Ministro de Investimentos do reino conversou com executivos e gestores sobre as oportunidades de sinergia entre os dois países
Por Rikardy Tooge, InfoMoney - A
Arábia Saudita está disposta a aumentar seus investimentos no Brasil e
em diferentes setores, com olhar especial para negócios envolvendo
transição energética. Essa foi a mensagem transmitida pelo ministro de
Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih, durante o evento
“Welcome Saudi Arabia”, promovido nesta segunda-feira (31), pela XP.
“Estamos trabalhando para alavancar as oportunidades que existem no
Brasil. Vemos mineração e os créditos de carbono como iniciativas que
vão ajudar a descarbonizar a economia global. A Arábia Saudita tem o
compromisso de ser carbono zero, é uma transição que vai demandar muito
investimento e tem fit com o Brasil”, analisou Al-Falih, durante o
evento que reuniu mais de 300 executivos e gestores dos dois países,
além do ministro dos Transportes, Renan Filho.
O ministro saudita lembrou do acordo de US$ 3,4 bilhões anunciado na
semana passada entre Vale (VALE3) e o PIF (Fundo de Investimento Público
da Arábia Saudita, em inglês) para que a mineradora brasileira avance
com seu negócio de metais básicos, utilizados amplamente na produção de
baterias para carros elétricos.
Com a economia fortemente atrelada ao petróleo, o ministro da Arábia
Saudita explica que a estratégia voltada à transição energética não
significa um abandono da commodity. Al-Falih aponta que os sauditas
podem ganhar em agregar valor ao petróleo como substituto de itens
duráveis, como plástico e concreto, por exemplo.
Outra pauta de interesse do governo da Arábia Saudita no Brasil,
prossegue Khalid A. Al-Falih, é na segurança alimentar. O fundo soberano
para o tema, Salic, que investiu R$ 1,6 bilhão recentemente na BRF
(BRFS3) e é acionista relevante também na Minerva (BEEF3) e o ministro
de Investimentos entende que a agropecuária seguirá sendo um ativo
estratégico para os aportes do reino.
“A segurança alimentar é um tema importante para nós e queremos
tornar a Arábia Saudita em um polo para a segurança alimentar. Vemos
oportunidade em transporte e logística, construção de silos. Por outro
lado, melhorar a logística para a exportação de nossos fertilizantes”. O
ministro lembrou que o plano estratégico do país prevê cerca de US$ 3
trilhões até 2030 nos mais diversos setores da economia.
Ainda no contexto da descarbonização e segurança alimentar, o
ministro destacou ainda a importância de Brasil e Arábia Saudita como
“potências” que estão emergindo no novo contexto global. “Um dos pilares
da nova ordem mundial é a ascensão do Sul Global. Isso nos coloca como
bons parceiros geopolíticos e acreditamos que discussões como essas nos
ajudam a encontrar novos modelos de parceria para endereçarmos os nossos
desafios”, acrescentou.
Por outro lado, Al-Falih vê que o Brasil poderá ajudar os sauditas na
expansão do mercado de capitais do reino. Atualmente, o reino tem um
mercado estimado em US$ 2,4 trilhões, o nono maior do planeta. “A
entrada de capital internacional será importante para nós. Convidamos
todos – gestores de ativos, bancos de investimento, venture capital…– a
investirem no nosso país. Queremos criar um polo internacional para
trading e negociação de crédito de carbono”.
Guilherme Benchimol, fundador e chairman da XP Inc., exaltou a
importância da interação entre executivos brasileiros e sauditas e prevê
que o mercado de capitais deverá se interessar cada vez mais pela
Arábia Saudita. “Estamos otimistas em abrir um escritório em Riad e
fazer o que fazemos no Brasil lá também”, completou.
Estimativas apontam que a produção nacional de petróleo passará dos atuais 3 milhões para 5,4 milhões de barris por dia em 2029
247 - Nos próximos dez anos, o Brasil está prestes a vivenciar um verdadeiro boom na produção de petróleo. Segundo o Metrópoles,
as estimativas apontam para um crescimento impressionante da commodity,
passando de 3 milhões para 5,4 milhões de barris por dia até 2029, o
que representa um aumento de 80%. A partir daí, a produção deve se
estabilizar em torno de 4,9 milhões de barris diários até 2032.
O que é mais surpreendente é que esse crescimento não se baseia em
mera especulação ou na busca por novas áreas exploratórias, como a
Margem Equatorial, incluindo a foz do Amazonas. Na verdade, a produção
já está garantida, sendo impulsionada pelo aumento da produtividade das
áreas atualmente em exploração e pela entrada de novas plataformas
nessas regiões.
Segundo o professor Helder Queiroz, do Instituto de Economia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), todo esse crescimento
será fortemente concentrado no pré-sal, onde mais de 70% da produção
nacional tem origem nas reservas em águas profundas e ultraprofundas, a
cerca de 7 mil metros abaixo da superfície do mar.
Dentre os destaques desse promissor cenário petrolífero, encontra-se o
Campo de Búzios, localizado no pré-sal da Bacia de Santo e que é
considerado o maior do mundo em águas profundas, que recentemente
celebrou a produção de 1 bilhão de barris de petróleo em apenas cinco
anos de atividade. Atualmente, O Campo de Búzios produz em média 700 mil
barris por dia, mas especialistas preveem que esse número possa
alcançar a marca de 2 milhões de barris diários nos próximos cinco anos.
No ano passado, a produção total do Brasil foi de 3 milhões de barris
por dia.
Em outras palavras, Búzios poderá representar mais de 60% da extração
nacional de petróleo em breve. Para atender a essa demanda crescente, o
campo contará com 11 plataformas em operação, sendo quatro em
construção e três com contratos assinados pela Petrobras.
A indústria de petróleo e gás já representa 15% do Produto Interno
Bruto industrial do país, empregando cerca de 1,5 milhão de pessoas em
toda a cadeia de produção e gerando R$ 170 bilhões em tributos em 2021.
Com o aumento da produção, esses números crescerão substancialmente,
especialmente considerando a previsão de investimentos na ordem de US$
180 bilhões até 2030, de acordo com o economista João Victor Marques
Cardoso, pesquisador do Centro de Estudos de Energia da Fundação Getulio
Vagas (FGV Energia).
“A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
calcula que a arrecadação com royalties e participações especiais – que
têm como destino a União, além de estados e municípios nos quais há
produção de petróleo – deste ano será de R$ 93 bilhões. Em 2026, o
limite da projeção ANP, ela chegará a R$ 108,5 bilhões”, ressalta a
reportagem.
O avanço na produção de petróleo também traz implicações
geopolíticas. O Brasil, atualmente o nono maior produtor de petróleo do
mundo, deve saltar para a quinta posição na próxima década. Essa mudança
de status confere ao país uma posição estratégica mais relevante no
cenário mundial de produção de óleo e gás. Ao contrário dos principais
polos petrolíferos cercados por tensões e conflitos, como Oriente Médio,
Rússia e alguns países africanos, o Brasil poderá oferecer uma fonte
mais confiável de fornecimento do produto. Isso pode fortalecer a sua
posição na arena geopolítica global.
Embora a exploração de petróleo possa levantar questões sobre
sustentabilidade, especialistas apontam aspectos favoráveis para o
Brasil. A intensidade de carbono resultante da produção nacional de
petróleo é inferior à média mundial, especialmente em campos como Tupi e
o Campo de Búzios, onde é de menos de 10 quilos de CO2 por barril de
petróleo equivalente. Em comparação, no Canadá, esse valor ultrapassa 40
quilos.
Embora o mundo esteja caminhando para a transição energética, com
redução da demanda por petróleo, é importante notar que essa transição
não ocorrerá de forma imediata. Estimativas apontam que a demanda por
petróleo permanecerá intensa até 2050. Além disso, o petróleo é
essencial para setores como têxtil e farmacêutico, onde ainda não
existem alternativas viáveis de matéria-prima.
Presidente afirmou que o país tem “milhares de gênios” que, se
acolhidos, “a gente vai fazer uma revolução ainda nessa primeira metade
do século XXI”
247 - O presidente Lula (PT) sancionou nesta segunda-feira (31), em cerimônia no Palácio do Planalto, o projeto que institui o Programa Escola em Tempo Integral.
Em seu discurso, ele falou novamente na intenção de fundar no Brasil
uma “escola especial” de matemática, para “acolher nossos gênios”.
