© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert / CC BY 2.0
O governo brasileiro reeditará o ambicioso programa de investimentos aplicado anteriormente nos governos de Lula e Dilma Rousseff, visando gerar quatro milhões de empregos.
Em um diálogo com a Sputnik, o economista José Luis Oreiro, docente de Economia na Universidade de Brasília, advertiu que o plano pode impactar o déficit fiscal do país.
O governo brasileiro iniciou um Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que pretende investir mais de R$ 1,7 bilhão em todos os estados brasileiros, com o objetivo de aumentar os investimentos, garantir infraestrutura prioritária para o país, melhorar a competitividade e criar empregos.
O programa, que será desenvolvido em conjunto com o setor público e privado, teve edições prévias nas administrações anteriores de Lula (2003-2011) e Dilma Rousseff (2011-2016).
“Voltamos a um planejamento de médio a longo prazo, uma coisa que no Brasil se perdeu com os governos de Michel Temer [2016-2019] e Jair Bolsonaro [2019-2023]”, assegurou Oreiro.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou uma taxa de investimento de 17,7% no primeiro trimestre de 2023, contudo foi inferior ao mesmo período de 2022, quando superou 18%.
“Para que o Brasil possa retomar o caminho do crescimento é necessário elevar o investimento. Nossa taxa de investimento está mais ou menos em 18%, porém necessitamos crescer mais”, assegurou o especialista.
Além disso, o especialista acredita que a taxa de crescimento do país deve alcançar 4% de maneira sustentável para que o Brasil possa cumprir o acordado em Paris sobre a questão da transição climática.
O ambicioso programa prevê investimentos totais de R$ 1,7 bilhão, do qual R$ 1,4 bilhão será investido até o término do mandato de Lula, contemplando nove eixos, como transporte eficiente e sustentável, cidades sustentáveis, água para todos, inclusão digital e outros.
De acordo com o especialista, a taxa de desemprego do país não é alta, mas a qualidade dos empregos é um problema, já que em torno de 40% dos empregados são trabalhadores informais, que ocupam cargos de menor produtividade.
Sendo assim, o analista acredita que o país precisa fazer modificações para elevar o emprego formal e, assim, acelerar seu crescimento.
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