O ministro do STF Gilmar Mendes critica as arbitrariedades da Lava Jato e considera que a destruição do sistema político, causado pela Operação, viabilizou a prisão do ex-presidente Lula. “Deu-se poder para gente muito chinfrim, mequetrefe”, dispara o ministro
29 de outubro de 2019, 12:22 h Atualizado em 29 de outubro de 2019, 12:47
Gilmar Mendes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes critica as arbitrariedades da Lava Jato e considera que a destruição do sistema político, causado pela Operação, viabilizou a prisão do ex-presidente Lula, que encontra-se preso político desde abril de 2018. “Deu-se poder para gente muito chinfrim, mequetrefe”, dispara o ministro. Ele também condenou o que chamou de “um conúbio espúrio entre a imprensa e a Lava Jato”.
Mendes condedeu entrevista aos jornalistas Carla Gimenez e Regiane Oliveira, divulgada no site do El País nesta terça-feira (29).
"Eu acho que a prisão do Lula só é viável num contexto de total destruição político, e é isso que a Lava Jato conseguiu. Nada foi mais delirante que aquele episódio do Joesley [Batista], onde o [procurador Rodrigo] Janot chega a dizer que iria investigar ministros do Supremo. O STF permaneceu intacto, mas o sistema num todo foi levado de roldão. O STJ foi levado de roldão. De fato, se deu poder para gente muito chinfrim, muito ruim, mequetrefe do ponto de vista moral e do ponto de vista intelectual. Foi essa a combinação que produziu a mídia e esse empoderamento [do MPF], declarou Mendes.
Ele também considera que existe um "lavajatismo da imprensa". "Eu acabei de dar uma entrevista à Rede Globo e eles me perguntaram: “O senhor não acha que causou esses ataques que sofreu na rua?”. Eu disse não, não fui eu que causei, vocês causaram. Vocês são os autores. Eu dialogo com a Globo desde o ano passado. Disse até, em tom de brincadeira, ao Ali Kamel: “Se minha mulher ficar viúva, é capaz que ela mova uma ação contra vocês, porque vocês estão causando isto”, disse.
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