247 - O programa Bolsa Família, reconhecido em diversos países como um exemplo eficaz de iniciativa contra a extrema pobreza, tem apenas metade de seus recursos garantidos para 2019. Na previsão de orçamento enviado pelo governo Temer ao Congresso, estão assegurados R$ 15 bilhões para o pagamento do benefício às famílias, metade dos R$ 30 bilhões previstos para o programa.
Isso porque 50% dos recursos estão em suspenso, dependendo da aprovação de crédito suplementar por parte de deputados e senadores ao longo do próximo ano para existir. Caso isso não ocorra, só haverá garantia de pagamento até o meio do ano. O corte é mais uma consequência da PEC 95, aprovada após o golpe, que congela por 20 anos os gastos sociais no País.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), comentou no Twitter nesta terça-feira 4 o corte no orçamento. "Para manter o Bolsa Família de 2018, que já é pouco pelo aumento da pobreza e desemprego, são necessários R$ 32 bi. A Proposta orçamentária de 2019 veio com R$ 15 bi. Ou cortam o benefício pela metade, o que precisa de lei, ou cortam metade das famílias que recebem. Qualquer delas é um desastre", concluiu.
Em entrevista ao jornalista Luis Nassif, do GGN, a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, alertou que o corte significa 22 milhões de pessoas excluídas do benefício e R$ 26,25 bilhões que deixarão de ser injetados na economia. "A situação é de uma gravidade gigantesca porque o Bolsa Família nos atuais patamares já seria insuficiente para dar conta da calamidade que o Brasil vive. O Bolsa Família teria que aumentar", declarou.
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