O presidente disse que o país tem “milhares de gênios” que, se
acolhidos, “a gente vai fazer uma revolução ainda nessa primeira metade
do século XXI”. “O povo não tem noção do quanto de gênio tinha o Santos
Dumont.E aqui no Brasil a gente não está habituado, não sei se é uma
cultura nossa, mas a gente não está habituado a criar ídolos, símbolos,
pessoas que deram importância. Na verdade, a gente só aprendeu com o
Ayrton Senna depois que ele morreu e com o Pelé. Mas a gente não tem
símbolos. E a história do Santos Dumont é uma história que merece
orgulho. Ele que inventou o avião, o único que conseguiu fazer uma coisa
mais pesada que o ar subir, e os americanos criaram a ideia que foram
eles que inventaram o avião. Eu acho que nós poderemos ter milhares de
gênios espalhados por esse país, que se a gente acolher, a gente vai
fazer uma revolução ainda nessa primeira metade do século XXI. A gente
não pode esperar para a segunda metade”.
Lula ainda rasgou elogios ao ministro da Educação, Camilo Santana
(PT). “Haddad foi o melhor ministro da Educação que eu tive. Pelo que eu
estou vendo, o Haddad precisa se preparar, porque eu acho que ele pode
perder o pódio se você [Camilo Santana] conseguir fertilizar nesse país
um pouco daquilo que é uma qualidade excepcional de um estado como o
Ceará. Eu não sei se é porque as escolas de lá são melhores, se os
professores são melhores. O dado concreto é que 40% dos alunos que
entram no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) estudam no Ceará”.
Sobre a criação do Programa de Escola em Tempo Integral, o presidente
admitiu que sua implementação vem com atraso. “A história do nosso país
é triste porque a gente nunca fez as coisas no tempo que era necessário
e possível fazer. Sempre se utilizava o discurso de que ‘isso é gasto,
isso não pode fazer, gasta muito’. A gente nunca se perguntou quanto
custou a gente não fazer. Nunca paramos para perguntar quanto custou não
alfabetizar esse país no começo do século passado. É só lembrar que até
1920 a Argentina já tinha feito sua primeira reforma universitária e a
gente não tinha sequer a nossa primeira universidade. Então no Brasil é
sempre tudo muito atrasado. O voto da mulher demorou muito, a libertação
dos escravos demorou muito, a independência demorou muito, a igualdade
salarial entre mulher e homem só foi feita 20 dias atrás. Então tudo é
atrasado. E a escola em tempo integral chega atrasada, porque quem sabe a
gente pudesse ter feito há 20 anos, 30 anos. Mas não foi, certamente
porque alguém dizia que custava muito. E assim a gente vai levando a
vida, e quem vai ficando sempre para escanteio é o povo mais humilde”.
“A educação precisa ser enxergada como o mais importante investimento
que pode ser feito. E aí a gente tem que levar em conta a necessidade
de os professores terem salários razoáveis, pelo menos. A gente tem que
levar em conta a mudança do feitio das escolas brasileiras, porque as
escolas brasileiras em muitas cidades são quase como uma caixa em que o
aluno entra e fica preso. Não é uma escola prevista para ser uma coisa
prazerosa. Por que as crianças não gostam muito de ir para a escola?
Porque não é atrativa. Às vezes as professoras e professores não são
atrativos na questão de dar aula, o espaço não é atrativo. Então as
crianças ficam desestimuladas. Precisamos então recriar essa coisa da
criança ir para a escola porque ela está alegre, feliz, vai aprender,
vai ter contato com as coisas. Obviamente que é importante a gente saber
que [Pedro Álvares] Cabral descobriu o Brasil, mas ele já descobriu.
Pronto. Agora, a questão do clima tem que ser discutida na escola,
porque se não as crianças não ajudam a educar os pais dentro de casa.
Tem um monte de coisa que a gente tem que discutir dentro da escola
porque a criança pode mudar a cabeça do pai. O pai tem mais dificuldade
de mudar a cabeça da criança do que a criança a cabeça do pai se a
criança for orientada para isso”.
A capital fluminense agora faz parte de um seleto clube de cidades turísticas reconhecidas internacionalmente por Pequim
247 – A cidade do Rio de Janeiro foi oficialmente aceita
na Federação Mundial de Cidades Turísticas, em Pequim, e passa a
integrar um seleto grupo de 238 cidades de 83 países ao redor do mundo, segundo informa o jornalista Ancelmo Gois,
do Globo. O ingresso na federação é uma oportunidade única para o Rio
de Janeiro expandir seus horizontes turísticos e atrair visitantes
chineses, ávidos por explorar novos destinos exóticos.
A capital fluminense agora faz parte de um seleto clube de cidades
turísticas reconhecidas internacionalmente, o que pode impulsionar ainda
mais o potencial turístico do Rio. O encontro anual que acontecerá em
setembro, em Taiwan, proporcionará ao Rio de Janeiro a chance de
apresentar o que a cidade tem de melhor diretamente ao mercado chinês.
"É a primeira vez que o Rio tem a oportunidade de oferecer o destino
Rio para os chineses in loco e aproveitar a pujança de sua economia e o
poder de seu turista que gosta de viajar", comemora Daniela Maia,
secretária de Turismo do Rio de Janeiro. A adesão à Federação Mundial de
Cidades Turísticas é vista como um marco significativo para o turismo
carioca, que anseia por atrair visitantes de todas as partes do mundo,
incluindo a crescente classe média chinesa com alto poder aquisitivo.
A China tem se tornado um mercado turístico extremamente importante
nos últimos anos. O número de chineses que viajam para o exterior tem
crescido significativamente, à medida que a economia do país prospera e a
classe média chinesa busca novas experiências culturais e destinos
paradisíacos.
O potencial turístico do Rio de Janeiro é vasto e diversificado,
desde suas famosas praias, como Copacabana e Ipanema, até atrações
históricas como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Além disso, a
cidade é reconhecida mundialmente pelo seu Carnaval espetacular e por
uma rica cena cultural.
A entrada na Federação Mundial de Cidades Turísticas certamente
colocará o Rio de Janeiro no radar dos turistas chineses, permitindo que
eles descubram e se encantem com todas as maravilhas que a cidade tem a
oferecer.
Com estratégias de marketing e promoção bem planejadas, o turismo do
Rio tem grandes possibilidades de obter sucesso no mercado chinês e
estabelecer uma relação duradoura e mutuamente benéfica com os turistas
asiáticos. Além disso, o intercâmbio de conhecimentos e experiências com
outras cidades turísticas ao redor do mundo pode abrir portas para
parcerias comerciais e investimentos.
O mercado turístico chinês representa uma grande oportunidade para o
Rio de Janeiro expandir sua economia, gerar empregos e aumentar sua
visibilidade global. Com a participação na Federação Mundial de Cidades
Turísticas, a cidade se posiciona estrategicamente para atrair um número
cada vez maior de visitantes da China, consolidando seu status como um
destino de renome internacional.
Segundo a Fitch, mudança foi motivada pelo desempenho macroeconômico e
fiscal do Brasil, que superou expectativas e adotou "políticas
proativas e reformas"
247 - A agência de classificação de risco Fitch elevou as
classificações de longo prazo da Petrobrás, Comgas, brMalls e diversas
outras empresas brasileiras, seguindo a melhora no rating soberano do país,
divulgada na última quarta-feira (26). De acordo com a agência, essa
mudança foi motivada pelo desempenho macroeconômico e fiscal do Brasil,
que superou as expectativas em meio a choques, bem como pelas "políticas
proativas e reformas" adotadas e a expectativa de que o novo governo
continuará trabalhando para promover melhorias adicionais. A Fitch
também destacou o crescimento resiliente do país e a política monetária
"prudente" como fatores que influenciaram as avaliações.
A Petrobrás teve sua nota de classificação de longo prazo elevada
para BB, com perspectiva estável. A classificação de longo prazo em
moeda local também foi elevada para BB, com perspectiva estável. Já o
rating nacional de longo prazo subiu para AAA, com perspectiva estável.
Além da Petrobrás, tiveram suas classificações alteradas: Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Companhia
Energética de São Paulo (Cesp), Companhia de Gás de São Paulo (Comgás),
MRS Logística, Energisa Minas Rio, Energisa Paraíba, Energisa Sergipe,
Aché Laboratórios Farmacêuticos, Transportadora Associada de Gás (TAG),
Globo Comunicação e Participações, Rumo, Localiza, Engie Brasil, Rede
D’Or, Energisa, Taesa, BR Malls e Alupar.
