Cruz. Há meses que a população e visitantes da Praia do Preá, situada no Município de Cruz, há 300 Km de Fortaleza, Litoral Norte do Ceará, vem sofrendo com as constantes interrupções no fornecimento de água da comunidade, que é administrado pela Associação Comunitária do Preá. As donas de casas reclamam que a falta de água é uma constante, havendo período em que há falta de água várias vezes ao dia e quem mora mais distante da caixa d'água diz que são obrigados a conviverem com esta situação diariamente. Os que moram em partes mais elevadas da comunidade ou em apartamentos, são quem mais sofrem com esta situação.
A população reclama que, além das constantes interrupções no fornecimento de água, a cobrança pelo consumo da água é exorbitante. Feito um levantamento, para comparação com os preços cobrados nas comunidades vizinhas, a diferença é astronômica. É comum, consumidores pagarem um determinado valor por um certo período, e de repente chaga uma cobrança com preços altíssimos sem explicações. Quando há reclamação, a explicação é sempre a mesma: "Tem que pagar". É comum contas de R$ 80,00, 200,00, 400,00 Reais ou mais. Há aqueles que consomem mais e pagam menos e vice-versa. Casas fechadas recebem contas altíssimas. Há, até casos de pessoas que não pagam pelo uso da água, conforme podemos constatar em algumas visitas domiciliares que fizemos.
O Sistema de Abastecimento tem mais de 20 anos e foi feito para abastecer 200 famílias, mas, está se aproximando das 2.000 ligações e, diariamente, novas ligações são feitas para atender pousadas, restaurantes e o setor de construção civil. Cada nova ligação que é feita, a situação agrava-se mais
ainda.
As ligações são feitas sem nenhum critério técnico, agravando ainda mais a situação.
Na tentativa de amenizar a situação, a população recorre a prática clandestina de perfuração de poços, pondo em risco a contaminação do lençol freático, pois, estima-se que mais de 100 poços já tenham sido perfurados na comunidade e circunvizinhança.
A vizinha comunidade de Formosa, foi comtemplada com um sistema de abastecimento para atender a 74 famílias, mas houve uma intervenção da diretoria da Associação do Preá e sustou o projeto no valor de R$ 217.000,00, dizendo que ia executar o projeto para beneficiar a comunidade de Formosa e Praia do Preá e apresentou uma dívida de R$ 300.000,00, embora, não tenha sido autorizada pela Comunidade do Preá, pois, se quer foi consultada e jamais concordou com esta despesa.
Mas, vivemos uma realidade bem diferente. Esta água nunca resolveu o problema do Preá, passaram a cobrar pelo uso da água aos consumidores da Formosa, que passaram a pagar valores incompatíveis com as condições de vida das famílias daquela comunidade, além de serem prejudicadas por ficarem sem a reserva de caixa, pois, logo que falte energia, ou que as bombas deixem de funcionar, falta água nas torneiras. Isto não vem agradando a estes consumidores que estão sentindo-se enganados.
Um outro poço foi perfurado dentro da área de rebaixamento do lençol freático do poço já existente, que havia sido purado pelo Governo do Estado em Parceria com a Prefeitura de Cruz para abastecer a comunidade de Formosa,mas como não tinha outorga, nem autorização do proprietário e nem aprovação das comunidades, o serviço foi embargado.
A situação agrava-se mais ainda, porque a diretoria teve seu mandado encerrado em 31 de janeiro do ano passado, sem que houvesse eleição para renovação da diretoria. Fizeram uma simulação de eleição sem o devido comprimento das normas estatutárias. A Federação das Associações Comunitárias do Município de Cruz, não foi informada sobre esta eleição, e ao tomar conhecimento de que havia sido constituída uma comissão eleitoral sem aprovação em Assembleia Geral, conforme determina a Estatuto Social da associação, logo intimou o presidente da referida comissão para fazer os devidos esclarecimentos, mas, ao atender a convocação não comprovou a legalidade da constituição desta comissão.
A Federação emitiu uma nota esclarecendo a população sobre a ilegalidade desta eleição e aguardou o termino do mandado da diretoria para que fosse anunciada a vacância do cargo, mas, como não aconteceu, foi endereçado um oficio ao Presidente da Associação Senhor José Ivan Felix, solicitando a documentação referente a realização da eleição, mas, o mesmo não atendeu ao ofício e nem se manifestou. Isto comprova que, de fato e de direito não houve eleição, tratando-se de uma diretoria ilegítima, sem poderes legais para administrar a associação, embora continue no poder.
Outros problemas agravam mais ainda a situação da associação: Um terreno que havia sido doado pelo Senhor Tarcísio Irapuã Sales para construção de uma escola de artes e ofícios, foi vendido sem o conhecimento dos associados por um valor muito abaixo do preço de mercado, causando indignação entre os associados e a comunidade em geral, embora seja propagado que a venda foi autorizada pela população e de acordo com os doadores, afirmando que o referido terreno não tinha documento. Na verdade, não era de conhecimento dos associados, o terreno tinha documento de doação e os doadores discordaram desta venda. Outro agravante é que, como o imóvel foi doado com uma finalidade de uso, não poderia ter sido vendido. Ao tomarem conhecimento deste fato, os doadores do terreno tentaram contato com o presidente, mas, este não se apresentou e, o caso foi levado para ajustiça.
O sistema de esgotamento sanitário foi destruído e está totalmente abandonado.
Uma quadra de esporte da associação foi abandonada, a ferrugem destruiu os portões, o lixo tomou conta do local que está servindo para criação de animais.
A sede da associação está quase abandonada e cheia de lixo, pois não há serviços de limpeza e conservação de forma regular. Há mais de ano que não se faz uma reunião.
Os associados ou qualquer outro cidadão que precisar de uma informação é negada, inclusive, se souberem que alguém irá a sede para solicitar documentos ou informações, vai encontrá-la fechada. Fato que já se repetiu por várias vezes.
A Federação está ouvindo a população, que vem demonstrando insatisfação com esta situação e querem que haja o afastamento desta diretoria. A Federação está analisando a situação e logo tomará as medidas cabíveis.
Dr. Lima
Presidente da FAC
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