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O ano de 2023 teve altos e baixos para o governo brasileiro, marcado por grandes debates nacionais e internacionais, como a tratativa do acordo de livre-comércio Mercosul-União Europeia, a aprovação da reforma tributária e os atos de 8 de janeiro.
Estes e outros momentos foram discutidos na retrospectiva política do ano realizada pelos jornalistas Thaiana de Oliveira e Maurício Bastos, apresentadores do podcast da Sputnik Brasil Jabuticaba Sem Caroço.
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O ano de 2023 na política nacional
Ano de início do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 2023 foi marcado por uma série de melhorias nos índices brasileiros, aponta o analista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie José Alves Trigo.
Por exemplo, cita o pesquisador, a economia brasileira se tornou a 9ª maior do mundo, subindo duas posições em relação a 2022. Outro aspecto da melhoria da economia brasileira, aponta Trigo, foi a queda da inflação, que passou de 5,8% para 4,6%. Além disso, houve também um recuo significativo no índice de desemprego, “que é um índice bastante importante”, avaliou.
Fora do aspecto econômico, no cenário político, houve a aprovação da reforma tributária, um marco constitucional que demorará alguns anos para entrar em vigor totalmente. O governo Lula também viu a aprovação do ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e de Paulo Gonet como procurador-geral da República.
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Ainda assim, afirma Trigo, Lula não conseguiu deixar uma marca no cenário político nacional, como deixou em seus dois primeiros mandatos. Em vez disso, para o especialista, o presidente está mais preocupado em “retomar a internacionalização do país” e, por isso, “não tem se preocupado tanto com a questão da política interna”.
Lula e o cenário internacional
Nos últimos anos, o Brasil teve pouca expressividade no cenário internacional, aponta Trigo. Neste ano, contudo, o presidente brasileiro e seus representantes fizeram visitas a diversos países, passando por Europa, Oriente Médio, África e Sudeste Asiático.
O país também teve um papel de destaque ao assumir a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em meio ao início do conflito em Gaza, sendo exemplo na extração de cidadãos brasileiros da zona de guerra, recebendo líderes mundiais na Cúpula do Mercosul e iniciando os processos de articulação do encontro do G20, que acontecerá no país em 2024.
“As relações, a participação dele na ONU [Organização das Nações Unidas] e tudo o mais foram muito positivas”, resumiu.
No entanto, o acordo de livre-comércio do Mercosul com a União Europeia (UE), em negociação há 23 anos, não conseguiu avançar, dadas as crescentes demandas e a falta de flexibilidade da parte europeia, apesar de inúmeras negociações da comissão brasileira, que assumiu a presidência rotativa do bloco nos últimos seis meses. O novo presidente temporário, o Paraguai, afirmou que vai buscar maior integração com a Ásia em vez da Europa.
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O marco do 8 de janeiro
O tópico das manifestações de 8 de janeiro não podia deixar de ser abordado, uma vez que “é um dos temas mais relevantes no cenário político brasileiro deste ano”, disse Jefferson Rodrigues Barbosa, professor de ciência política contemporânea nos cursos de relações internacionais e ciências sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“Um evento determinante na conjuntura brasileira, e a sua repercussão durará ainda, infelizmente, por muitos anos”, afirmou.
O especialista ressaltou a similaridade dos eventos em Brasília com os ataques ao Capitólio nos Estados Unidos. Ambos são vistos como um processo de mobilização de setores da direita nos últimos dez anos, afirmou, cujas reverberações podem ser sentidas por toda a América Latina.
Para José Alves Trigo, a resposta do Judiciário brasileiro foi decisiva para acalmar o clima político do país. No entanto, “ainda temos vestígios daquele período”, afirmou.
“Se não houvesse aquela intervenção em 8 de janeiro, decisiva, dura, firme, eu temo dizer que nós teríamos, durante todo o ano, uma instabilidade política.”
Barbosa destaca como grande consequência dos atos de 8 de janeiro a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo período de oito anos. O ex-presidente, em sua opinião, ganhou capital político com seus seguidores ao poder se colocar em posição de vítima. Agora, resta saber se esse capital poderá ser aproveitado nas eleições municipais do ano que vem.
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Fonte: http://www.jacintopereira.com/o-brasil-em-2023-do-8-de-janeiro-ao-g20-quais-foram-os-principais-fatos-polticos-do-ano/
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