Essas mudanças nas classificações refletem o otimismo da agência em
relação à economia brasileira e sua confiança nas ações tomadas pelo
governo para promover o crescimento e a estabilidade. Com a melhoria no
rating soberano e a consequente elevação das notas de diversas empresas,
espera-se um cenário mais favorável para os negócios e investimentos no
Brasil.
Funcionário do Derecha Diario acompanhou Eduardo em visita à Argentina “patrocinada” pelo dono do site durante campanha
Por Alice Maciel, Juliana Dal Piva e Laura Scofield, Agência Pública -O
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contratou um funcionário do
consultor político Fernando Cerimedo para sua campanha de reeleição à
Câmara dos Deputados, segundo a prestação de contas à Justiça Eleitoral.
O funcionário também o acompanhou quando este esteve em Buenos Aires no
dia 12 de outubro de 2022, em meio ao disputado segundo turno das
eleições presidenciais, em viagem “patrocinada” por Cerimedo, segundo
seu site, La Derecha Diario.
Menos de três semanas depois, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL),
Cerimedo fez um vídeo no YouTube com informações falsas sobre as urnas
eletrônicas, que ajudou a inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil. O
argentino diz que sua atitude foi independente e que não recebeu nada
por isso.
Eduardo escondeu que foi ao país vizinho em missão oficial, mas, em
vez de exercer funções parlamentares, usou seu tempo para fazer campanha
para o pai, o que, na avaliação de advogados ouvidos pela reportagem,
pode configurar abuso de poder político.
É o que revela a investigação “Mercenários Digitais”, que busca
rastrear o negócio da desinformação na América Latina. O projeto, feito
em uma aliança entre a Agência Pública, o UOL e outros 22 veículos
latino-americanos, além de quatro organizações especializadas em
investigação digital sob a liderança do Centro Latino-Americano de
Investigação Jornalística (Clip), detalha o papel de Fernando Cerimedo
na disseminação de notícias falsas em campanhas da ultradireita no
continente.
Eduardo Bolsonaro viajou a Buenos Aires acompanhado de Giovanni
Larosa, que pouco antes havia atuado na sua campanha de reeleição.
Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele
recebeu R$ 3.900 pelo serviço.
Larosa é correspondente no Brasil do site de Cerimedo, o La Derecha
Diario, ao menos desde 2021. O portal, inclusive, fez a cobertura da
viagem de Eduardo à Argentina. Além disso, de acordo com matéria do
site, Larosa é “assessor do deputado para assuntos internacionais”.
Vinte dias depois, Cerimedo usou o canal do YouTube do La Derecha
Diario para fazer uma live na qual divulgou um dossiê com dados
mentirosos sobre as eleições. A live foi acompanhada por mais de 400 mil
pessoas. O vídeo, desmentido pelo TSE e por agências de checagem,
reforçava o discurso golpista de Jair Bolsonaro, que ao longo de todo o
seu mandato tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro.
“Sou um herói para metade do país. Eles me chamam de argentino mais
querido do Brasil”, afirmou Cerimedo orgulhosamente durante entrevista
de duas horas concedida ao Clip por videochamada. O consultor político
negou aos jornalistas do consórcio que tenha sido contratado pela
campanha de Bolsonaro para fazer a live.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contratou um funcionário
do consultor político Fernando Cerimedo para sua campanha de reeleição à
Câmara dos Deputados, segundo a prestação de contas à Justiça
Eleitoral. O funcionário também o acompanhou quando este esteve em
Buenos Aires no dia 12 de outubro de 2022, em meio ao disputado segundo
turno das eleições presidenciais, em viagem “patrocinada” por Cerimedo,
segundo seu site, La Derecha Diario.
Menos de três semanas depois, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL),
Cerimedo fez um vídeo no YouTube com informações falsas sobre as urnas
eletrônicas, que ajudou a inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil. O
argentino diz que sua atitude foi independente e que não recebeu nada
por isso.
Eduardo escondeu que foi ao país vizinho em missão oficial, mas, em
vez de exercer funções parlamentares, usou seu tempo para fazer campanha
para o pai, o que, na avaliação de advogados ouvidos pela reportagem,
pode configurar abuso de poder político.
É o que revela a investigação “Mercenários Digitais”, que busca
rastrear o negócio da desinformação na América Latina. O projeto, feito
em uma aliança entre a Agência Pública, o UOL e outros 22 veículos
latino-americanos, além de quatro organizações especializadas em
investigação digital sob a liderança do Centro Latino-Americano de
Investigação Jornalística (Clip), detalha o papel de Fernando Cerimedo
na disseminação de notícias falsas em campanhas da ultradireita no
continente.
Eduardo Bolsonaro viajou a Buenos Aires acompanhado de Giovanni
Larosa, que pouco antes havia atuado na sua campanha de reeleição.
Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele
recebeu R$ 3.900 pelo serviço.
Larosa é correspondente no Brasil do site de Cerimedo, o La Derecha
Diario, ao menos desde 2021. O portal, inclusive, fez a cobertura da
viagem de Eduardo à Argentina. Além disso, de acordo com matéria do
site, Larosa é “assessor do deputado para assuntos internacionais”.
Vinte dias depois, Cerimedo usou o canal do YouTube do La Derecha
Diario para fazer uma live na qual divulgou um dossiê com dados
mentirosos sobre as eleições. A live foi acompanhada por mais de 400 mil
pessoas. O vídeo, desmentido pelo TSE e por agências de checagem,
reforçava o discurso golpista de Jair Bolsonaro, que ao longo de todo o
seu mandato tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro.
“Sou um herói para metade do país. Eles me chamam de argentino mais
querido do Brasil”, afirmou Cerimedo orgulhosamente durante entrevista
de duas horas concedida ao Clip por videochamada. O consultor político
negou aos jornalistas do consórcio que tenha sido contratado pela
campanha de Bolsonaro para fazer a live.
Ele disse que foi procurado por um amigo “que é um estudioso do
Brasil e fanático por Bolsonaro”, que teria desconfiado de erros na
contagem da votação. “Nem os militares nem ninguém do partido entrou em
contato comigo antes da live. Eu não conseguia nem falar com Eduardo”,
ressaltou, mesmo que semanas antes eles estivessem juntos.
De acordo com documentos obtidos pela Pública por meio da Lei de
Acesso à Informação (LAI), a ida de Eduardo Bolsonaro para a Argentina
contou com apoio institucional do Itamaraty e da Câmara dos Deputados.
Mas o parlamentar nunca informou publicamente o caráter oficial da
viagem nem quem foi encontrar no país vizinho.
Esses dados não constam também em sua prestação de contas no portal
da transparência da Câmara. Segundo a assessoria de imprensa, a viagem
não foi paga pela Casa e teria como objetivo “fortalecer os laços para
alcançar um crescimento econômico sustentado na Região”.
De acordo com as regras do Legislativo federal, os deputados viajam
em missão oficial “para o cumprimento de deveres inerentes ao mandato”.
No entanto, a agenda de Eduardo Bolsonaro na capital argentina,
organizada pela equipe de Fernando Cerimedo, cumpriu objetivos
estritamente eleitoreiros, tendo se reunido com figuras da extrema
direita argentina e produzido vídeos a favor do seu pai para postar nas
redes.
Para a presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-MG, Isabela
Damasceno, o episódio pode configurar abuso de poder político, “tendo
em vista que o cargo eletivo fora utilizado, inclusive com comunicado
oficial que o deputado/agente público estava em missão institucional”,
ressaltou. “Quando manifestamente não são localizados o evento e os atos
a serviço do país que o deputado deveria ter realizado, se mostra
ficcional a missão institucional, sendo nítido o desvio de finalidade”,
acrescentou.
De acordo com o advogado Marcelo Weick, membro da Academia Brasileira
de Direito Eleitoral e Político (Abradep), além de abuso de poder
político, o caso pode configurar improbidade administrativa, uma vez que
houve uso da máquina pública.
Disseminador de fake news
Disseminar fake news faz parte do trabalho de Fernando Cerimedo,
segundo apurou o consórcio de veículos. E, para tal, o site de notícias
La Derecha Diario, seu principal canal, é um caminho.
Além do La Derecha Diario, Cerimedo diz possuir outros 35 pequenos
meios digitais. Em quatro anos, ele teve uma carreira meteórica: montou
um grupo empresarial com sede em Buenos Aires, integrado por uma empresa
de segurança privada, uma academia que oferece cursos sobre marketing
digital – que diz ter parcerias com TikTok, Google, Meta e Twitter – e
uma agência de publicidade, a Numen Publicidad.
