Foto: Ricardo Stuckert
Unidade para resgatar o Brasil para o povo brasileiro. Essa foi a tônica da primeira entrevista concedida por Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, depois de confirmada a chapa Lula, Haddad e Manuela à Presidência da República. Os dois pontuaram que o caminho a ser trilhado é o de resgatar o País dos retrocessos impostos depois do golpe, fazendo jus aos compromissos assumidos por Lula em suas andanças pelo Brasil. A entrevista ocorreu nesta terça-feira (7), exatamente no dia em que a prisão política e arbitrária do ex-presidente completa quatro meses.
“O que existe da nossa parte é a ideia de que precisamos resgatar o Brasil, e temos que fazer um esforço coletivo para que isso aconteça”, afirmou o pré-candidato a vice-presidente, Fernando Haddad, no decorrer da entrevista.
“O Brasil está numa situação difícil, o projeto que está em curso é repudiado pela população que quer voltar a ser feliz com Lula presidente e Manuela vice-presidente. Tenho convicção de que estamos apostando em um projeto correto para o próximo período”, disse Haddad, referindo-se ao cenário que se vislumbra com a homologação, no próximo dia 15, da candidatura do ex-presidente.
Durante o seu pronunciamento, Manuela D`Ávila disse que abriu mão da candidatura à Presidência da República em apoio ao nome indicado pelo Partido dos Trabalhadores, porque, segundo ela, essa é a saída que mais reúne condições para vencer as eleições. “Sempre buscamos ser porta-vozes da ideia de que era necessário construir saída conjunta, unitária para as candidaturas do campo progressista do nosso País”, destacou Manuela.
Ela explicou que uma das principais razões de o PCdoB abrir mão, no primeiro momento, da vaga de vice-presidente em nome do ex-prefeito de São Paulo foi por considerar “justo” e “legitimo” que o interlocutor do presidente Lula fosse aquele que coordena o seu programa de governo e é militante do Partido dos Trabalhadores.
Manuela disse torcer para que o registro da candidatura do presidente Lula seja homologado e esclareceu que o acordo político firmado no último fim de semana situa o PCdoB no cargo de vice em qualquer cenário.
“Eu e o Haddad estamos prontos para vencer as eleições em qualquer cenário. A decisão do PCdoB é daquele que acredita que venceremos as eleições e conseguiremos, juntos, retirar o Brasil da crise que afeta de forma dramática o conjunto do povo brasileiro”, afirmou.
Mídia – Questionado sobre a concentração bancária e midiática que ocorre no País, Fernando Haddad foi taxativo em dizer que o “oligopólio não faz sentido em nenhum lugar do mundo, nem nos meios de comunicação, nem muito menos no sistema bancário”. “Sem concorrência, sem pluralidade, não tem democracia nem econômica, no caso dos juros, e nem política, no caso dos meios de comunicação”, ponderou.
Ele adiantou que está em curso um estudo sobre as legislações de outros países que versam sobre o tema dos meios de comunicação e que impedem situações incongruentes que se verificam no Brasil, como a possibilidade de político deter concessão pública dos meios de comunicação.
“É uma monocultura que nós vivemos. Só somos expostos a uma opinião sobre qualquer que seja o tema. Não dá para ser assim. É propriedade cruzada, é monopólio de informação. Temos que avançar nisso tudo, e isso não é ser contra ninguém, é ser a favor”, defendeu Haddad.
Benildes Rodrigues
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