O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), discursou na noite de terça-feira (14) para fazer uma avaliação do momento político atual e do que está em jogo no país nesta eleição para presidente da República. Lembrou o líder os dois projetos que estão em pauta neste pleito: um, implantado nos últimos 12 anos, que tem como marcas a inclusão social e o combate à corrupção. O outro, que privilegia uma política neoliberal, da redução de direitos, do desemprego e que buscou entregar o patrimônio público.
O líder saudou a presidenta Dilma que, “com o seu equilíbrio, com a sua coragem, cada dia toma decisões para melhorar o Brasil”. Ele citou a criação do Portal da Transparência, da Procuradoria Geral da República e o fortalecimento da Polícia Federal, que contratou milhares de agentes e teve autonomia para as investigações.
“Está tudo resolvido? Claro que não. Muita coisa ainda falta resolver, mas nós saímos do abismo do desemprego, do abismo do arrocho salarial, do abismo das privatizações, não de concessões, e queriam fazer isso com a Petrobras e é por isso que ela apanha tanto”, disse.
Vicentinho chamou a atenção para o que classificou de de dois pesos e duas medidas na abordagem pela grande mídia de temas envolvendo o PT e a oposição, notadamente o PSDB e o DEM. Ele lembrou vários episódios em que foi feita vista grossa para os desmandos ocorridos por esta oposição enquanto, de outro lado, a mídia tentou supervalorizar investigações em curso pelo governos do PT e que puniram exemplarmente aqueles que erraram em suas condutas no exercício de cargos públicos.
Escafedeu - “O nosso povo não pode esquecer as várias posturas que atentaram contra a ética, de corrupção, envolvendo o PSDB e o DEM, na história recente do Brasil. Desde a época em que Fernando Henrique Cardoso, que agora manifestou um profundo preconceito ao povo nordestino, foi acusado de ter comprado votos aqui nesta Casa para o direito à reeleição, para usurpar a reeleição, que não se conseguiu abrir uma CPMI, e ninguém fala mais desse assunto. Mas o caso mais grave é o chamado mensalão do PSDB”, ilustrou Vicentinho.
“No caso do mensalão do PSDB, nós vimos uma coisa fácil. Estava no Supremo Tribunal Federal e, de repente, desapareceu, escafedeu-se! E a nossa mídia não procura cavoucar, não procura informação a respeito desses assuntos!”, vaticinou.
Lembrou o líder que, no caso do PT, no chamado mensalão, eles marcaram o julgamento exatamente no período das eleições municipais. “Mas o povo brasileiro não é besta, votou direitinho e fez o partido crescer, aumentando seus vereadores e prefeitos”, disse.
Metrô - Outros episódios envolvendo o PSDB, como o caso do metrô em São Paulo e o caso da Siemens também foram citados pelo líder Vicentinho. “Foi preciso uma empresa denunciar lá fora, porque o Tribunal de Contas da União não acompanhou, não teve interesse da mídia, nem CPIs e nem de setores de Judiciário”.
Nesse episódio, a empresa Siemens delatou em junho às autoridades a existência de um suposto cartel em licitações para compra de equipamentos, construção e manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo. A empresa alemã chegou a assinar um acordo de leniência com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), para garantir à companhia benefícios e redução da pena caso o cartel seja condenado.
A combinação de preços envolveria, além da Siemens, a francesa Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japonesa Mitsui. O cartel teria atuado em ao menos seis licitações. Segundo a delação, as empresas combinariam previamente quem seriam os vencedores das licitações, influindo nos preços. Os casos vão de 2000 a 2007 e compreendem os governos de Mário Covas (1995 a 2001), Geraldo Alckmin (2001 a 2006) e José Serra.
Verdade - “Então, se é para colocar todas as questões para fora, tem que colocar todas de maneira transparente, porque aqui nós temos deputados sérios de todos os partidos. Eu acredito que tenha muito deputado sério no PMDB, no PSDB, no DEM, no PT, em todos os partidos. A esses deputados interessa a verdade em qualquer circunstância, e não a postura politiqueira, com informação colocada a cada dia”, completou o líder Vicentinho.
Estranho - “É muito importante a reflexão que fez ainda há pouco o representante da Oposição, do DEM, do PSDB, a respeito da questão do juiz Sérgio Moro. Como é que pode, que autoridade o juiz tem quando permite vazamento e gravação límpida de uma coisa que era para ser secreta? Alguma coisa está estranha”, questionou.
Responsável pela condução de processos decorrentes da Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro é acusado de violar a delação, que é sigilosa, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a partir de oitivas realizadas em um processo da Lava Jato que não está sob segredo.
Compromisso - Por fim o líder do PT lembrou o compromisso do Governo com os trabalhadores e criticou o senador Aécio Neves por suas posturas no Legislativo. “Eu me lembro que, quando eu era Presidente da CUT, eu estive aqui acompanhando com muita preocupação o então Presidente da Câmara Aécio Neves comandar a aprovação de um projeto que mudava profundamente o art. 618 da CLT, permitindo a Emenda nº 3 que transformava os trabalhadores de pessoas físicas em pessoas jurídicas, tirando-lhes direitos à aposentadoria, a férias, ao 13º salário, ao aviso prévio, ao Fundo de Garantia. Graças ao Presidente Lula, que vetou aquela insanidade, os trabalhadores não estão tão perdidos como estariam por iniciativa”, concluiu o líder .
PT na Câmara
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