247 - Pesquisas encomendadas pelo Palácio do Planalto apontaram que Michel Temer era “amigo e cúmplice” do empresário Joesley Batista, dono da JBS, e que a esperança popular no peemedebista havia acabado. Os levantamentos são de junho, entre a divulgação da conversa no porão do Palácio do Jaburu e a primeira denúncia criminal contra Temer — mas entraram em um banco de dados público da Presidência na sexta-feira.
“Os participantes entendem que Temer era amigo e cúmplice do empresário”, afirma pesquisa interna do Instituto Análise, encomendada pelo Planalto. Os entrevistados atacaram o fato de Temer “saber das ações ilícitas do empresário da JBS e não prendê-lo”. Além de Joesley não ter sido preso à época, os participantes consideraram grave que Temer tenha se mantido como presidente.
A Presidência pagou por duas pesquisas, uma em São Paulo e outra em Brasília, Rio, Porto Alegre e Salvador. Ambas foram feitas em junho e miraram homens e mulheres acima de 18 anos, com renda A, B e C.
O levantamento ainda revela que a divulgação do diálogo entre Temer e Joesley no Jaburu foi determinante para o fim da expectativa positiva com o presidente: erros do peemedebista teriam desapontado o público da amostra.
“Após essa gravação, a esperança atribuída ao representante maior do Governo Federal exauriu-se, pois entendem que o presidente da República errou. Os participantes demonstram decepção e indignação diante do fato”, que “incomodou bastante os participantes”, diz o documento. Nesse contexto, toda a classe política perdeu crédito: entrevistados opinaram que há corrupção “em todos os níveis da política”.
Michel Temer tampouco foi bem-sucedido na tentativa de resposta que deu ao caso no pronunciamento de 18 de maio — aquele em que disse repetidamente que não renunciaria. As entrevistas auferiram que o discurso foi “altamente reprovado”, na medida em que ficou “distante da realidade do dia a dia dos participantes”, que externaram reações “muito ruins”.
As informações são de reportagem de Eduardo Barreto em O Globo.
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