Ministra comemora “vitória do povo brasileiro” e diz que a nova lei “mexe na chaga da desigualdade”


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247 - A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda foi celebrada nesta quarta-feira (26) durante o evento de sanção da nova lei, que libera do pagamento do IR contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), participou da cerimônia e destacou o impacto social da medida.
As declarações foram feitas em discurso no ato oficial que marcou a sanção presidencial, em que a ministra reconheceu publicamente o avanço representado pela proposta e reforçou que a iniciativa cumpre um compromisso assumido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em sua fala, Gleisi lembrou que “a lei que está sendo sancionada hoje, aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado, é um resgate do compromisso do presidente Lula com o povo brasileiro”. Ela recordou que, ainda na campanha de 2022, o então candidato afirmou que reajustaria a tabela do Imposto de Renda e isentaria quem ganha até R$ 5 mil por mês. A ministra afirmou que o anúncio foi recebido com forte apoio pelos trabalhadores, destacando que o congelamento da tabela por governos anteriores durou seis anos.
Segundo ela, esse congelamento resultou em “um aumento do imposto pago pela classe trabalhadora em 31%”, o que classificou como “um confisco (…) de R$ 63 bilhões tomados dos trabalhadores e demais contribuintes”. No discurso, Gleisi enfatizou que o presidente “não apenas reajustou a tabela em seu primeiro ano, isentando quem recebe até dois salários mínimos, mas também está cumprindo completamente o compromisso firmado”.
A ministra explicou que, além da isenção até R$ 5 mil, a nova legislação reduz o imposto retido na fonte para quem ganha até R$ 7.350. Para ela, o avanço representa mais do que corrigir distorções acumuladas: “estamos dando um primeiro e importante passo para corrigir a enorme injustiça tributária em nosso país, que perpetua a imensa e repugnante diferença da renda no Brasil”.
Gleisi também criticou a cobrança de 27,5% sobre salários modestos enquanto rendimentos elevados pagavam proporcionalmente menos. “Nunca foi justo cobrar 27,5% do salário de uma professora ou de um enfermeiro, cobrando menos de quem tem rendimentos acima de R$ 50 mil e isentando os lucros e dividendos recebidos por uma minoria com alta concentração de renda”, afirmou. Ela destacou ainda que cerca de 40 mil contribuintes mais ricos passarão a recolher valores adicionais, contribuindo para tornar o sistema mais equilibrado.
A ministra classificou como fundamental a mudança que permite tributar os “muito ricos”, ação que ela atribuiu ao trabalho da equipe econômica comandada pelo ministro Fernando Haddad. Em tom de reconhecimento ao presidente, declarou: “a grande verdade, senhor presidente, é que o senhor entra novamente para a história como quem mais isentou de imposto o povo brasileiro”.
Durante o evento, Gleisi agradeceu parlamentares e as direções das duas Casas legislativas — Hugo Motta, da Câmara, e Davi Alcolumbre, do Senado — pela aprovação unânime da proposta. Para ela, a iniciativa “é, acima de tudo, uma vitória do Brasil e do povo brasileiro” e representa “uma das mais importantes desse mandato do presidente Lula, porque inicia o processo de mexer na chaga da desigualdade histórica que temos no Brasil”.
A sanção presidencial consolida uma das principais promessas econômicas do atual governo. A nova regra de isenção até R$ 5 mil e a redução do imposto para rendas até R$ 7.350 passam a valer já na próxima declaração, ajustando a cobrança para milhões de trabalhadores e abrindo espaço para um debate mais amplo sobre justiça tributária no país.
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