Porém, em retorno, o Tiktok afirmou que “não existe parceria com essa
empresa” e o Google disse que não encontrou “registro da empresa
mencionada em nosso diretório de Google Partners”. Twitter e Meta não
responderam.
Em seu site, a Numen Publicidad informa que utiliza “recursos
tecnológicos exclusivos para posicionamento e comunicação de candidatos e
governos, gestão e leitura da opinião pública”, e Cerimedo admitiu em
entrevista ao consórcio que possui “um monte de trolls”. De acordo com
ele, as contas falsas nas redes sociais não são utilizadas para atacar
adversários, mas para enganar algoritmos e, assim, dar um melhor
posicionamento às mensagens de seus clientes.
Porém, isso também é proibido pelas redes. Tanto os termos de uso do
Twitter quanto os do Facebook banem “comportamento coordenado
inautêntico” para amplificar ou suprimir informações artificialmente.
Ainda de acordo com o site da Numen Publicidad, a empresa já prestou
consultoria política para 50 campanhas eleitorais na América Latina e
Estados Unidos e possui escritórios em Buenos Aires, Santiago (Chile) e
São Paulo. Entretanto, Cerimedo disse em entrevista que não possui
escritório nem clientes no Brasil e que sua relação com Eduardo
Bolsonaro é apenas de amizade.
investigação transnacional identificou que o consultor político
utilizou na Argentina e no Chile estratégias semelhantes às usadas no
Brasil.
No Chile, por exemplo, Cerimedo atuou pela rejeição da nova
Constituição proposta pelo governo de Gabriel Boric. Sua agência de
publicidade publicou dados apontando uma menor diferença entre as
pessoas que aprovavam e rejeitavam a realização de um plebiscito do que
outros estudos – que se mostraram corretos.
Após a derrota da consulta sobre o novo texto constitucional dois
anos depois, o La Derecha Diario divulgou uma reportagem alegando que
Boric teve um “colapso nervoso”. Uma análise das redes sociais detectou
que a hashtag #Boricinternado já estava em movimento minutos antes de a
notícia ter sido publicada no site, o que pode ser um indício do uso de
trolls.
O veículo de Cerimedo espalhou também informações falsas sobre o
atentado ocorrido em 1o de setembro do ano passado contra a
vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Apesar de as mentiras publicadas no La Derecha Diario terem sido
desbancadas por diversos sites de checagem, o consultor nega ser um
produtor de fake news. “Chamar-nos de desinformadores em série por duas
ou três bobagens é a única maneira que eles têm de nos atingir. Sou
contra as fake news”, afirmou. “La Derecha Diario é o único dos meus
veículos que faz travessuras”, ameniza.
Viagem “patrocinada” por Cerimedo
O consultor político argentino foi o anfitrião de Eduardo Bolsonaro
em Buenos Aires, às vésperas do segundo turno das eleições
presidenciais.
O deputado desembarcou na capital argentina em 12 de outubro, onde
ficou até o dia 15, duas semanas antes do pleito. Durante esse período,
Eduardo se encontrou com lideranças da extrema direita do país, deu
entrevistas para veículos locais e gravou quatro vídeos para a campanha
do pai. Tudo foi registrado pelo La Derecha Diario.
As imagens gravadas em Buenos Aires mostram Eduardo Bolsonaro
entrevistando pessoas nas ruas da cidade, que reclamam da inflação e
mandam mensagens a favor da reeleição de Jair Bolsonaro. O objetivo era
convencer eleitores indecisos de que, se Lula fosse eleito, o Brasil
entraria numa crise econômica semelhante à da Argentina, país que fechou
2022 com 94,8% de inflação. O presidente do país vizinho, Alberto
Fernández, é aliado do petista.
“Como seria no Brasil se o presidente fosse do PT? Seria semelhante à
Argentina”, escreveu o deputado na legenda de um dos registros da
viagem, compartilhado em seu Instagram em 27 de outubro. Outros vídeos
com teor semelhante já haviam sido compartilhados pelo parlamentar em
suas redes sociais nos dias 13, 15 e 16, assim como nas redes do La
Derecha Diario.
A viagem de Eduardo Bolsonaro foi comunicada em um ofício enviado em
10 de outubro pela Secretaria de Estado das Relações Exteriores (Sere) à
embaixada do Brasil na Argentina. Ainda de acordo com a Sere, a viagem
havia sido informada pela Secretaria de Relações Internacionais da
Câmara. Publicamente, porém, a informação sobre a “missão oficial” foi
omitida. Classificado como “urgentíssimo”, o documento informava a
missão oficial do filho do então presidente Jair Bolsonaro a Buenos
Aires “para participar do evento Ciclo de Atividades para Difusão das
Ideias de Liberdade”, no período de 12 a 15 de outubro.
A agenda do parlamentar na cidade foi amplamente divulgada no La
Derecha Diario. O portal noticiou que Eduardo Bolsonaro se reuniu na
noite de 13 de outubro com lideranças de direita argentina, “com o
objetivo de consolidar os diferentes espaços da direita e conseguir
apoio comum para o líder máximo da direita na região: Jair Bolsonaro”. O
encontro foi organizado por Fernando Cerimedo e sua esposa, Natalia
Basil, diretora do Madero Media, segundo o portal.
Em seu último dia na Argentina, o parlamentar tomou um café da manhã
privado com o deputado e atual candidato à presidência do país, Javier
Milei, a deputada Victoria Villarruel e com Giovanni Larosa. Segundo o
La Derecha Diario, “eles falaram sobre a importância de a direita estar
conectada a nível regional e como é vital que Bolsonaro seja reeleito”.
Ainda de acordo com a notícia titulada “La Derecha Diario e Agencia
Numen trouxeram Eduardo Bolsonaro à Argentina: os motivos e a agenda do
filho do presidente”, foi Cerimedo quem “patrocinou” a ida de Eduardo ao
país vizinho. Mas, em entrevista ao consórcio, ele negou: “Ninguém nos
pagou nem nós pagamos nada”, disse.
O editor do portal e diretor executivo da Numen Publicidad, Ezequiel
Acuña, ficou encarregado de acompanhar e coordenar a agenda do político
brasileiro, segundo o portal. Em seu currículo, Acuña diz que é
especialista em marketing político digital com experiência na Argentina,
Chile e Brasil.
Acuña e Cerimedo aparecem em um dos vídeos publicados por Eduardo
Bolsonaro em Buenos Aires a favor da campanha de seu pai. A imagem,
compartilhada em 13 de outubro nas redes do parlamentar, mostra os três
andando pelas ruas de Buenos Aires acompanhados de uma equipe de
filmagem.
Na ocasião, Eduardo cumprimenta apoiadores de Jair Bolsonaro e em
dado momento abre uma geladeira vazia em um supermercado e diz: “É o que
faz o socialismo”.
Dois dias depois, Eduardo Bolsonaro postou outro vídeo da Argentina,
em que ele aparece contando várias notas de dinheiro em um restaurante.
Na legenda, escreveu: “Pagando almoço na Argentina. Se você não quer
isso para o Brasil, vote Bolsonaro 22 e peça mais votos”.
Em todas as postagens que fez em Buenos Aires, ele marcou os perfis de Giovanni Larosa e do La Derecha Diario.
Marqueteiro “imparcial”
Os perfis do La Derecha Diario Brasil no Twitter, Instagram e
Telegram foram suspensos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por
disseminar mentiras sobre a segurança das eleições brasileiras.
A live “Brazil Was Stolen” (O Brasil foi roubado, em português), de 4
de novembro, foi repercutida por políticos e influenciadores
bolsonaristas para inflamar o clima pós-eleitoral no Brasil, que
resultou nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Nela, Cerimedo apresenta
a tese de que houve uma diferença de votos favorecendo Lula entre as
urnas que teriam sido auditadas e as mais antigas, que, segundo ele, não
passaram pela auditoria. Mas isso não é verdade: todas as urnas
eletrônicas usadas nas eleições de 2022 passaram por auditoria e
fiscalização.
Fernando Cerimedo fez ainda outras três transmissões com o mesmo teor
nos dias 6 e 8 de novembro e 11 de dezembro. As gravações continuam
disponíveis na plataforma Rumble, seja no canal de Cerimedo ou no de
outros usuários. Uma das lives continua acessível no Facebook.
