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quinta-feira, 9 de abril de 2015

CPI da Petrobras: Petistas rebatem oposição e criticam hipocrisia sobre doações de campanha

 

CPI PETROBRAS VACARI 09 04 10

FOTO: GUSTAVO BEZERRA/PT NA CÂMARA

Parlamentares da Bancada do PT criticaram nesta quinta-feira (9), na CPI da Petrobras, a postura dos deputados da oposição que buscam criminalizar o Partido dos Trabalhadores, quando deveriam estar apurando as denúncias de ilícitos na estatal. “Está muito claro que a CPI da Petrobras, do ponto de vista político, procura criminalizar a política e desmoralizar o PT. E, do ponto de vista da Petrobras, procura a privatização, o entreguismo do pré-sal e o fim do regime de partilha”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), durante depoimento do Secretário Nacional de Finanças do partido, João Vaccari.

O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), rebateu diretamente o líder dos tucanos, Carlos Sampaio (PSDB-SP), que defendeu claramente no colegiado a extinção do PT. “Preocupa ver o líder do PSDB vir aqui pedir a cassação do meu partido. Os tucanos querem quebrar todas as regras democráticas para criminalizar o PT, que recebeu doações legais, registradas e que teve as contas aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, afirmou.

Sibá Machado citou dados apresentados por João Vaccari – na sua explanação - que demostram que todos os grandes partidos - PT, PSBD, PMDB – receberam doações semelhantes das empresas que estão sendo investigadas pela Operação Lava Jato. “Porque essas doações, para o PT, são propina, segundo a oposição, e para os outros partidos são doações para campanha”, questionou o líder.

A deputada Maria do Rosário completou lembrando que essas doações, tanto para o PT como para os outros partidos, foram consideradas legais e aprovadas pelo TSE. “É inconcebível esta CPI colocar em suspeição o trabalho do Tribunal Eleitoral que aprovou essas prestações de contas”, afirmou.

Respeito - Os deputados do PT criticaram também a forma desrespeitosa como vários deputados de oposição trataram João Vaccari. “Não podemos aceitar que as pessoas que venham aqui depor, prestar esclarecimentos e contribuir com a CPI, sejam tratadas de maneira desrespeitosa, com pré-julgamentos por deputados que depois saem correndo, como é uma prática do líder tucano”, criticou o deputado Leo de Brito (PT-AC). Ele ressaltou a forma “raivosa”, como o deputado Carlos Sampaio se referiu ou PT e ao seu secretário de Finanças. “Ele questionou exalando muito ódio, um ódio proporcional às quatro derrotas que o partido dele amargou nas últimas disputas para a Presidência da República”.

O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), relator auxiliar da CPI, diante das agressões verbais sofridas por João Vaccari Neto lembrou que “todos são inocentes até que se prove o contrário”, e questionou se era correto chamar o ex-tesoureiro de Fernando Henrique Cardoso, Márcio Fortes, de ladrão só porque tem contas no HSBC? Chamar Eduardo Azeredo de ladrão porque foi denunciado e pegou 22 anos de prisão, mas preferiu renunciar ao mandato para seu processo ir para instância inferior da Justiça? Chamar de ladrão o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, ou Álvaro Dias, acusado de receber R$ 10 milhões? Ou chamar de ladrão o presidente nacional do DEM, Agripino Maia, porque está denunciado no Supremo por corrupção por pedir propina?

O deputado Jorge Solla (PT-BA) frisou que até que se mude a legislação, as doações de empresas são legais. Ele ressaltou a “hipocrisia” de deputados do PSDB e do DEM que receberam financiamentos de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato e ficam fazendo discursos contra a corrupção na Petrobras. “O deputado Onyx Lorenzoni, que fez discurso inflamado, recebeu doação da Coesa Engenharia”, afirmou. Ele acrescentou ainda que o senador Aécio Neves, do PSDB, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais recebeu doações do Grupo Queiroz Galvão.

Terceiro Turno – O deputado Afonso Florence (PT-BA) destacou que o PSDB quer promover um terceiro turno das eleições presidenciais e por isso quer criminalizar o PT. “Diferentemente do PSDB, não vou generalizar e rotular todos que respondem processo por serem dirigentes, tesoureiros ou gestores públicos”. Ele lembrou que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), é acusado de receber doações do contraventor Carlos Cachoeira e os deputados André Moura (PSC-SE) e Antônio Imbassahy (PSDB-BA) respondem processos relativos a suas gestões como prefeitos.

Legalidade – O secretário nacional de Finanças do PT, João Vaccari, questionado pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), afirmou que todas as doações que recebeu foram legais. “Todas as doações estão registradas, foram doações com comprovantes bancários, foram contabilizadas e declaradas na Justiça Eleitoral”.

Equivalência na doação - Vaccari também apresentou planilhas demonstrando que houve equivalência na doação de recursos das empresas investigadas pela Lava Jato. Segundo ele, em 2010, as empresas investigadas pela operação doaram R$ 135 milhões, sendo 24% para o PMDB, 23% para o PT, e 20% para o PSDB. Ainda, segundo Vaccari, em 2014 as empreiteiras doaram 25% para o PT, 24% para o PSDB, 21% para PMDB e os outros partidos receberam menos de 10%. “Isso mostra que mesmo com políticas diferentes, há equivalência na doação de recursos dessas empresas para os partidos”.

Vânia Rodrigues

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