O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), criticou hoje (26) o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pela “recorrente parcialidade” com que tem agido para prejudicar o Partido dos Trabalhadores. A crítica decorre da reanálise, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das contas da campanha eleitoral da presidenta Dilma e do vice-presidente Michel Temer. As contas já tinham sido aprovadas pela Corte e tiveram como relator o próprio Gilmar Mendes.
Para o líder petista, Gilmar extrapola seu papel de magistrado e age de forma parcial e partidarizada no processo reaberto por proposta da coligação que nas eleições do ano passado teve como candidato o presidente nacional do PSDB e senador Aécio Neves (MG). “Aécio age como um moleque, inconformado com a derrota a ele imposta pela presidente Dilma nas eleições do ano passado. O voto do povo brasileiro é soberano”, disse o líder ao contestar as ações do PSDB no TSE.
“O que se requer de um ministro do STF é equilíbrio e imparcialidade, a isenção não pode ser jogada na lata de lixo”, registrou Sibá sobre Gilmar Mendes.
O líder lembrou que Aécio, na terça-feira (25), foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de ter recebido propina num esquema para irrigar campanhas políticas em 2002, pelo qual desviaram-se de Furnas mais de 108 milhões de reais.
Chororô – O líder ressaltou que não houve irregularidade na campanha de Dilma e que as contas foram aprovadas pelo TSE em dezembro de 2014. “Passou da hora de se dar um basta a este assunto. O chororô do PSDB e do senador Aécio é apenas sintoma de golpismo de quem perde nas urnas e quer ganhar no tapetão”, afirmou.
Sibá lembrou que desde o ano passado o PSDB comporta-se como “mal perdedor” e tenta “macular a democracia” ao não aceitar o resultados das eleições. “A primeira reação golpista foi a de lançar suspeições sobre o nosso sistema eleitoral, com Aécio pedindo a recontagem dos votos, como se nossas urnas eletrônicas – um sistema dos mais modernos do mundo – fossem sujeitas a fraudes”, recordou o petista.
Destrato - Na sessão do TSE de terça-feira, Gilmar Mendes destratou sua colega, a também ministra Maria Thereza de Assis Moura, após ela ter rejeitado, como relatora, o prosseguimento da ação do PSDB contra a presidenta Dilma por suposto abuso de poder econômico durante a campanha. Os tucanos continuam com suas tentativas golpistas e querem impugnar o resultado das eleições. Votaram pela continuidade da ação os ministros Gilmar Mendes, João Otávio de Noronha, Luiz Fux e Henrique Neves.
A ministra Maria Thereza de Assis Moura manteve sua decisão de arquivar a ação proposta pelo PSDB e ainda afirmou que a legenda, ao propor a ação, não anexou provas das irregularidades que apontava, como abuso de poder político e econômico, inclusive com financiamento mediante recursos desviados da Petrobras. A ministra Luciana Lóssio pediu vistas do processo. Quando retomado o caso, faltarão apenas os votos da ministra e do presidente do TSE, ministro Dias Toffoli.
PT na Câmara
Foto: Rogério Tomaz Jr./PT na Câmara
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