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domingo, 20 de novembro de 2016

CABRAL TINHA 'BANCO PARALELO' PARA MOVIMENTAR DINHEIRO SUJO

Fernando Frazão/Agência Brasil Rio 247 - O grau de sofisticação do esquema de corrupção encabeçado pelo ex-governador Sergio Cabral (PMDB), preso na operação Calicute, incluía até uma espécie de banco paralelo para tocar o dinheiro oriundo dos esquemas de corrupção. Para investigadores, a transportadora Trans-Expert Vigilância e Transporte de Valores, que tinha um cofre no bairro de Santo Cristo, no Rio, usado para guardar e distribuir o dinheiro do grupo, mas de forma irregular e livre do sistema público de controle das atividades bancárias. Os investigadores desconfiam que o “banco paralelo” funcionava desde o primeiro governo Cabral, recolhendo propina e a distribuindo aos favorecidos, a maioria políticos do PMDB fluminense. O achado surpreendeu até os já escaldados agentes da Delegacia de Repressão à Corrupção e a Crimes Financeiros (Delecor).
As informações são de O Globo.
"Para desvendá-lo, a PF criou uma operação específica, a Farejador, que encontrou pelo menos três indícios que vinculam a transportadora a Cabral: um total de R$ 25 milhões em repasses da Trans-Expert para uma empresa ligada a Cabral; a apreensão de declarações de renda da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo na empresa; e uma possível guarda de dinheiro para o ex-secretário de Obras Hudson Braga, um dos nove presos ao lado de Cabral.
Antes mesmo de ser investigada por movimentar dinheiro para o ex-governador, a Trans-Expert já estava na mira da Polícia Federal. A denúncia de que a empresa havia desaparecido com um total de R$ 35 milhões do Banco do Brasil, dinheiro recolhido das agências bancárias que não chegava ao destino final, somada a um misterioso incêndio ano passado, que teria transformado em pó milhões de reais (R$ 28 milhões só da Caixa Econômica Federal) supostamente guardados em seu cofre-forte, fizeram a PF suspender recentemente a autorização de funcionamento da transportadora.
Os investigadores desconfiam que o “banco paralelo” funcionava desde o primeiro governo Cabral, recolhendo propina e a distribuindo aos favorecidos, a maioria políticos do PMDB fluminense — algumas das entregas eram feitas na sede da empresa. As provas recolhidas levaram a Justiça Federal a autorizar a condução coercitiva do policial civil aposentado David Augusto Câmara Sampaio, apontado como o dono de fato da Trans-Expert. De acordo com as investigações, David ocupa, atualmente, cargo de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio, “tal qual o investigado José Orlando Rabelo (também preso), este muito próximo do investigado Hudson (Braga)”.
Na última semana de setembro deste ano, em busca e apreensão autorizada pela Justiça, a Polícia Federal encontrou no escritório da empresa declarações de renda de Adriana Ancelmo. Na quebra de sigilo do ex-secretário de Obras Hudson Braga, ele perguntou, no início de 2016, a um homem chamado David, se podia “passar na empresa”. Filho de Elizete Augusto da Silva Sampaio, uma das sócias formais da transportadora, David foi nomeado em dezembro do ano passado pelo presidente da Alerj, Jorge Picciani, para o gabinete do deputado Zaqueu Teixeira (PDT). Também já trabalhou no gabinete de Cida Diogo (PT), em 2013."
http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/266265/Cabral-tinha-'banco-paralelo'-para-movimentar-dinheiro-sujo.htm

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