14:41 08.09.2025 (atualizado: 16:01 08.09.2025)

© Sputnik / Irina Kalashnikova
/ Por
364 votos a 194, o primeiro-ministro francês François Bayrou foi
deposto de seu cargo, menos de nove meses após assumir, ao fracassar em
uma votação de confiança na Assembleia Nacional.
O próprio político convocou o voto de confiança como uma forma de forçar a aprovação de seus cortes orçamentários. Ele classificou o movimento como um "teste da verdade".
"Senhoras
e senhores, vocês têm o poder de derrubar o governo, mas não têm o
poder de apagar a realidade. As despesas continuarão a aumentar ainda
mais e o peso da dívida, já insuportável, ficará cada vez mais pesado e
cada vez mais caro."
Com
uma dívida de 114% do PIB, a Quinta República Francesa tem passado por
uma crise governamental nos últimos meses após o presidente francês,
Emmanuel Macron, convocar eleições antecipadas em junho de 2024 quando
seu partido ficou em terceiro lugar nas eleições parlamentares
europeias.
Bayrou assumiu o cargo em dezembro do ano passado, após Michel Barnier renunciar ao posto apenas três meses após assumi-lo. O antecessor de Barnier, Gabriel Attal,
o mais jovem chefe de governo da história francesa, também durou menos
de um ano como primeiro-ministro. Ele liderou o gabinete de 9 de janeiro
a 5 de setembro de 2024.
16 de junho, 12:17
Para
resolver o problema Bayrou elaborou um plano de cortes aos gastos
sociais e a eliminação de dois feriados do calendário francês. As
medidas desagradaram tanto setores a direita quanto à esquerda.
"A
queda de Bayrou é uma vitória popular. Ele havia convocado esta
votação devido aos iminentes protestos de 10 de setembro. Ele perdeu.
Esta derrota foi muito mais severa do que o esperado. Até mesmo alguns
de seus próprios soldados se recusaram a confiar nele", afirmou o líder do partido de esquerda França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, que pediu também a renúncia de Macron.
Segundo
a Constituição francesa, o presidente deve esperar um ano para chamar
novas eleições antecipadas, prazo que se extinguiu em junho deste ano.
Desta forma, é esperado pelos políticos que Macron convoque novas
eleições parlamentares.
"Se
o povo nos honrar com um mandato claro, ou seja, uma maioria absoluta,
iremos a Matignon [presidência oficial do premiê] para implementar, sem
esperar pelas eleições presidenciais, um programa de recuperação
nacional", disse Marine Le Pen, líder legislativa de direita Reagrupamento Nacional.
Bayrou terá que apresentar sua renúncia à Macron, responsável por nomear um substituto para o governo francês. O primeiro-ministro continua no poder até lá em um cargo de guardião, supervisionando o dia a dia da administração sem poder apresentar novas legislações.
De acordo com a mídia francesa, é a primeira vez na história do país que um premiê é deposto por um voto de confiança, e não de desconfiança.
Fonte: https://noticiabrasil.net.br/20250908/primeiro-ministro-frances-perde-voto-de-confianca-no-parlamento-e-e-destituido-do-cargo-43043815.html
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