247 - Um dia após ter comemorado 21 anos na Jovem Pan, o âncora Paulo Pontes anunciou ter sido demitido da rádio. Ele criticou, em um desabafo no Facebook, a forma como isso aconteceu e revelou alguns dos motivos.
Segundo ele, o desligamento da bancada do Jornal da Manhã, onde ficou por 16 anos, foi motivado porque ele não admitiu "o radicalismo que se impôs na linha editorial" do veículo. "Para mim, desde sempre, Lula, Aécio, Temer, Alckmin e milhares de outros se equivalem. Mas a lei [na rádio] era só criticar o PT e abafar o resto...", escreveu.
"Minha ética, meu compromisso com a verdade e com a condição apolítica não me permitiam vender a alma. Isso foi o início do meu fim na Jovem Pan", acrescentou. Confira abaixo a íntegra do texto, reproduzido na coluna de Flávio Ricco, do UOL.
"Gente, parece incrível, mas ontem postei aqui que completava 21 anos de Jovem Pan. Agradeço a todos que curtiram e comentaram. Mas, ironia do destino, venho no dia seguinte comunicar a todos que meu ciclo na Jovem Pan terminou. Não tenho o que reclamar. Uma casa onde trabalhei por 21 anos ficará para sempre marcada em minha vida como, tenho absoluta certeza, apesar da falta de modéstia, que ficarei lá. Só posso agradecer, começando pelo começo, à Renata Perobelli Borba que fez a ponte, lá atrás, como Anchieta Filho , e me levaram para convesar com o Zé Pereira. E assim mudei da Bandeirantes para a Jovem Pan em 10 de outubro de 1996. Antonio A Carvalho , o seu Tuta, foi um grande patrão e confiou em mim. Pois foi ele quem me colocou como titular do Jornal da Manhã em 13 de dezembro de 1999. Por 16 anos tive a honra de apresentar esse jornal. Mas com as mudanças na empresa, fui limado da bancada por não admitir o radicalismo que se impôs na linha editorial. Para mim, desde sempre, Lula, Aécio, Temer, Alckmin e milhares de outros se equivalem. Mas a lei era só criticar o PT e abafar o resto. Algumas poucas pessoas viraram cordeiros para conquistar cargos e assim se mantém até hoje. Mas minha ética, meu compromisso com a verdade e com a condição apolítica não me permitiam vender a alma. Isso foi o início do meu fim na Jovem Pan. Admiro toda a família do seu Tuta, exceção feita aos dois filhos, que, inclusive, são bloqueados em meu Face. A Jovem Pan não os merece. A todos, indistintamente, todos com quem eu trabalhei na Jovem Pan, alguns com maior proximidade, outros nem tanto, meu muito obrigado e o agradecimento eterno por terem me permitido fazer parte desta grande equipe e grande casa. A vida segue. Não defini ainda o caminho que vou tomar, mas em breve espero ter tido essa definição. Aos ouvintes, muito fieis, meu muito obrigado e a certeza de que nunca enganei qualquer um com meus comentários, induzindo a interesses próprios. E assim continuarei, esteja onde estiver".
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