna um risco para o país", finaliza o editorial.
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