“Foi comprovado judicialmente que não espalhei desinformação. Minhas
contas foram suspensas em novembro e eles me desbloquearam quando
aconteceu o que aconteceu em 8 de janeiro, porque eles descobriram que
eu não era o responsável”, disse Cerimedo em entrevista ao Clip. “Eu
nunca disse que houve fraude no Brasil, mas que tinha que ser
investigada”, argumentou, embora seus vídeos e postagens repitam que
houve fraude. Além disso, as contas do La Derecha Diario continuam
suspensas no Brasil por decisão do TSE.
A Justiça Eleitoral publicou duas notas desmentindo o consultor
político, nos dias 9 de novembro e 20 de dezembro. A primeira resposta
se refere à live de Cerimedo, em 4 de novembro. O TSE afirma que “todos
os equipamentos utilizados nas Eleições Gerais de 2022 passaram por
auditoria”. Já a segunda nota foi feita em resposta à live de 11 de
dezembro: “Todas as alegações feitas pelo apresentador da transmissão
são mentirosas ou estão gravemente distorcidas”, responde o tribunal.
Quando a live foi ao ar, o Brasil registrava dezenas de pontos de
bloqueios nas estradas, iniciados após o resultado do pleito, em 31 de
outubro. A fake news ajudou a manter os militantes bolsonaristas nas
ruas e incentivou mais pessoas a se juntarem aos atos antidemocráticos
que pediam intervenção federal, como foi o caso da dona de casa Luísa*,
que conversou com a reportagem da Pública em 5 de novembro, sob a
condição de anonimato.
Após assistir à live do consultor político argentino, ela vestiu sua
camisa da seleção brasileira e foi para a beira da estrada, em Barra
Velha, Santa Catarina, protestar contra o resultado das eleições.
“Não acredito em tudo que chega em meu WhatsApp. Eu e meus vizinhos
nos reunimos e ficamos ontem até tarde da noite analisando os dados que
ele [Fernando Cerimedo] apresentou”, justificou.
Motivada pela fake news, Luísa saiu de casa com suas três filhas
quando o sol ainda despontava no céu, levou cadeiras, comida e água
suficientes para passar o dia no ato.
Diante das câmeras, Fernando Cerimedo se apresentou como um sujeito
imparcial, omitindo sua relação com Eduardo Bolsonaro e com a campanha
do ex-presidente. Ele disse que havia recebido as informações que
embasaram as mentiras “de entidades privadas”. “É importante esclarecer
que esta informação não tem nada a ver com a campanha de Bolsonaro nem
do governo. Essa informação chegou às nossas mãos por parte de entidades
privadas”, ressaltou.
As mesmas mentiras foram repetidas em sua fala durante uma audiência
pública no Senado, convocada pelo senador aliado do ex-presidente
Eduardo Girão (Podemos), em 30 de novembro de 2022.
No evento, Cerimedo disse que o resultado eleitoral que deu a vitória
a Lula era “matematicamente impossível de acontecer” e que “a paz do
Brasil só acontecerá com uma auditoria e um voto de papel” – proposta
que fora rejeitada em votação na Câmara dos Deputados.
Ao fim de sua apresentação, o consultor político defendeu o
ex-presidente Jair Bolsonaro e pediu que a população brasileira fosse às
ruas para “salvar o país”.
“Você pode até ter votado na esquerda ou se omitido por estar magoado
com o presidente Bolsonaro, mas ele luta pela sua liberdade e pelo seu
direito de se expressar”, disse. “Façam algo, agora, nesse momento,
levantem de seus sofás, saiam para as ruas, lutem pelo futuro das
próximas gerações e entrem para história. O Brasil é lindo e merece um
povo que o mereça de verdade. Lembrem-se: o único supremo é o povo”,
finalizou, repetindo o lema de protestos bolsonaristas.
Um dos funcionários de Fernando Cerimedo que atua no Brasil é o
brasileiro Giovanni Larosa, que recebeu ao menos R$ 3.900 para coordenar
a campanha de reeleição de Eduardo Bolsonaro nas cidades do oeste de
São Paulo, sob a rubrica “divulgação de propaganda eleitoral e apoio à
campanha”, no período de 12 a 30 de setembro, de acordo com dados da
Justiça Eleitoral.
Além de correspondente do La Derecha Diario Brasil, ele é apresentado
no portal como assessor de Eduardo para assuntos internacionais. Em
entrevista ao Cip, no entanto, Cerimedo diz: “[Esses serviços] não foram
prestados nem para La Derecha Diario nem para Eduardo. É o brasileiro
que viaja muito e faz vídeos. Ficou amigo de Eduardo e o leva para todo
lado. De nossa parte, só pagamos diárias para ele fazer notas sobre a
campanha”.
Em um vídeo postado por Eduardo Bolsonaro no dia 7 de outubro, Larosa
aparece acompanhando o parlamentar em uma viagem a São Paulo. Eles
entram no avião presidencial da Força Aérea Brasileira (FAB), onde
também estavam Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A relação da família Bolsonaro com Larosa é anterior ao período
eleitoral. Em 2021, ele divulgou sua visita ao Palácio da Alvorada
quando levou o típico doce argentino, alfajor, para o então presidente.
No mesmo ano, Larosa cobriu pelo La Derecha Diario o CPAC –
autointitulado o “maior evento conservador do país”. Na ocasião, ele fez
uma entrevista exclusiva com Jair Bolsonaro.
Com 77,5 mil seguidores no Instagram, 26 mil no Twitter e 39 mil no
TikTok, Larosa gravou vários vídeos com os Bolsonaros durante a campanha
e reproduziu ataques a Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também ajudou a
espalhar fake news sobre as urnas. Em 10 de novembro do ano passado, por
exemplo, escreveu no Twitter: “Se não é possível garantir que as
eleições no Brasil foram limpas, deve haver outra com maior
transparência”.
Larosa compartilhou imagens da invasão de 8 de janeiro aos prédios
dos três poderes em Brasília e escreveu notícias favoráveis ao
ex-presidente para o La Derecha Diario ao longo de 2022.
Em 2021, Giovanni Larosa fez parte da equipe de Cerimedo contratada
para a campanha da argentina Patricia Bullrich, presidente do partido de
direita Proposta Republicana. A mesma equipe hoje trabalha para Javier
Milei, candidato da ultradireita à presidência na Argentina e aliado
político da família Bolsonaro. Repetindo a estratégia bolsonarista,
Cerimedo solicitou informações ao governo argentino sobre o sistema
eleitoral, para supostamente evitar irregularidades nas eleições.
Paralelamente, o consultor flerta com a campanha de Donald Trump. Em
22 de março, ele postou uma foto no Twitter tomando café da manhã com
pessoas ligadas a Trump: “Grande café da manhã de trabalho esta manhã
com Carlos Diaz Rosillo, principal assessor do Secretário de Defesa em
Assuntos de Segurança Internacional do governo de @realDonaldTrump”,
escreveu em espanhol.
Ao ser questionado se vai trabalhar com Trump nas próximas eleições,
ele deixou o mistério no ar: “não posso compartilhar essa informação”.
Apesar de tentar culpar Lula, relatório aponta para militares do GSI
remanescentes do governo Bolsonaro, indicados pelo general Augusto
Heleno
247 - A conclusão do inquérito policial militar instaurado
para investigar a conduta dos militares do Exército durante os
atentados terroristas bolsonaristas de 8 de janeiro tenta livrar as
tropas de culpa pelas invasões e atribui "indícios de responsabilidade"
ao governo Lula, informa
a Folha de S. Paulo. Inquérito militar culpa generais aliados de Jair
Bolsonaro (PL) e do ex-minisrto do Gabinete de Segurança Institucional
(GSI) Augusto Heleno, mantidos no Planalto no início administração
petista.
A investigação foi conduzida pelo coronel Roberto Jullian da Silva
Graça, hoje chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Planalto (CMP). O
inquérito cita supostas falhas da Secretaria de Segurança e Coordenação
Presidencial e do Departamento de Segurança Presidencial, ambos
subordinados ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Os chefes de
ambas as pastas, contudo, haviam sido nomeados durante o governo
Bolsonaro, pelo ex-ministro da pasta, general Augusto Heleno, e mantidos
pelo general Gonçalves Dias, que pediu demissão da liderança do
ministério em abril após filmagens o mostrarem circulando entre os
terroristas no dia das invasões.
"É possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações
de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a
execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP teria
melhores condições de êxito [...] Nesse sentido, a invasão ao Palácio do
Planalto poderia ter sido evitada ou minimizado os danos patrimoniais
sofridos", diz um trecho da conclusão do relatório.
