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quinta-feira, 10 de julho de 2025

ZERO HORA: Indústria e agro do RS reagem à tarifa de 50% anunciada por Trump

Estados Unidos são importante destino de exportações gaúchas

Guilherme Gonçalves

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 CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA
Trump anunciou tarifa nesta quarta-feira.

Entidades empresariais gaúchas reagiram com preocupação ao anúncio de aumento a 50% nas tarifas de importação a produtos brasileiros aos Estados Unidos. Segundo o presidente Donald Trump, parte da decisão é uma retaliação às acusações contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, investigado por uma trama golpista.

Trump diz que a nova tarifa, que representa um aumento significativo em relação à alíquota de 10% que os EUA impuseram ao Brasil em abril, também foi motivada pela “relação comercial muito injusta” com o país, dizendo que ela tem estado “longe de ser recíproca”. 

O economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz, diz que ainda é cedo para calcular o impacto desse aumento na tarifa aos produtos gaúchos.

— Ainda estamos estudando os impactos. Recebemos isso com muita preocupação. Os Estados Unidos são um mercado importante para nós. Seremos muito impactados, principalmente com a proteína animal. É nosso segundo maior comprador, atrás apenas da China — diz o economista. 

De acordo com a Farsul, os Estados Unidos correspondem a cerca de 10% da exportação agrícola gaúcha. Entre os produtos vendidos ao país estão soja, farelo de soja, fumo, carne de frango, cereais e celulose.

Vice-presidente jurídico da Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul), Milton Terra Machado considerou “lamentável sob todos os aspectos” o aumento na taxação aos produtos brasileiros pelos EUA: 

— O anúncio ocorre num ambiente de belicosidade entre as nações, decorrente de processos e medidas judiciais contra empresas americanas, que foram interpretadas por muitos, não sem razão, aqui no Brasil e nos EUA, como arbitrárias e contrárias à liberdade de expressão e ao próprio devido processo legal brasileiro.

Impacto na indústria

Em nota, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) também demonstra preocupação diante do anúncio. Segundo a entidade, os Estados Unidos ocuparam, em 2024, a segunda posição entre os principais destinos das exportações industriais gaúchas, com mais de US$ 1,8 bilhão exportados no ano. 

Produtos industrializados como químicos, máquinas, alimentos processados, calçados e couro compõem grande parte do que é vendido aos Estados Unidos.

"Medidas dessa natureza afetam diretamente a previsibilidade e a estabilidade das relações comerciais, comprometendo a competitividade da indústria brasileira. Nosso foco permanece na defesa do livre comércio, do diálogo internacional e da segurança jurídica para as empresas exportadoras do Rio Grande do Sul", diz trecho da nota da Fiergs. 

A entidade completa dizendo que espera uma revisão da medida antes que entre em vigor, no dia 1º de agosto. 

Trump comunicou a tarifa por meio da rede social Truth Social, publicando uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O brasileiro convocou uma reunião de emergência após o anúncio. Segundo Trump, os Estados Unidos estão iniciando uma investigação sobre possíveis "práticas comerciais desleais por parte do Brasil".

Fonte:  https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2025/07/entidades-da-industria-e-do-agro-do-rs-reagem-a-tarifa-de-50-imposta-por-trump-a-produtos-brasileiros-cmcwju9x100y30168vzozufuw.html

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