
© AP Photo / Alexandre Meneghini
O
Brasil busca apoio da China para aprovar um plano da ONU que visa
reduzir emissões no transporte marítimo. A proposta, liderada pela OMI,
enfrenta resistência dos EUA e será votada em outubro. Se aprovada,
navios poluentes pagarão por suas emissões a partir de 2027.
O Brasil está empenhado em garantir o apoio da China ao Marco de Emissões Líquidas Zero da Organização Marítima Internacional (OMI), uma iniciativa da ONU para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no transporte marítimo.
A votação decisiva sobre o plano ocorrerá em outubro, e o governo
brasileiro espera que a China esclareça sua posição sobre a
implementação do acordo, segundo o South China Morning Post (SCMP).
O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Filho, destacou o compromisso do Brasil com a proposta, que exige que navios oceânicos paguem por suas emissões de carbono a partir de 2027,
caso não atendam aos padrões de eficiência energética. As taxas variam
de US$ 100 (R$ 547) a US$ 380 (R$ 2.080) por tonelada de dióxido de
carbono equivalente, dependendo do nível de conformidade.
A receita gerada será destinada à promoção de combustíveis limpos e ao apoio à transição justa
para países em desenvolvimento. A proposta ainda precisa ser
formalmente adotada na sessão extraordinária da OMI em outubro, com
exigência de cumprimento total pelas empresas a partir de 2028.
Apesar
do apoio de 63 países, incluindo Brasil, China e União Europeia (UE),
os Estados Unidos rejeitaram o plano, alegando que ele representa um "imposto global de carbono sobre os norte-americanos" e poderia beneficiar concorrentes como a China. Washington ameaçou retaliar os países que apoiarem o acordo, com medidas como tarifas e restrições de visto.

11 de agosto, 21:59
A
China, que historicamente resistiu a medidas climáticas mais rígidas na
OMI, mudou de posição em abril e votou a favor do marco. Antes disso, o
país se opunha a prazos fixos e à taxação do transporte marítimo, alegando que tais medidas penalizariam desproporcionalmente as nações em desenvolvimento.
De acordo com a apuração, a mudança de postura chinesa é vista como estratégica pelo Brasil, que busca consolidar alianças para garantir a aprovação do plano. O embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, deverá se reunir com autoridades brasileiras para discutir alternativas e reforçar o apoio à proposta.
No Porto de Santos, maior da América Latina e principal ponto de exportação agrícola para a China, a diferença entre as posturas de Washington e Pequim já é perceptível. Enquanto os EUA ameaçam retaliações, empresas chinesas como a COFCO têm seguido normas ambientais locais e investido em projetos sustentáveis.
Segundo o SCMP, para Anderson Pomini, chefe da Autoridade Portuária de Santos, a cooperação com empresas chinesas vai além da infraestrutura.
Elas aderiram ao programa de certificação de sustentabilidade do porto e
contribuíram para iniciativas comunitárias, como a recuperação de áreas
degradadas e a revitalização de espaços públicos.
Fonte: https://noticiabrasil.net.br/20250821/midia-brasil-busca-apoio-da-china-para-cortar-emissoes-de-carbono-no-transporte-maritimo-42584046.html
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