A tentativa de atribuir ao governo Lula a responsabilidade pelas
invasões oculta, no entanto, a conivência de autoridades do Exército com
os acampamentos golpistas montados em frente ao QG de Brasília meses
antes dos ataques golpistas, após Jair Bolsonaro ser derrotado nas
urnas. As investigações da CPMI do 8 de janeiro apontam os acampamentos como o centro de planejamento para as invasões
e também revelam uma série de crimes que ocorriam nos espaços
protegidos pelo Exército. Os acampamentos, inclusive, contavam com a
presença de familiares de militares.
Reunião está marcada para ocorrer em agosto na Arábia Saudita contará
com a presença de representantes de cerca de 30 países, incluindo
membros dos Brics e do governo dos EUA
247 - O Brasil participará de uma cúpula pela paz na
Ucrânia, marcada para ocorrer em agosto na Arábia Saudita. Segundo a
coluna do jornalista Jamil Chade,
do UOL, fontes diplomáticas do Itamaraty informaram que as negociações
foram concretizadas nos últimos dias. A reunião, que deve ocorrer na
cidade de Jeddah, no Mar Vermelho, contará com a presença de
representantes de cerca de 30 países, incluindo membros dos Brics e do
governo dos Estados Unidos.
Esta não é a primeira vez que o Brasil se envolve em iniciativas de
paz para a Ucrânia. No final de junho, o país já havia participado de
uma iniciativa semelhante com representantes dos países do G7, além de
nações emergentes e a própria Ucrânia.
O governo brasileiro enviou emissários tanto a Kiev quanto a Moscou
como parte dos preparativos para a conferência. No entanto, o próprio
presidente brasileiro alertou o presidente ucraniano, Volodymyr
Zelensky, que uma negociação de paz não pode estar baseada na tentativa
de impor unilateralmente um plano de saída para a crise.
Naquela ocasião, durante o encontro realizado na Dinamarca, houve uma
tentativa de aprovação de uma declaração final em apoio a alguns pontos
do plano de paz ucraniano, mas a ideia foi barrada pela resistência dos
países emergentes, incluindo o Brasil.
O representante brasileiro, Celso Amorim, naquele momento destacou
que "não seria produtivo" aprovar o documento, argumentando que qualquer
ideia de paz precisaria surgir a partir do diálogo entre russos e
ucranianos.
Apesar disso, Amorim enfatizou que o encontro foi concluído com um
acordo para manter o diálogo, o que já foi considerado um avanço
significativo em meio à crise internacional.
Para o processo de paz evoluir, o Brasil enfatizou a importância de
incluir a China e a Rússia nas conversações, uma vez que não há como
alcançar um acordo apenas entre os ucranianos. Nesse sentido, a
conferência em agosto será uma oportunidade crucial para fortalecer o
diálogo entre todas as partes envolvidas.
“Por enquanto, o processo ainda não será transformado em uma reunião
de cúpula de chefes de Estado. Mas não se descarta que, no futuro, o
grupo possa ganhar tal dimensão”, ressalta Chade.
O ministro Alexandre de Moraes foi o alvo preferencial dos ataques. 2021 e 2022 foram os anos com mais casos registrados
247 - Um levantamento realizado pelo Poder360 apontou
que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram alvos de
hostilizações em pelo menos 74 ocasiões no período de 2017 a 2023. A
pesquisa levou em consideração a composição mais recente da Corte. O
último incidente registrado aconteceu em 14 de julho, quando o ministro
Alexandre de Moraes e seu filho foram insultados no aeroporto de Roma,
na Itália. Os responsáveis pelas ofensas estão sob investigação.
Dentre os 74 episódios de hostilização,
em 53 deles não houve ação judicial. Moraes foi o mais frequente alvo de
ofensas, totalizando 30 casos neste período. No entanto, todos os
ministros do STF foram atingidos por pelo menos uma ocorrência de
insulto ou acusação.alvo
O ano de 2021 se destacou com o maior número de casos, totalizando 24
ofensas dirigidas aos magistrados. Alexandre de Moraes e Roberto
Barroso foram os ministros mais visados, com 11 e 8 episódios de
hostilização, respectivamente. O ano de 2022 também apresentou uma alta
incidência, com 21 casos registrados.
Jair Bolsonaro (PL) se destacou como um dos principais responsáveis
pelas hostilizações aos ministros, tendo dirigido insultos aos
magistrados em pelo menos 23 ocasiões durante o seu mandato. Alguns
casos geraram pedidos de investigação, mas até o momento, poucos foram
judicializados.
Pelo Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino
(PSB), reagiu aos números: "isso é péssimo para o Brasil, na medida em
que são tentativas de impedir o livre exercício do Poder Judiciário. Não
são 'hostilidades' pessoais, são agressões contra a Constituição".
Míriam
Leitão era contra o pré sal, depois dizia que o Brasil não tinha como
explorar esse petróleo em águas profundas, agora diz que a PETROBRAS tem
que aumentar o preço dos combustíveis. Quem será que paga ela para ser
contra nosso desenvolvimento? Ela sempre tenta pautar ou dar pitaco no
governo Lula, até tenta desqualificar o economista e professor Marcio
Pochmann, indicado pelo Presidente para dirigir o IBGE
Linguista afirma que Lula acabou com a fome, mas ela voltou após o golpismo liderado pela Globo
247 – Na última edição da Live do Conde, o jornalista e
linguista Gustavo Conde trouxe à tona uma contundente reflexão sobre a
persistência da fome no Brasil, destacando a relação entre esse problema
social e a atuação da Rede Globo. Além disso, ele instigou o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva a enfrentar a influência da emissora em
questões cruciais para o desenvolvimento do país.
Gustavo Conde destacou que, com o apoio da população, o presidente
Lula desenvolveu políticas sociais que resultaram na significativa
redução da pobreza e da insegurança alimentar durante seus mandatos. No
entanto, o jornalista aponta que esse avanço foi temporário e a fome
voltou a ser uma realidade para muitos brasileiros.
De acordo com Conde, o ressurgimento da fome não pode ser atribuído
exclusivamente a Jair Bolsonaro, Michel Temer ou Aécio Neves. Em suas
palavras, a verdadeira responsável é a "mãe de todos eles": a Rede
Globo. O comunicador critica a emissora por conduzir uma campanha
permanente contra o Brasil e seu desenvolvimento, enfatizando que essa
postura da mídia teria impacto direto nas políticas públicas e nas
decisões governamentais. "O Brasil não estará livre da fome enquanto
houver Rede Globo e Lula deve enfrentá-la", diz Gustavo Conde.
Valor distribuído aos investidores será menor e com isso a empresa poderá investir mais
247 – Nesta sexta-feira (28), o conselho de administração
da Petrobrás concretizou uma importante promessa de campanha do governo
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao aprovar uma nova política de
dividendos. Essa medida resultará na redução do valor distribuído aos
acionistas, além de permitir a criação de um programa de recompra de
ações, seguindo o exemplo de outras empresas concorrentes do setor. A
mudança na política de dividendos busca modificar a antiga abordagem que
transformou a Petrobrás em uma das maiores pagadoras de dividendos do
mundo durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
A nova política estabelece que 45% do fluxo de caixa livre – a
diferença entre fluxo de caixa e investimentos – será destinado aos
dividendos, quando a dívida da empresa estiver abaixo dos US$ 65
bilhões. Além disso, ficou definida uma remuneração mínima anual de US$ 4
bilhões em dividendos sempre que o preço do petróleo ultrapassar a
marca de US$ 40 por barril, independentemente do nível de endividamento.
Essa mudança de direcionamento também contempla uma revisão no
conceito de investimentos que influenciam o valor dos dividendos,
incluindo aquisições de participações acionárias. A Petrobrás destaca
que a nova política visa garantir a previsibilidade dos pagamentos aos
acionistas e assegurar a sustentabilidade financeira de longo prazo, ao
mesmo tempo em que possibilita o crescimento contínuo da companhia.
Com a redução dos dividendos, a Petrobrás se alinha a outras empresas
do setor internacional, que costumam distribuir entre 25% e 40% do
indicador de fluxo de caixa. A gestão petista justifica que essa medida
permitirá direcionar uma parcela maior dos recursos gerados para
investimentos em setores negligenciados em gestões anteriores, como as
energias renováveis e a petroquímica. O presidente da companhia, Jean
Paul Prates, tem defendido um diálogo aberto com os investidores para
discutir os projetos que receberão esses recursos antes destinados aos
dividendos. A expectativa é de que o plano estratégico revisado seja
divulgado nas próximas semanas, incluindo indicações de investimentos em
energias renováveis e aporte em unidades de refino à base de óleos
vegetais, visando a concretização desses planos até o fim do ano. Além
disso, a nova política de dividendos permitirá a criação de um programa
de recompra de ações, embora ainda não haja detalhes específicos sobre
essa estratégia.
