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sábado, 9 de agosto de 2025

Brasil247: Janja defende mais mulheres na política e pede mobilização contra violência de gênero

Em evento da Petrobras, primeira-dama afirma que é preciso ampliar a presença feminina nos espaços de decisão e evitar desistências por ataques

Primeira-dama Janja Lula Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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247 - A primeira-dama Janja Lula da Silva defendeu, nesta sexta-feira (8), a ampliação da participação feminina na política e a mobilização para combater a violência de gênero que afasta mulheres dos cargos eletivos. As declarações foram feitas durante o evento Energia Delas, promovido pela Petrobras no Rio de Janeiro, que reuniu autoridades e representantes da sociedade civil para discutir diversidade e estratégias de inclusão. As informações são da Folha de S.Paulo.

“Nós não vamos ter potência para votar leis que importam definitivamente e que atingem a nossa vida diretamente, se nós não tivermos mais mulheres no Parlamento”, afirmou Janja. “E a gente sabe da violência política que as mulheres sofrem naquele lugar. Seja no Congresso Nacional, nas Assembleias Estaduais ou nas Câmaras. A gente tem que fazer com que as mulheres não desistam disso.”

O encontro marcou a primeira edição do Energia Delas, iniciativa que também destacou avanços internos da Petrobras, hoje com maioria feminina na diretoria — cinco dos nove cargos, incluindo a presidência ocupada por Magda Chambriard. Em seu discurso, Chambriard citou a lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que reserva 30% das vagas em conselhos de administração de estatais para mulheres. Na Petrobras, contudo, o conselho segue majoritariamente masculino: são nove homens e duas mulheres.

A ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Edilene Lôbo chamou atenção para os baixos índices de representação feminina. “Na magistratura, apenas 6% são mulheres negras. A democracia só será legítima, só será autêntica, quando as mulheres negras ocuparem o lugar que elas representam”, disse. Hoje, apenas 17,7% dos assentos na Câmara dos Deputados e 7,5% nas câmaras municipais são ocupados por mulheres.

Janja também criticou a resistência masculina à paridade. “Eu ainda não sei que medo que esses homens têm dos 50/50. A gente quer, a gente precisa que os lugares de decisão e poder tenham espaços iguais entre homens e mulheres.”

Apesar de avanços na legislação, especialistas ouvidos pela Folha apontam que a violência política de gênero ainda é preocupante. Entre 2013 e maio de 2025, a Secretaria da Mulher da Câmara recebeu 63 denúncias, número considerado subestimado. O fenômeno atinge diferentes esferas — municipal, estadual e federal — e já levou figuras como Manuela D’Ávila a deixar a vida pública.

Levantamento da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) sobre a campanha eleitoral de 2024 registrou número recorde de ocorrências: pelo menos 338 casos entre julho e setembro do ano passado. Apesar disso, homens foram 71% das vítimas, o que especialistas explicam pelo fato de ainda serem maioria no cenário político nacional.

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/janja-defende-mais-mulheres-na-politica-e-pede-mobilizacao-contra-violencia-de-genero

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