© Foto / Agência de hospedagem de fotos brics-russia2024.ru
/ O
assessor especial da Presidência da República para Assuntos
Internacionais, Celso Amorim, foi condecorado nesta quarta-feira (17)
pelo presidente Vladimir Putin com a Ordem da Amizade. A homenagem,
concedida em Moscou, reconhece a atuação do diplomata brasileiro no
fortalecimento das relações entre Brasil e Rússia.
Conforme
decreto assinado por Putin, o ex-chanceler brasileiro contribuiu de
forma significativa para "o fortalecimento e desenvolvimento das
relações amistosas entre a Federação da Rússia e a República Federativa
do Brasil". Em entrevista à Sputnik Brasil, Amorim agradeceu o
reconhecimento e destacou que sua postura, desde o início do conflito na Ucrânia, sempre foi de buscar o diálogo e defender a paz.
"Defendemos
que os princípios da ONU [Organização das Nações Unidas] sejam seguidos
e o uso da força não é a maneira de resolver os conflitos. Mas também
queremos que as coisas sejam resolvidas pelo diálogo e levando em conta
fatores históricos, como a eterna expansão da OTAN [Organização do
Tratado do Atlântico Norte] chegando muito perto de Moscou", declarou.
O diplomata ressaltou que a segurança da Rússia deve ser considerada da mesma forma que a da Ucrânia, e que um processo de negociação só pode avançar se todas as partes forem ouvidas.
"É preciso ajudar o diálogo. O diálogo é o que nós, junto com a China, tentamos promover, criando inclusive o Grupo de Amigos", lembrou.
Movimentações de Trump
Amorim
mencionou ainda que iniciativas externas chegaram a ter impacto
positivo, citando como exemplo algumas movimentações iniciais do presidente norte-americano Donald Trump, que em sua visão "sacudiram um pouco a situação".
Para o assessor de Lula, insistir em apenas apoiar uma das partes não é o caminho.
"Tenho muita compaixão pelo que está acontecendo na Ucrânia e pelo
sofrimento do povo ucraniano. Mas não adianta só defender um plano
unilateral. É preciso conversar com os russos. Não é uma guerra que você
já tem um tratado pronto, como em Versalhes. É necessário negociar de
verdade", frisou.
Segundo Amorim, a posição brasileira é de favorecer um processo que leve ao cessar-fogo, mas que também crie condições concretas para avançar em um acordo equilibrado.

17:30
"Quando
ouvimos a reação dos russos, eles dizem que se houver só cessar-fogo,
sem ao mesmo tempo uma moratória no fornecimento de armas, isso é
impossível, porque apenas fortalece um lado enquanto o outro está
parado. Então é preciso encontrar um equilíbrio. Um
roteiro para discutir as questões mais profundas: fronteiras, direitos
humanos, questões humanitárias. Esse é o caminho que defendemos",
pontua.
Ao receber a Ordem da Amizade, Amorim afirmou que a homenagem é também um reflexo da relação estratégica entre Brasil e Rússia. "É um reconhecimento importante, que mostra que nosso esforço pelo diálogo e pela construção de uma paz justa é valorizado. O Brasil quer ser parte da solução, não do problema".
Ameaças dos EUA contra o Brasil
Diante
das novas ameaças de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil em
retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que
recebeu a pena de mais de 27 anos de prisão durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), Amorim declarou que a defesa ferrenha do governo Donald Trump sobre Bolsonaro é uma "furada".
"Quem tinha que estar preocupado era o governo americano, de estar
embarcando numa furada. É uma furada você embarcar na defesa de um
ex-presidente que foi condenado pela mais alta corte no Brasil, pessoas
independentes. Ninguém pode acusar o ministro [Alexandre de] Moraes de
ser lulista, já que ele votou a favor da prisão do Lula.
Quer dizer, o Moraes é a favor da justiça, de analisar o que ele tem. A
Justiça independente é absolutamente fundamental para que um país seja
democrático e é essa a nossa posição", finalizou.
Fonte: https://noticiabrasil.net.br/20250917/trabalhamos-pela-paz-desde-o-inicio-diz-amorim-a-sputnik-apos-receber-honraria-de-putin-43344078.html

Nenhum comentário:
Postar um comentário