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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

PT na Câmara: Pimenta detalha as fraudes no INSS e expõe as raízes bolsonaristas do esquema

 

Deputado Pimenta detalhou como o governo Bolsonaro operou para facilitar as fraudes dos aposentados. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Petista afirma que o rombo bilionário só prosperou porque encontrou proteção política e alterações normativas feitas sob medida pelo governo anterior

A sessão da CPMI do INSS dessa quinta-feira (13) terminou com uma aula sobre como se construiu o maior escândalo de fraudes contra aposentados já investigado no país. Coube ao deputado Paulo Pimenta (PT-RS) desmontar, ponto a ponto, a narrativa da oposição e explicar como a engrenagem que desviou bilhões do bolso da população mais vulnerável só floresceu porque foi plantada, regada e blindada pelo bolsonarismo.

O presidente condenado

Logo de início, Pimenta lembrou quem é Jair Bolsonaro. Não o candidato higienizado das redes pela extrema-direita, mas o parlamentar que ele viu de perto por décadas: “um covarde”, “defensor de miliciano”, ligado ao crime organizado do Rio de Janeiro, cercado de agentes como Adriano da Nóbrega e Ronnie Lessa. A referência não é acidental. Para o petista, a trajetória do ex-presidente ajuda a entender por que “essa gente aqui não tem moral para acusar ninguém de bandido”.

Bolsonaro e o roubo do INSS

A partir daí, o deputado reconstruiu a linha do tempo da fraude no INSS. E não deixou dúvidas: foram decisões do governo Bolsonaro que abriram as portas para a farra das entidades-fantasma, hoje no centro das investigações.

Pimenta foi direto: Conafer e CBPA — expoentes do esquema — são “filhas legítimos” do bolsonarismo. O parlamentar lembrou que: foi o governo anterior que concedeu os ACTs que permitiram cobranças em massa; quando servidores tentaram barrar as irregularidades, Bolsonaro interveio politicamente, trocando diretores para blindar as entidades;
mesmo quando a arrecadação foi suspensa, o governo devolveu a Carlos Lopes, da Conafer, R$ 11 milhões cobrados retroativamente;
os pareceres favoráveis partiram de figuras como Virgílio e Fidelis, hoje apontados pela PF como responsáveis por facilitar o esquema.

Falsas narrativas da oposição

E, para desmontar a tentativa da oposição de associar o caso ao PT, Pimenta recordou um detalhe incômodo: o motorista do próprio Carlos Lopes, o “Mão Preta”, é membro da bancada de oposição no Senado e foi preso na mesma operação que atingiu dirigentes envolvidos com armas, munição e dinheiro vivo.

O deputado ainda confrontou um dos mantras bolsonaristas na CPMI: a suposta ligação do esquema com o “Frei Chico”. Pimenta desafiou:
“Mostrem uma linha — uma única linha — nos milhares de documentos desta CPI que cite o nome do Frei Chico. Não existe.”
Ao contrário: o único partido que aparece nos Relatórios de Inteligência Financeira recebendo recursos suspeitos é o Partido Novo, outra contradição abafada pelos autoproclamados paladinos da moralidade.

Bolsonaristas articuladores

No encerramento, Pimenta colocou o dedo na ferida ao explicar que o esquema só existiu porque Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, Rolim e Paulo Guedes alteraram decretos, ampliaram o rol de entidades autorizadas e desestruturaram os mecanismos de controle do INSS.

Lula restituiu aposentados

E Pimenta ainda explicou que enquanto o governo anterior abriu a porteira, é o Governo Lula que está recompondo as perdas. Já são 3,7 milhões de aposentados, aposentadas e pensionistas ressarcidos, com mais de R$ 2,5 bilhões recuperados.

“Se não fossem as mudanças nas regras, pelo governo Bolsonaro, nada disso teria acontecido”, concluiu Pimenta.

Elisa Alexandre

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