Com a promulgação da nova política de dividendos, a Petrobrás busca
consolidar uma nova abordagem para seus investimentos e remuneração dos
acionistas, cumprindo assim uma das propostas-chave do governo Lula. O
objetivo é assegurar a saúde financeira da empresa no longo prazo, ao
mesmo tempo em que possibilita o direcionamento de recursos para áreas
estratégicas e projetos voltados para a sustentabilidade e o crescimento
futuro da companhia.
Salles ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de
2019 e junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens pelo
país, 90 delas com destino a São Paulo
247 - A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da
República tomou uma decisão sancionatória contra o deputado federal
Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair
Bolsonaro, em decorrência de uma série de deslocamentos realizados a São
Paulo, seu reduto eleitoral, utilizando recursos públicos. Salles
ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de 2019 e
junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens dentro do
país, sendo 90 delas com destino a São Paulo.
“De acordo com a Comissão de Ética, as idas de Salles à São Paulo,
sobretudo aos fins de semana, ocorriam sem os devidos registros dos
compromissos públicos em sua agenda oficial, o que contraria o princípio
da transparência. O colegiado identificou a ocorrência de infração
ética pelo ex-ministro”, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. As viagens teriam custado R$ 230,4 mil aos cofres públicos.
Ainda conforme a reportagem, o colegiado entendeu que Salles teria
violado o artigo 3º do Código de Conduta da Alta Administração Federal
(CCAAF), o qual estabelece que autoridades públicas devem pautar-se
pelos padrões da ética, "principalmente no que diz respeito à
integridade, moralidade, clareza de posições e decoro".
“A votação foi acirrada. Três conselheiros indicados por Bolsonaro
entenderam não haver irregularidade na conduta do ex-ministro do Meio
Ambiente. Outros três membros do colegiado, indicados por Lula num ato
sem precedentes, votaram a favor da punição. Foi necessário o voto de
minerva do presidente da Comissão de Ética, Edson Leonardo, para punir
Salles”, ressalta a reportagem. A sanção aplicada se caracteriza como
uma censura ética, o que, na prática, configura uma mancha no currículo
do ex-ministro.
Procurado para comentar a decisão, Salles afirmou, inicialmente, que
não tinha conhecimento da punição. Em seguida, ele explicou que foram
fornecidas informações à CEP alegando que, durante a pandemia, com a
escassez de voos diretos, "quase todos os voos para diferentes regiões
do Brasil partiam de SP, o que foi ignorado na decisão".
Em junho, a Comissão de Ética Pública instaurou um procedimento
contra Ricardo Salles por suspeita de interferência na atuação da
Polícia Federal. Salles foi alvo da operação Akuanduba em maio de 2021,
com suspeitas de ter atuado em favor de madeireiros ilegais. Um mês
antes, o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva foi afastado da
chefia da Superintendência do Amazonas após acusar o então ministro do
Meio Ambiente de obstruir uma investigação que resultou em uma apreensão
recorde de madeira ilegal.
Acordos que serão anunciados devem abranger setores estratégicos como
defesa, farmacêuticos e até mesmo o futebol. Alckmin abrirá a rodada de
encontros
247 - Uma missão histórica composta por fundos de
investimentos, empresas estatais e cerca de 200 empresários da Arábia
Saudita desembarca no Brasil com o objetivo de firmar pelo menos 20
acordos e contratos em diversos setores. A partir deste domingo (30),
eventos em São Paulo marcarão esse esforço de aproximação entre os dois
países. Os encontros serão abertos pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin
(PSB). Do lado saudita, a missão é liderada por Khalid Al-Falih,
ministro de Investimentos, ex-CEO da Aramco e um dos principais aliados
do príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman.
Segundo fontes envolvidas na organização da missão e ouvidas por Jamil Chade, do UOL,
os acordos que serão anunciados devem abranger setores estratégicos
como defesa, farmacêuticos e até mesmo o futebol, com a presença de um
representante da federação saudita. Além disso, há uma expectativa de
aproximação no setor de fertilizantes, visto que o Brasil importa quase
todo o seu consumo anual desse insumo essencial para a produção
agrícola, sendo um terço proveniente da Rússia, país em guerra.
Uma possibilidade que está sendo considerada é a negociação de um
acordo de joint-venture para a produção de fertilizantes no Brasil,
envolvendo empresas sauditas e brasileiras. Esse tema também faz parte
da agenda do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que se encontrará
com empresários brasileiros durante sua visita ao reino saudita neste
fim de semana.
O embaixador do Brasil em Riad, Sérgio Bath, ressalta que essa missão
é um "evento histórico", já que nunca antes na história diplomática dos
dois países houve uma delegação organizada com tal dimensão. Em
Brasília, a missão e o envolvimento do vice-presidente marcam o fim de
qualquer tensão que possa ter surgido com a decisão do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) de cancelar um jantar em Paris, no mês
passado, com o príncipe herdeiro. Bin Salman é acusado de envolvimento
na morte de um jornalista e frequentemente denunciado por grupos de
direitos humanos.
Durante uma visita anterior de Jair Bolsonaro (PL) a Riad, ele chegou
a dizer que tinha "certa afinidade" com Bin Salman, o que gerou
críticas por parte de ativistas, especialmente por comentários
considerados inadequados. Os contatos entre o príncipe saudita e a
família Bolsonaro também foram marcados pelas joias entregues pelo
príncipe ao casal presidencial.
A garantia de fornecimento de fertilizantes para a agricultura
brasileira é de grande interesse dos sauditas, visto que o Brasil é o
maior fornecedor de alimentos para a Arábia Saudita, ocupando 10% desse
mercado. Contudo, o Brasil quer equilibrar sua balança comercial, que
atualmente apresenta um déficit de US$ 2,4 bilhões. Apesar de ser um dos
principais fornecedores de alimentos, a importação de petróleo saudita
dificulta o equilíbrio nas contas.
Os investimentos brasileiros também têm ganhado relevância na Arábia
Saudita. Empresas como Vale, BTG Pactual e Embraer já estão presentes em
Riad. Há uma esperança de que os US$ 10 bilhões prometidos pelos
sauditas para investir no Brasil encontrem um destino adequado, buscando
áreas de convergência que possam impulsionar o desenvolvimento
econômico de ambos os países.
"A parte de infraestrutura e energia limpa está crescendo muito,
tanto eólica como solar. Temos perspectivas muito promissoras de
hidrogênio verde", disse o presidente do BNDES
247 - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, manifestou entusiasmo
com o potencial do Fundo Clima, criado em 2009 sob o guarda-chuva da
instituição financeira, que já financiou R$ 2,3 bilhões em projetos
voltados à redução de emissões de gases do efeito estufa e adaptação às
mudanças do clima. Segundo a Folha de S. Paulo,
a proposta é transformar o Fundo Clima - que irá receber aportes de R$
680 milhões em agosto - em um dos pilares da transição ambiental no
Brasil por meio da emissão de títulos verdes.
"Neste momento, com a liderança do presidente Lula, o avanço da
agenda ambiental, a COP 30 na Amazônia, temos crescente espaço para
captar", disse Mercadante. No primeiro semestre, o BNDES registrou
desembolsos 21% superiores aos registrados no mesmo período do ano
passado, totalizando R$ 40,6 bilhões adicionais. De forma enfática, ele
destaca que esses avanços não envolvem subsídios, mas defende que o
banco utilizará subsídios de forma racional onde for necessário.
Uma das iniciativas mais aguardadas é a criação de uma linha de
crédito com subsídio, já autorizada pelo Congresso, destinada à
inovação. Essa linha reserva R$ 20 bilhões para os próximos quatro anos,
com juros de até 2% ao ano. Mercadante argumenta que a inovação,
especialmente em regiões mais interioranas, apresenta riscos
significativos e que investimentos adequados são fundamentais para
encorajar os empresários a participar.
Mercadante ainda destaca o lançamento do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), que está sendo organizado nas próximas semanas e será
sediado no Rio de Janeiro, com a expectativa de atrair apoio e
investimentos para o Brasil.
Em relação à crise ambiental, Mercadante ressalta que o Brasil possui
um potencial significativo para liderar a transição ambiental e
alcançar a redução de emissões. Com medidas concretas para combater o
desmatamento, o país busca avançar em infraestrutura e energia limpa,
com destaque para a energia eólica, solar e perspectivas promissoras de
hidrogênio verde.
