Aquiles Lins
Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos Norte, Nordeste e Centro-Oeste do grupo.
"Enquanto não for preso, Bolsonaro seguirá debochando da democracia e procurando uma foto para sair”, escreve Aquiles Lins
Jair Bolsonaro tentou aparecer em uma foto oficial do novo presidente argentino Javier Milei ao lado de chefes de estado que participaram de sua posse. Uma vergonha alheia. A investida foi frustrada pelos presidentes sul-americanos Luis Lacalle Pou, do Uruguai; Santiago Peña, do Paraguai; Gabriel Boric, do Chile, e Daniel Noboa, do Equador. Os quatro se manifestaram contra a presença de um ex-chefe de estado ao lado deles, segundo a Folha de S. Paulo.
A contestação pronta foi legítima e louvável. Afinal o Brasil tem presidente eleito e governando. Chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, e os presidentes dos países vizinhos o conhecem bem. Sair em foto oficial ao lado de Bolsonaro não seria apenas uma gafe, mas um grave insulto às relações com o chefe de estado brasileiro. Lula, corretamente, decidiu não participar da reunião da extrema-direita internacional e o Brasil foi representado na cerimônia pelo chanceler Mauro Vieira. Também compareceram à posse de Milei o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e o rei da Espanha, Felipe 6º.
Bolsonaro sempre tratou com deboche a institucionalidade e a democracia. Ficar por ali, numa atitude sem vergonha, tentando aparecer no lugar reservado a quem conquistou o mandato presidencial é mais uma prova de sua falta de respeito. Bolsonaro foi derrotado em 2022 e está inelegível. Deveria estar preso, por todos os crimes que cometeu na presidência, especialmente os que contribuíram para a morte de mais de 700 mil brasileiros durante a pandemia. Enquanto Bolsonaro não for preso, seguirá provocando esses incidentes constrangedores, debochando da democracia, agitando a extrema-direita brasileira e procurando uma foto para sair. Tenta a todo custo emular a imagem de que manda em alguma coisa. Bolsonaro não manda mais em nada, não representa nenhum mandato emitido pelas urnas.
O inelegível brasileiro viajou à Argentina liderando uma comitiva de cerca de 30 políticos da extrema-direita brasileira, entre eles os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (SP); do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; e de Santa Catarina, Jorginho Mello, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e de deputados extremistas e/ou negacionistas.
Fonte: https://www.brasil247.com/blog/e-so-para-chefes-de-estado-bolsonaro
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