por : Kiko
Nogueira
A entrada do Complexo Médico Penal do Paraná, onde estão os presos da Lava
Jato
Sérgio Moro pediu toda uma galeria do Complexo Médico Penal de Pinhais, o
CMP, na região metropolitana de Curitiba, para presos da Lava Jato.
A ordem é que ela seja preparada entre os dias 21 e 25 de novembro. Um
mutirão está sendo organizado para atender o juiz. Detentos serão remanejados. A
maioria é formada por idosos e cadeirantes.
Até o final de outubro, havia onze encarcerados ali na operação comandada por
Moro. São 94 pessoas no total. Portanto, ele quer pelo menos 80 vagas.
Os “clientes especiais”, apelido dado por um carcereiro, incluem José Dirceu,
o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, o ex-deputado do PP Pedro Corrêa e
José Carlos Bumlai. Dirceu já elogiou a polenta servida no marmitex.
Marcelo Odebrecht mudou-se para a carceragem da Polícia Federal, onde
está Eduardo Cunha.
Passaram também pelo local executivos da OAS, Mendes Júnior, Camargo Corrêa e
Galvão Engenharia, libertados por decisão do Supremo Tribunal Federal no final
de abril e atualmente em regime domiciliar.
Cada cela tem espaço para três prisioneiros. A cama é de cimento, o banho é
coletivo, de água fria, e as necessidades são feitas num buraco no chão
conhecido como “boi”. Ao lado dele, fica um tanque.
Cela da Lava Jato
O CMP inteiro tem cerca de 740 detidos espalhados em seis galerias, além de
uma ala feminina — onde esteve Mônica Moura, mulher de João Santana. Mônica
recebeu uma Bíblia, que lia em voz alta.
A demanda de Moro indica que a Lava Jato terá uma aceleração nos próximos
dias. Internamente, há uma apreensão sobre a presença de Lula entre os próximos
alvos.
Na semana passada, o diretor do presídio, Roberto da Cunha Saraiva, foi
afastado. Ele vinha se queixando de que não havia condições de abrigar Lula.
Saraiva costumava ponderar sobre a segurança deficiente do lugar. Os muros,
de acordo com ele, não teriam como segurar uma invasão do MST, por exemplo. Seu
substituto é Jeferson Domingues Walkiu, que, conforme apurou o DCM, “faz o que
mandam fazer”.
As instalações são antigas e não estão nas melhores condições. O antigo
Manicômio Judiciário foi inaugurado em janeiro de 1969, mudando o nome para
Complexo Médico-Penal do Paraná em dezembro de 1993.
O formato, visto de cima, é o de uma metralhadora, como apontou o jornalista
Fernando Rodrigues. Pode se transformar numa bomba.
O presídio, em imagem do Google
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http://www.diariodocentrodomundo.com.br/moro-pede-galeria-inteira-de-presidio-para-lava-jato-diretor-que-dizia-nao-ter-seguranca-para-abrigar-lula-e-afastado-por-kiko-nogueira/
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