Imagem: Reprodução Site Vermelho
Deputados da Bancada do PT na Câmara afirmaram que a queda histórica do PIB divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (1), de 9,7% no segundo trimestre deste ano – na comparação com os três meses anteriores – deve ser atribuída principalmente à incompetência do governo Bolsonaro na condução do País. Essa foi a pior retração do PIB desde o início da série histórica, em 1996. Segundo os parlamentares, os reflexos da pandemia da Covid-19 sobre a economia apenas pioraram uma situação que já era muito ruim.
“Parte da queda pode ser atribuída mesmo à pandemia, que motivou a paralisação necessária de importantes setores da indústria e do comércio, e restrição da circulação de pessoas, fazendo cair o consumo. No entanto, é importante salientar que o Brasil já entrou em 2020 com a economia fragilizada, antes mesmo do início da pandemia”, esclareceu o líder do PT, deputado Enio Verri (PR).
O parlamentar lembrou que no ano passado o PIB do País cresceu pífios 1,1%, e a economia entrou em 2020 dando sinais claros de desaceleração. “Entramos em 2020 dando sinais de que a situação iria piorar, por conta da política recessiva de Paulo Guedes-Bolsonaro, de restrição do poder de compra e do consumo, crescimento da concentração de renda e com ações positivas apenas para o mercado financeiro. Portanto, a pandemia apenas agravou uma situação que já era muito ruim”, apontou Verri.
Segundo o IBGE, o PIB no 1º semestre de 2020 caiu 5,9% em relação a igual período de 2019. Considerando o resultado de todo o ano passado, o PIB deste ano caiu 11,4%, até o momento. Em junho, o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), definiu que o Brasil entrou em recessão no 1º trimestre de 2020, portanto, antes mesmo da epidemia da Covid-19 ter começado no País.
Em mensagens pelo Twitter, parlamentares também criticaram o governo pela responsabilidade na queda do PIB. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que os “dados demonstraram que a agenda ultraneoliberal de Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes (Economia) fracassou”. Na mesma linha, o deputado Odair Cunha (PT-MG) disse que “Bolsonaro e seu ‘posto Ipiranga Guedes’ prometeram uma guinada na economia do País, mas não conseguiram cumprir”. “E mais: continuam jogando o Brasil na lama! Esse desgoverno é vergonhoso, genocida e maléfico”, completou.
Já o deputado Nilto Tatto (PT-SP) disse que a queda de 9,7% do PIB no segundo trimestre e de 11,4% verificado pelo IBGE em relação ao ano passado, “que já foi muito ruim”, demonstram que “o coronavírus está terminando o que Bolsonaro começou”.
Ao também comentar a queda do PIB, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) lembrou que Bolsonaro boicotou as medidas de distanciamento social e quarentena para evitar a propagação da Covid-19, justamente com a desculpa de evitar prejuízos na economia.
“Na pandemia, o presidente ignorou o risco de perder vidas brasileiras para defender a economia. Resultado: mais de 120 mil mortes por Covid-19 e economia em péssimo estágio”, observou.
Poderia ser pior
O líder do PT lembrou ainda que a situação atual da economia, se dependesse da vontade do presidente Bolsonaro, poderia ser até pior. “Vale lembrar que foram as ações iniciadas no Congresso Nacional, principalmente pela Oposição, que evitou que o tombo fosse ainda maior, com a adoção do auxílio emergencial, do apoio às micro e pequenas empresas, de proteção ao emprego e a lei Aldir Blanc (de apoio a cultura), por exemplo”, disse Enio Verri.
Boicote do governo
Os parlamentares afirmaram ainda que as recentes ações adotadas pelo governo Bolsonaro em nada contribuem para a recuperação da economia do País. “Bolsonaro cortará pela metade o auxílio emergencial, sendo R$ 300 por 4 meses, ao tempo em que o Brasil entra em recessão histórica, com um cenário de aumento do desemprego, queda de renda e sem sequer aumento real para o salário mínimo. Vivemos um governo incompetente e genocida”, acusou o deputado Joseildo Ramos (PT-BA).
Na mesma linha de argumentação, o líder do PT na Câmara destacou ainda que as ações defendidas pelo governo para a retomada da economia podem ser ainda piores do que a atual situação da economia brasileira. “O déficit de R$ 1 trilhão e a queda do PIB são menos prejudiciais que a solução apresentada por Bolsonaro e Guedes, que é a de manter salário mínimo sem reajuste e vender as fontes energéticas e empresas estratégicas com as quais o Brasil pode superar déficit e recuperar o PIB”, observou Enio Verri.
Héber Carvalho
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