O projeto constitucional, redigido por uma comissão de maioria conservadora, despertou controvérsias significativas
247 - Neste domingo (17), os chilenos expressaram, mais uma vez, sua rejeição à proposta de mudança na Constituição, conforme apontam os dados do Serviço Eleitoral (Servel). Com 100% dos votos apurados, um total de 6.209.553 eleitores optaram pelo "Não" à proposta de nova Carta Magna redigida pelo Conselho Constitucional, o que representa 55.68% dos votos. Enquanto isso, 4.942.111 pessoas, representando 44.32%, foram favoráveis à alteração constitucional.
A votação marca a segunda vez que os chilenos recusam uma mudança fundamental em sua legislação. O senador e líder da União Democrata Independente, Javier Macaya, comentou brevemente após a divulgação dos resultados: "Chile não quer mudanças constitucionais", reconhecendo a vontade expressa nas urnas.
O projeto de Constituição, redigido por um órgão de maioria conservadora, despertou controvérsias significativas. Muitos o consideraram pior do que o atual, que remonta à época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Mais de 15,4 milhões de eleitores foram convocados para participar do plebiscito, o segundo realizado nos últimos 15 meses na tentativa de estabelecer uma nova lei fundamental para o país. O total de votantes, no entanto, foi de 11.151.664.
Antes do período de proibição de publicação de estudos de opinião, todas as pesquisas indicavam uma vantagem para a opção contrária ao projeto. Embora nas últimas semanas a diferença tenha diminuído, o resultado final reflete a rejeição generalizada à proposta.
O texto da Carta Magna enfrentou forte oposição de amplos setores, especialmente da centro-esquerda, sindicatos e movimentos femininos, que argumentaram que o documento representava um retrocesso nas conquistas alcançadas. Entre os pontos mais controversos, destaca-se a introdução do conceito de "defender a vida de quem está por nascer", colocando em risco a legislação sobre a interrupção voluntária da gravidez.
Outros pontos criticados incluem a eliminação do direito à greve, a redução das contribuições para as comunas e a concessão de status constitucional às Administradoras de Fundos de Pensão e aos seguros privados de saúde. Yerko Ljubetic, ex-membro do Conselho Constitucional pelo partido Convergência Social, alertou recentemente que o texto resultante dessa instância, onde a direita e a extrema direita tinham maioria, é considerado pior do que o imposto durante a ditadura de Augusto Pinochet.
Fonte: https://www.brasil247.com/americalatina/chilenos-rejeitam-pela-segunda-vez-proposta-para-mudar-constituicao-do-pais
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