O irmão do secretário de Habitação de Alckmin, Rodrigo Garcia (DEM-SP), o empresário Marco Aurélio Garcia, é um dos denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) no esquema da Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS), protocolada nesta quarta-feira (15), na Justiça.
Ministério Público Dinheiro encontrado em cofre que estava no escritório do grupo da Máfia do ISS
Segundo reportagem do Estadão, Marco Aurélio foi denunciado por lavagem de dinheiro juntamente com o ex-subsecretário da Receita municipal, Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como líder do esquema.
As investigações da Máfia do ISS já resultaram em três denúncias à Justiça. O esquema foi descoberto depois que a Controladoria-Geral do Município, criada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em 2013, cruzou dados de renda e patrimônio dos servidores e descobriu ao menos 40 funcionários milionários na Secretaria Municipal de Finanças. 13 deles já respondem por crimes na Justiça. Até agora, a Prefeitura já identificou R$ 150 milhões em impostos não recolhidos por empresas beneficiadas pela máfia, que estão sendo autuadas.
A denúncia apresentada, que é um desdobramento das investigações iniciadas em 2013 e que ainda estão em curso, aponta ainda seis empresas que participaram dos atos de lavagem. Quatro delas tem Marco Aurélio ou sua mulher como sócios. As demais são a Transportes Dalçoquio, importante empresa de logística sediada na cidade portuária de Itajaí, em Santa Catarina, e a empresa de tubos e metais paulista Krominox.
Marco Aurélio, que nega ligações com o esquema, era o locatário da sala comercial no Largo da Misericórdia, no centro velho de São Paulo, usado como sede para as reuniões da máfia. Em escutas telefônicas feitas durante a investigação, os integrantes do esquema chamavam o local de "ninho".
Rodrigo Garcia, irmão de Marco Aurélio, foi indicado pelo tucano Alckmin a assumir a pasta da Habitação há cerca de um mês.
A Controladoria-Geral do Município estima que o esquema tenha causado prejuízo de R$ 500 milhões aos cofres públicos. Segundo o Grupo Especial de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec) do MPE, Ronilson montou uma empresa de fachada, a Pedra Branca Consultoria, para tratar da limpeza do dinheiro.
Em nota, Marco Garcia afirma ter recebido a notícia de sua denúncia "com enorme indignação e surpresa". Ele afirmou ainda que é um empresário do setor privado que nunca prestou serviços nem se vinculou ao poder público. “Apenas comercializei imóveis, coincidentemente, com alguns dos envolvidos, que resultou em pagamentos de valores para minhas empresas, bem como cedi uma sala no ano de 2013 (portanto, nesta data, nada mais existia segundo o Ministério Público) pelo período de quatro meses para um dos envolvidos, sendo que neste período jamais estive no local", disse ele.
Fonte: Estadão
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