“A parte de infraestrutura e energia limpa está crescendo muito,
tanto eólica como solar. Temos perspectivas muito promissoras de
hidrogênio verde. O Brasil tem a melhor matriz energética do G20”,
afirmou.
César Lira, superintendente do Incra em Alagoas, responde a uma ação
do MPF por desvio de dinheiro de diárias de funcionários terceirizados
247 - O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação
contra o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) em Alagoas, César Lira, sob a acusação de desviar
diárias “fictícias” de viagem, pagas pelo governo a funcionários
terceirizados. César é primo do atual presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira (PP).
“César Lira foi nomeado por indicação de seu primo Arthur Lira — hoje
presidente da Câmara dos Deputados — ainda em 2017, no governo Michel
Temer. Foi quando começou a ter atritos com uma empresa com a qual a
superintendência tinha contrato, a Mega Service”, diz o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no Metrópoles.
Ainda de acordo com a reportagem, a investigação conduzida pela
Polícia Federal (PF) aponta que César Lira pressionou a demissão de oito
funcionários da Mega Service, substituindo-os por indicados pessoais.
Esses aliados receberam diárias que, posteriormente, eram desviadas em
um esquema fraudulento. O inquérito também revelou indícios de um
possível crime eleitoral, cujos detalhes permanecem sob sigilo.
Segundo relatos, os funcionários supostamente viajavam a serviço,
mas, na realidade, permaneciam em outras localidades. Por exemplo, um
servidor chamado Cristiano Dorta, próximo ao superintendente, recebia
diárias para viagens a Branquinha e Japaratinga, mas foram encontradas
fotos suas em Boa Viagem (Recife) e Maceió, durante os mesmos períodos
de tempo.
As investigações apontam que Dorta recebia, em média, R$ 2,9 mil
adicionais por mês em diárias pagas pelo governo federal através do
Incra, mesmo não cumprindo com as tarefas previstas nas ordens de
serviço. Além disso, depoimentos afirmam que ele consumia álcool durante
o horário de trabalho.
Outra denúncia grave mencionada durante o processo é que a empresa
Mega Service foi pressionada a contribuir financeiramente para manter o
contrato com o Incra. Ocorreram demissões de funcionários e
substituições de acordo com as indicações do superintendente César Lira,
e quando a empresa negou o repasse de dinheiro, os pagamentos começaram
a atrasar até que o contrato fosse finalmente encerrado
César Lira também está associado a outro escândalo de corrupção, pois
seu nome figurava na lista de funcionários fantasmas da Assembleia
Legislativa de Alagoas, descoberta durante a Operação Taturana,
conduzida pela PF, que revelou desvios de recursos públicos, totalizando
R$ 300 milhões.
A reportagem ressalta ainda, que “o governo quer substituir César
Lira na direção do Incra, mas espera um aval do presidente da Câmara dos
Deputados”.
Petrobrás diz que os preços estão corretos e que não há risco de desabastecimento
247 - Por meio do portal g1,
o grupo Globo publicou neste sábado (29) matéria que faz lobby pelos
importadores de petróleo, pressionando a Petrobrás a subir o preço dos
combustíveis no Brasil. Segundo o texto, “importadores relatam
encolhimento do mercado e ‘preocupação’ com oferta de combustíveis em
agosto”. No entanto, a companhia nega risco de desabastecimento. >>> Com mudança na política de preços, Petrobrás tem melhor primeiro semestre de vendas dos últimos seis anos
Cumprindo uma promessa de campanha, o governo do presidente Lula (PT)
acabou com o Preço de Paridade de Importação (PPI) há pouco mais de
dois meses. O PPI vinculava ao mercado exterior os preços dos
combustíveis dentro do Brasil.
Segundo a reportagem, “o valor da gasolina vendida pela estatal está
pelo menos 10% abaixo do preço praticado pelos importadores” nas últimas
semanas. “Já de acordo com dados da Associação Brasileira dos
Importadores de Combustíveis (Abicom), na sexta-feira (28), a gasolina
estava 24% abaixo do preço praticado pelos importadores, o equivalente a
cerca de R$ 0,77 por litro. O óleo diesel estava 21% mais baixo do
preço praticado no mercado externo, ou R$ 0,78 por litro”. >>> Gleisi comemora recorde de vendas da Petrobrás: 'fim do PPI é bom para todo mundo'
A própria reportagem destaca que “a Petrobrás segue como a maior
fornecedora de combustíveis do Brasil, com custo de produção local” e,
exatamente por esta razão, consegue praticar preços mais baixos. No
entanto, a matéria faz lobby pelos importadores de combustíveis ao
ponderar que “a diferença não deve afetar as contas da estatal, mas
afeta a atividade de importação”. Na prática, o jornal sugere que os
brasileiros paguem mais caro pelos combustíveis para atender aos
interesses do mercado privado.
“Como cerca de 12% da gasolina e 25% do diesel consumidos no Brasil
são importados, a Petrobras não pode praticar preços muito abaixo do
mercado internacional, sob o risco de inviabilizar a importação e
prejudicar o abastecimento nacional”, diz o texto. Por outro lado, a
Petrobrás nega qualquer risco de desabastecimento: “a demanda nacional
vem sendo atendida tanto pela Petrobrás, quanto pelos demais produtores e
importadores que atuam no mercado brasileiro”, afirmou a companhia em
nota.
Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto
expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha
realizados no 7 de setembro
247 - O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior
Eleitoral, determinou nesta sexta-feira (28) uma multa de R$ 110 mil
para o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto,
devido ao descumprimento de uma decisão judicial.
Ambos são alvos de ações no TSE por abuso de poder político e uso
indevido de comunicação. Segundo a determinação de Gonçalves, Bolsonaro e
Braga Netto não cumpriram a ordem para remover de seus perfis em redes
sociais a propaganda eleitoral contendo imagens do ex-presidente
capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da
Independência. Cada um deverá pagar R$ 55 mil.
O ministro destacou que as postagens irregulares foram mantidas entre
12/09/2022 e 22/09/2022, mesmo após a campanha ter se comprometido a
retirar o conteúdo. Dos 40 links que deveriam ter sido excluídos, 17
permaneceram em desacordo com a decisão.
Além disso, Benedito Gonçalves determinou que Bolsonaro e Braga Netto
expliquem a origem de recursos utilizados em atos de campanha
realizados no 7 de setembro.
As solenidades ocorreram tanto no Rio de Janeiro quanto em Brasília e
foram transmitidas pela TV Brasil. Em sua passagem pela capital
federal, o ex-presidente dirigiu críticas a ministros do Supremo
Tribunal Federal, comemorou a redução do preço da gasolina e a expansão
do Auxílio Brasil, ao mesmo tempo que afirmou que as eleições daquele
ano se configurariam como uma "batalha entre o bem e o mal", fazendo
alusão a Lula.
Em quatro decisões distintas, o ministro Benedito Gonçalves também
agendou audiências com as seguintes autoridades: o governador do
Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o governador do Rio de Janeiro,
Cláudio Castro (PL); o senador Ciro Nogueira (PP), que na época era
ministro-chefe da Casa Civil e atualmente é senador; e o ex-ministro da
Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Movimentação foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa
247 - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) anunciou ter encontrado movimentação financeira "incompatível"
nas contas da empresa investigada por supostamente financiar despesas
pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo,
a Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção, alvo
das investigações, “a empresa recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou R$
16,6 milhões entre o começo de janeiro de 2020 e o fim de abril deste
ano. A movimentação de R$ 32,2 milhões foi considerada incompatível com o
porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa”.
"Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte /
estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período
analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja
utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades
não declaradas", diz um trecho do documento do documento do Coaf sobre a
Cedro do Líbano, que também está sob investigação do Tribunal de Contas
da União (TCU).
Ainda segundo a reportagem, o relatório do Coaf aponta duas
transferências bancárias de R$ 8.330,00 cada para o sargento Luís Marcos
Dos Reis, um dos militares da equipe de Mauro Cesar Barbosa Cid,
ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid e Reis foram
presos em maio sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraude nos
cartões de vacinação de Bolsonaro. Antes de ser preso, Reis havia
participado pessoalmente dos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro
em Brasília.
A Cedro do Líbano entrou na mira da CPI e da PF não apenas por suas
transações com o militar que trabalhou com o ex-presidente, mas também
por ter fechado contratos com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e Parnaíba) durante o governo Bolsonaro.